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Hannibal (2013) (2)

Hannibal - 1ª Temporada
Original:Hannibal - First Season
Ano:2013•País:EUA
Direção:James Foley, Peter Medak, John Dahl, Tim Hunter, David Slade, Guillermo Navarro, Michael Rymer
Roteiro:Bryan Fuller, Thomas Harris, Steve Lightfoot, Scott Nimerfro
Produção:Tim King, Jennifer Schuur, Jim D. Gray, Carol Dunn Trussell
Elenco:Hugh Dancy, Mads Mikkelsen, Caroline Dhavernas, Laurence Fishburne, Scott Thompson, Aaron Abrams, Gillian Anderson, Hettienne Park, Kacey Rohl, Raúl Esparza, Lara Jean Chorostecki, Katharine Isabelle

O horror nunca esteve tão em alta entre os canais televisivos. São inúmeras séries que propõe novos caminhos (American Horror Story, Hemlock Grove) ou bebem em fontes clássicas, como a literatura e o cinema (Bates Motel, Penny Dreadful) do gênero. Uma das mais aguardadas e surpreendentes séries dessa nova safra do horror na TV foi Hannibal, baseada nos livros de Thomas Harris sobre um dos mais famosos psicopatas da literatura, o assassino serial canibal, e psiquiatra, Hannibal Lecter.

Com o final de Dexter, muitas produtoras saíram à caça de um psicopata para chamar de seu e suprir a necessidade de uma base já estabelecida de telespectadores interessados no assunto. Para isso, Brian Fuller (Dead Like Me, Pushing Dasies) resgata Dr. Lecter, vivido por um assustador Mads Mikkelsen (Cassino Royale), e nos mostra suas origens quando ainda era um renomado psiquiatra atuando para o FBI acompanhando a saúde mental de Will Graham (Hugh Dancy, de Sangue e Chocolate), um talentoso fornecedor de perfis criminosos que volta à ativa a pedido do agente Jack Crawford (Laurence Fishburne, de Matrix) após ter sido rejeitado pelo FBI em um teste psicológico, para caçar um perigoso assassino. Will possui uma empatia profunda que o faz ser bastante afetado pelos crimes que investiga. Por outro lado, esta sua fraqueza é o que o torna o melhor naquilo que faz. Will consegue entrar na mente dos assassinos como ninguém.

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A partir daí, a série desenvolve um cruel jogo de gato e rato entre Hannibal e Will enquanto o canibal se diverte testando os limites da mente do agente, que, aos poucos, começa se envolver nos crimes que investiga, se perdendo entre os limites da realidade e de suas alucinações. É impossível não se comover com a fragilidade de Will diante dos planos malignos de Lecter. Grande parte disso graças a Hugh Dancy, que entrega uma perturbadora atuação. Principalmente nas cenas onde atua ao lado de Mikkelsen. Will aos poucos cria um laço maior do que o de simples paciente com Lecter, se tornando aos poucos uma perigosa amizade, enquanto a química entre os dois funciona muito bem.

Mikkelsen rouba a cena com um Dr. Lecter muito diferente daquele que vimos na pele de Anthony Hopkins. Seu Hannibal é frio e cínico. Antes de ser capturado por seus crimes, Lecter ainda se esconde por trás da máscara de um respeitado, e requintado, psiquiatra. A sutileza de sua maldade é fascinante e torna um ótimo contraponto para as cenas onde é mostrado matando ou de qualquer outra forma violenta. É como um gato que brinca com a presa apenas para matá-la logo em seguida. Mikkelsen merecia um papel de destaque como vilão de alguma adaptação de quadrinhos para o cinema.

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O elenco de apoio é bastante competente com destaque para Lawrence Fishburne (na pele do agente Jack Crawford) e Caroline Dhavernas (como a Dra. Alana Bloom), que são peças centrais no jogo criado por Hannibal. Seus personagens também desenvolvem uma profunda relação com o perturbado Will ao ponto de questionarem suas atitudes enquanto o agente desce em uma espiral de loucura orquestrada por Hannibal. Gillian Anderson (a Scully, de Arquivo X) tem uma importante participação como psiquiatra de Lecter e funciona como link entre o presente e o passado do vilão.

Hannibal merece destaque pela beleza e apuro visual nas cenas mais chocantes, seja nas de crimes investigadas pelo FBI ou no preparo das perturbadoramente apetitosas refeições de Dr. Lecter – é impossível não se pegar admirando cada detalhe plástico dos elementos em cena. Cada crime em Hannibal é construído de maneira milimétrica. São cenas cruéis e até repugnantes, mas que atraem o olhar de maneira assustadora, principalmente nos pratos dignos de um chef que Hannibal prepara para seus convidados ou para si mesmo, e que todos sabemos do que são feitos.

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A série ignora todos os filmes feitos com o personagem e nos dá um novo rumo. O que é muito bom, afinal, tirando o Silêncio dos Inocentes, Dr. Lecter nunca foi tão bem retratado. Abra um bom vinho, sente-se diante da TV e sirva-se! Bom apetite.

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2 Comentários

  1. Julgo que a série Hannibal merece bem mais do que 3 estrelas em 5. Isso equivale a 6 em 10 ou 60%. A fotografia está excelente…a psicologia manipulatória e a interpretação de Mads Mikkelsen é brilhante. Eu daria 4 em 5 (ou 80%). Apenas julgo que a série só tem uma falha relevante…perde um pouco no contínuo esquema de: 1) morte no inicio do episódio 2) desenvolvimento tipo CSI. 3) resolução do caso… Mas a segunda temporada promete alguma evolução nesse campo…

    1. Olá Gustavo!

      Eu penso dessa forma: pra conseguir cinco caveiras, a série tem que ser perfeita, impecável! Quatro caveiras está quase lá… E hoje em dia, não consigo enxergar nenhuma série que atinja estes dois patamares. Tem muita coisa pesada no roteiro que não leva a lugar algum e está lá apenas por ser “formula”.

      Hannibal, quase chega às quatro caveiras, mas enrola muito em alguns episódios, e não são todas as viagens dos produtores que são legais. às vezes pesam a mão nisso e aí não consegui dar quatro caveiras.

      Mas talvez eu tenha sido rígido demais… 🙂

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