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No último sábado, 10 de agosto, aconteceu em São Paulo a SP Fantástika, evento organizado pelo Mundo Freak Confidencial que reuniu ouvintes de podcast, produtores de conteúdo e simpatizantes de todo tipo de capirotagem. O público foi agraciado com expositores, bate-papos e workshops, e entre os assuntos debatidos não poderia faltar o terror nacional.

A mesa Sangue nas Telas do Cinema Nacional contou com os diretores Marcos DeBrito (Condado Macabro) e Gabriela Amaral Almeida (Animal Cordial), além do videomaker Nando Ticon (Hora do Terror). A mediação ficou com a diretora Geisla Fernandes. Na mesa, dois dos temas tratados foram o pós-horror e o cinema nacional que os influenciou.

Pós-horror

Surgido recentemente, o termo pós-horror é querido por algumas pessoas e odiado por outras. Mas o que significa pós-horror, ou, como algumas pessoas chamam, elevated horror? “É uma coisa meio arthouse com gênero. Quando se fala que um filme é pós-horror, nós sabemos o que esperar – um filme mais parado, com questões mais íntimas, em que o ritmo não é tão frenético”, definiu Marcos. “O pós-horror traz esses dilemas mais terríveis do ser humano de uma maneira mais poética”.

Mas por que há fãs de horror que não gostam dessa classificação? Ainda segundo o diretor, o termo envolve muito preconceito com o gênero. “O nome é errado, porque o que estão fazendo com o pós-horror nada mais é que o horror de antigamente. Falar em pós-horror é quase uma maneira de se envergonhar do horror e tentar tornar o gênero mais acessível a um público preconceituoso”.

Gabriela também falou sobre a acessibilidade do gênero: “Sempre na história do horror tentam mudar o nome do gênero pra que ele seja mais palatável. Pra criação da história isso não tem a menor importância. Pra comercialização do produto, pode ter. É algo que surge pra dar importância a algo que, para mim, sempre esteve aí. Do ponto de vista dramatúrgico, não importa o nome que tenha, o processo criativo é dissociado dessa classificação”.

Produção nacional

No Brasil o cinema ainda é um mercado pouco acessível. Faltam investimentos e oportunidades, mas, mesmo assim, nossa produção cinematográfica é cada vez mais rica, inclusive no gênero terror. Cineastas têm feito trabalhos relevantes e se tornado influência, e os membros da mesa comentaram alguns de seus favoritos.

“Eu gosto muito da linguagem do Dennison Ramalho, que agora vai lançar o Morto Não Fala, começa Marcos. Ele segue citando Mal Nosso, filme de Samuel Galli adicionado recentemente ao catálogo da Netflix e que vem arrancando elogios de apreciadores do gênero. “É um filme espetacular. Ele tem problemas de atuação porque o diretor não vem de uma formação de cinema e também não tinha dinheiro, mas fez uma obra audiovisual que… De terror nacional, ele e o As Boas Maneiras tiveram uma aceitação nos principais festivais internacionais, e é raro isso acontecer com um filme de terror”.

Gabriela citou Anita Rocha da Silveira, que dirigiu Mate-me Por Favor em 2015: “Eu gosto muito dos riscos que ela corre pra romper com expectativas dentro da estrutura do filme de terror”. Nando encerra falando de um favorito dos infernautas: “Eu sempre recomendo assistir e estudar as produções do Rodrigo Aragão, sobre o quanto ele se dispõe a fazer. Ele se especializou em efeitos práticos, os filmes dele têm uma qualidade de efeitos que eu acho incrível. Dá pra ver que ele faz isso com muito carinho”.

Para o futuro, Marcos adiantou que está perto de filmar A Casa dos Pesadelos, que tem contrato com a Paisagem Filmes, de Letícia Spiller, que será protagonista e é co-produtora do filme. Enquanto isso, Gabriela vai repetir a parceria com Rodrigo Teixeira em seu próximo projeto, o filme sobre exorcismo A Cadeira Escondida. Mais informações sobre as produções devem ser divulgadas em breve.

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