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Sodom

O estilo de música “Metal” e o gênero artístico “Horror” sempre tiveram uma aproximação muito grande, exemplificado pela temática das letras, ilustrações das capas dos discos, ou pela própria postura e proposta agressiva das bandas em geral. No início da década de 1980, o “Heavy Metal” estava se desmembrando numa série de ramificações criando vários estilos ainda mais rápidos e extremos de sua já diferenciada música. Um dos primeiros novos rótulos foi denominado na época como “Thrash Metal”. Depois vieram o “Power Metal”, “Black Metal”, “Death Metal”, “Doom Metal” e mais uma infinidade de outros subgêneros. Na minha opinião, esses rótulos todos não trouxeram grandes benefícios ao estilo principal de onde originaram, ao contrário, de certa forma acabaram criando uma confusão com um inevitável desgaste. No final das contas, concordo plenamente com as sábias palavras do saudoso e falecido Chuck Schuldiner (1967-2001), guitarrista, vocalista e líder da banda americana “Death”, uma das mais significativas de todos os tempos: “Para mim é tudo Metal. Este monte de categorias acaba com tudo. Tire a primeira palavra de todas e deixe só uma: Metal”.

Com o surgimento do “Thrash Metal”, três bandas alemãs em especial podem ser consideradas precursoras desse agressivo estilo musical: “Destruction”, “Kreator” e “Sodom”. Curiosamente, todas estão na ativa até hoje, mesmo enfrentando uma série de dificuldades ao longo dos anos, e também todas já estiveram no Brasil em várias oportunidades mostrando suas performances ao vivo em ótimos e memoráveis shows.

O “Sodom” foi criado em 1983 pelo líder Angel Ripper (baixo e vocais, que mais tarde passou a ser conhecido como Tom Angelripper), além de Witch Hunter (bateria, e posteriormente assinando seu nome como Chris Witchhunter) e Aggressor (guitarra e vocais). Eles inicialmente buscavam referências e influências musicais em bandas consagradas como “Venom” e “Motorhead”. Os primeiros trabalhos foram as demo tapes “Witching Metal” (83) e “Victims of Death” (84), e com o lançamento dessa última o guitarrista Aggressor deixou a banda sendo substituído por Grave Violator, e Angel Ripper assumiu os vocais sozinho.

Com essa formação, surgiu o primeiro disco, o clássico EP “In the Sign of Evil” (84), que trazia na capa a figura bizarra de um carrasco, com músicas que tornaram-se imortais por sua brutalidade sonora como “Sepulchral Voice” e “Blasphemer”. Sobre esse disco, tenho uma curiosidade para relatar: antes de ser lançado oficialmente no Brasil, eu adquiri um vinil pirata em forma de split, trazendo “In the Sign of Evil” em um lado e o EP “Sentence of Death” do “Destruction” do outro lado, com capas em preto e branco, constituindo-se numa raridade de valor inestimável.

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A troca de guitarristas ainda continuava e dessa vez Destructor assumia agora a posição para o álbum seguinte, “Obsessed By Cruelty” (86), que teve um nível de produção ruim e uma baixa performance do novo guitarrista. Ele também foi substituído passando a vaga para Frank Blackfire, um músico bem mais técnico com o instrumento. Com essa formação, a banda se estabilizou por alguns anos e lançou mais cinco álbuns até 1989: “Expurse of Sodomy” (EP de 87), “Persecution Mania” (LP de 87), “The Mortal Way of Life” (88, ao vivo), “Agent Orange” (LP de 89) e “Ausgebombt” (EP de 89). Nesses trabalhos, o “Sodom” mostrou um metal poderoso, com um vocal gritado e rasgado, além de uma bateria detonadora num ritmo à velocidade da luz, explorando com maior ênfase nas letras o tema da brutalidade da Guerra e suas consequências devastadoras para a humanidade. Músicas marcantes como “Nuclear Winter” e “Agent Orange” destacam-se dentro dessa ideia. Curiosamente, a banda gravou também dois covers do “Motorhead”. Um é “Iron Fist”, numa ótima versão que foi veiculada no LP “Persecution Mania”, e o outro é “Ace of Spades”, gravado ao vivo em “One Night in Bangkok”.

Em 1990, o “Sodom” lançou o disco “Better off Dead”, já com um outro novo guitarrista, Michael Hoffmann, mudando um pouco o estilo musical da banda, investindo menos na sua agressividade tradicional, o que de certa forma começou a mostrar sinais de decadência e desgaste, principalmente também pelo fato de na mesma época estarem proliferando uma infinidade de outras excelentes bandas apresentando um estilo musical ainda mais agressivo, rotulado como “Death Metal”.

