Rocky Horror: 40 anos de puro prazer

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Rocky Horror Show

Foi ótimo quando tudo começou. O trecho da música Rose Tint My World já deixa claro o espírito do musical Rocky Horror Show. Criado pelo inglês Richard O’Brian em 1973, o espetáculo logo seguiu o caminho natural dos palcos para uma adaptação cinematográfica. O filme, batizado de Rocky Horror Picture Show, não fez sucesso na época do lançamento, em 1975, mas logo encontrou espaço, e um público fiel, no horário da meia-noite e desde então, não deixou mais as salas de cinema, onde sazonalmente volta a ser exibido com participação muito ativa da plateia.

Alias, qualquer fã de Rocky que teve a oportunidade, com certeza já esteve em uma destas exibições. E o mais interessante é que talvez 90% do público que frequenta estes eventos não apenas já assistiu ao filme várias vezes, como sabe os diálogos decorados. Além disso, as pessoas vão vestidas como os personagens. Desta forma, uma simples ida ao cinema significa diversão garantida para a sexta ou sábado à noite.

Rocky Horror Show é uma verdadeira homenagem aos filmes de ficção científica estilo B das décadas de 1950 e 1960. Além disso, o espetáculo ainda traz uma série de referências com destaque para o glam rock, a cultura gay, tudo embalado por uma trilha sonora contagiante e personagens cativantes, o que faz com que o filme não atinja apenas a um público, mas sim a diversos grupos. Desta forma, é até difícil classificar Rocky simplesmente como um musical de ficção científica ou uma trama gay ou uma homenagem ao estilo glam rocky dos anos 70. É tudo isso junto e talvez até um pouco mais.

Rocky Horror (2)

A trama acompanha o casal de noivos Brad e Janet, que durante uma tempestade acaba pedindo ajuda em um castelo localizado na beira da estrada. Mas o que os dois não imaginavam é que o local é na verdade uma nave espacial vinda do planeta Transexual, na galáxia da Transilvânia e comandada pelo cientista e travesti Frank N Firther, imortalizado nos palcos e no cinema pelo ator Tim Curry. Para completar, Brad e Janet chegam em uma noite muito especial, pois Frank está pronto para criar um Frankenstein para ele. Mas no lugar de um monstro costurado, somos apresentados a Rocky, um loiro alto e musculoso feito para atender as necessidades e desejos do seu mestre.

Em 2013, o musical completa 40 anos e nada mais justo do que fazer esta comemoração no local onde tudo começou: nos palcos. Desta forma, o musical Richard O’Brian’s Rocky Horror Show está circulando pelas principais cidades inglesas e o resultado é sempre o mesmo: casa cheia, gente fantasiada, todo mundo cantando. Em resumo, uma festa.

A nova montagem procura seguir os elementos que eternizaram a versão cinematográfica e que hoje é a maior referência do universo criado por O’Brian 40 anos atrás. Quem está acostumado ao luxo dos musicais londrinos, pode até estranhar os cenários simples. Mas por trás de cada fala ou coreografia, está uma coleção de referências cujos fãs se deleitam em reconhecer.

Rock (3)

Aliás, o público continua marcando presença de destaque dentro da trama. Chega a ser curioso observar as pessoas chegando para acompanhar o ritual. Sim, ir a um evento com a marca Rocky Horror Show no Reino Unido é praticamente um ritual. Seja sozinho, com amigos, casais, pais e filhos. Todos vão chegando e já vestidos para o grande evento. Neste quesito, homens usando meia arrastão e salto alto, em homenagem ao figurino de Frank, enquanto a maioria das mulheres vão com uniformes de empregadas, como a personagem Margenta. É um verdadeiro carnaval e logo a frente do teatro fica repleta destes transilvanianos.

Semelhante a exibição do filme com participação da plateia, o público canta, se levanta para dançar, repete falas dos personagens e até “colaboram” com o espetáculo. Do tradicional jornal na cabeça na hora em que Janet canta a música Over at the Frankstein’s place, onde as pessoas na plateia tiram jornais de suas bolsas para se protegerem “da chuva”, até lenços de adeus na canção I am Going Home.

Rocky Horror (3)

Chega a ser curioso ver como a animação toma conta de todos. Em qualquer musical londrino, é natural que as pessoas batam palmas durante as canções e aplaudam de pé ao final. Em Rocky Horror Show, é possível ver em várias músicas o público de pé, dançando e cantando as suas canções favoritas. Se depender deste novo público, Rocky, Frank, Brad, Janet e mais uma infinidade de personagens queridos pelo público continuarão dançando o Time Warp por muitos e muitos anos.

Segue o trailer do novo musical:

Segue exibição em Londres com participação da plateia:

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

3 thoughts on “Rocky Horror: 40 anos de puro prazer

  • 03/08/2013 em 17:42
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    Simplesmente um dos melhores musicais!

    Resposta
  • 31/07/2013 em 16:47
    Permalink

    O filme é maravilhoso, radiante!!! Inveja pura não ir a Londres ver o espetáculo….

    Resposta

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