Os quadrinhos nacionais perderam hoje, 19 de junho, um dos seus maiores mestres, o argentino Rodolfo Zalla.
Nascido nascido em Buenos Aires, Argentina, em 20 de julho de 1931, Rodolfo Zalla iniciou sua carreira nos quadrinhos em 1953, ainda em seu país natal, com uma história em quadrinhos para uma editora católica. Dez anos depois, em 1963, radicou-se no Brasil, onde sua carreira como quadrinista despontou. Naquele ano, Zalla produziu a tira Jacaré Mendonça para o jornal A Última Hora.
Nos anos seguintes, Zalla colaborou com o amigo José Delbo em uma HQ do cowboy mascarado Vingador chamada “A ferrovia”, publicada pela editora Outubro e nas histórias de Targo, inspirado em Tarzan, e O Escopião, inspirado no Fantasma de Lee Falk. Neste último, foi peça importante na reformulação do personagem no intuito de evitar um possível processo da King Features. Em 1967, com o italiano Eugênio Colonnese, funda o Estúdio D-Arte.
O Estúdio D-Arte foi fundamental para os quadrinhos de horror nacionais quando em 1981, após ter se tornado uma editora passando a se chamar apenas D-Arte, lançou dois dos maiores clássicos dos quadrinhos nacionais, as revistas Calafrio e Mestres do Terror onde criou Nádia, A Filha de Drácula e produziu uma das melhores históris de Mirza, A Mulher Vampiro, personagem criada por seu amigo Eugênio Colonnese. A editora permaneceu na ativa entre 1981 e 1993, período em que a Calafrio fez tanto sucesso que chegou a ser publicada no formato de tiras no lendário jornal Notícias Populares.
Durante os anos 80, Rodolfo Zalla também foi responsável pelas histórias em quadrinhos baseadas no seriado do Zorro, produzido pela Disney, que eram publicadas em diversas revistas da Editora Abril, além de quadrinhos dos personagens da Hanna-Barbera e He-Man, da mesma editora.
Após o fechamento da D-Arte, Rodolfo Zalla continuou produzindo e, em 2005, lançou o livro O Desenho Magnífico de Rodolfo Zalla pela Opera Gráfica,. No início da década seguinte, ilustrou um álbum sobre a vida do médium Chico Xavier, escrito por Franco de Rosa e publicado pela Ediouro, e outro sobre o ex-presidente Lula, escrito por Toni Rodrigues e publicado pela Editora Sarandi. Este último, deveria ter sido produzido pelo amigo Eugênio Colonnese, que veio a falecer antes da produção do álbum. Em 2011 a Editora Kalako lança um álbum resgatando antigas histórias de guerra do artista.
No mesmo ano, Zalla retornaria ao gênero que o tornou um dos nomes mais conhecidos dos quadrinhos nacionais, o terror. A Zarabatana Books e a Editora Kalako lançam em julho de 2011 um álbum compilando diversas histórias do artista produzidas com o personagem Drácula e, em agosto do mesmo ano, a Editora CLUQ retoma a publicação da clássica revista Calafrio que continua do número 52, edição em que parou em 1991. Ao todo foram 12 edições publicadas pela CLUQ, sempre com, pelo menos, uma história de Rodolfo Zalla por edição. Em 2015, a Calafrio passa a ser publicada pela Cultura e Quadrinhos, de maneira independente, e continua trazendo histórias do artista.
A segunda edição da Calafrio pela Cultura e Quadrinhos porém, chega com a triste notícia da morte do grande artista que faleceu neste 19 de junho, enquanto dormia, após uma breve luta contra um câncer recém descoberto. Rodolfo Zalla completaria 85 anos no próximo mês de julho e deixa um legado inestimável para o horror. Zalla produziu até o fim de sua vida sempre angariando prêmios e fãs por onde quer que passasse e será eternamente lembrado como um dos grandes mestres dos quadrinhos nacionais.
Para um grande mestre … Uma grande história!
É uma grande perda para o mundo dos HQ nacional.. meu pai comprava todo mês quadrinhos da D-arte .. Calafrio ,Mirza – A Mulher -Vampiro,Lobisomem.. dentre outros… ate quando acabou em 1993… logico ! essas revistas já não tenho mais pois teve que vende-las quando me mudei por falta de espaço na casa nova em que fui morar .. mas ficaram nas minha lembranças as historias e os desenhos traços por esses grande mestre que foi Rodolfo Zalla , que deus lhe ilumine .. onde quer que voce esteja .
Uma pena! Esse era um grande desenhista.
Um dos maiores!