A banda sempre teve problemas de instabilidade com os guitarristas e após o lançamento do EP “The Saw is the Law” em 1991, Michael Hoffmann é substituído por Andy Brings, que ficou com o grupo até 1994. Nesse período o “Sodom” gravou três álbuns, “Tapping the Vein” (92), “Aber bitte mit Sahne!” (93) e “Get What You Deserve” (94). Porém, nessa época também o tradicional baterista Chris Witchhunter, que estava com a banda desde o início, resolveu sair após a gravação de “Tapping the Vein”, e em seu lugar Atomic Steif assumiu as baquetas, vindo em 1995 um novo trabalho chamado “Masquerade in Blood”, com outro guitarrista, Dirk Strahlmeier.

As constantes mudanças de formação juntamente com um desgaste natural de tantos anos de estrada, fez com que o “Sodom” diminuísse sua produção inédita. Tanto que em 1996 foi lançado “Ten Black Years – Best of”, um disco duplo trazendo uma coletânea das melhores músicas da carreira ao longo de mais de uma década de metal.

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Somente em 1998 o “Sodom” retornaria, com o líder Tom Angelripper em outra nova formação, trazendo ao seu lado o baterista Bobby Schottkowski e o guitarrista Bernemann. Eles lançaram então “’Til Death Do Us Unite”, sendo o primeiro disco não produzido pela tradicional gravadora “Steamhammer/SPV”, que esteve com a banda desde sua criação. Depois vieram ainda mais dois álbuns, “Code Red” (1999) e “M-16” (2001), este último voltando a ser produzido pela “SPV”.

Nesse meio tempo, um grupo de bandas foi convidada para gravarem covers para um disco em tributo ao “Sodom” chamado “Homage to the Gods – Tribute to Sodom”. Foi um total de quinze bandas, entre elas “Cradle of Filth”, “Impaled Nazarene” e “Dark Funeral”, e curiosamente teve a participação da excelente banda gaúcha “Krisiun” (com o cover de “Nuclear Winter”), bastante conhecida e admirada internacionalmente através de várias turnês divulgando seu trabalho e o nome do Brasil por todo o mundo.

M-16” tem um excelente e agressivo desenho de capa mostrando um imponente soldado carregando um companheiro morto em adiantado estado de putrefação, com a temática das letras abordando principalmente a “Guerra do Vietnã”, com mensagens críticas e de alerta para a irracionalidade da guerra.

Em 2003 o “Sodom” lançou seu terceiro trabalho ao vivo (depois de “Mortal Way of Live”, 88, e “Marooned”, 94), o disco duplo “One Night in Bangkok”, gravado na Tailândia, com 24 músicas representando toda a carreira da banda, incluindo “Outbreak of Evil”, “Blasphemer” e “Witching Metal”, do já clássico EP “In the Sign of Evil”.

Em 2006 eles lançaram um CD auto intitulado “Sodom” e em 2007 a banda lançou “The Final Sign of Evil”, uma regravação das cinco músicas do EP de 84 acrescentando outras sete inéditas que foram criadas para este álbum, mas que foram descartadas por decisão da gravadora. Além disso, foi reunida a formação original do EP “In the Sign of Evil”, com Tom Angelripper no vocal e baixo, Grave Violator na guitarra e Chris Witchhunter na bateria.

No ano de 2010 houve nova troca na formação, com a saída do baterista Bobby Schottkowski, e sua vaga sendo ocupada por Makka, que gravou o álbum de estúdio “Epitome of Torture” em 2013.
O “Sodom” certamente é uma das grandes bandas do Metal mundial, com uma consagrada carreira artística apoiada por milhares de fãs espalhados ao redor do planeta.

DEMO TAPES

Witching Metal (Independente – 1983). Formação: Angel Ripper (baixo e vocais), Witchhunter (bateria), Aggressor (guitarra e vocais). Músicas: Devil´s Attack / Witching Metal / Live From Hell / Poisoned Blood

Victim of Death (Independente – 1984). Formação: Angel Ripper (baixo e vocais), Witchhunter (bateria), Aggressor (guitarra e vocais). Músicas: Witchhammer / Devil´s Attack / Let´s Fught in the Darkness of Hell / Victim of Death / Live From Hell / Poisoned Blood /Satan´s Configuration / Witching Metal

DISCOGRAFIA

In The Sign Of Evil (Devil´s Game – 1984). Formação: Angel Ripper (vocal e baixo), Witchhunter (bateria), Grave Violator (guitarra). Músicas: Outbreak Of Evil / Sepulchral Voice / Blasphemer / Witching Metal / Burst Command Til War.

Obsessed By Cruelty (Metal Blade Records – 1986). Formação: Angel Ripper (vocal e baixo), Witchhunter (bateria), Destructor (guitarra). Músicas: Deathlike Silence / Brandish The Sceptre / Proselytism Real / Equinox / After The Deluge / Obsessed By Cruelty / Fall Of Majesty Town / Nuctemeron / Pretenders To The Throne / Witchhammer / Volcanic Slut.

Expurse Of Sodomy (Steamhammer – 1987). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Chris Witchhunter (bateria), Frank Blackfire (guitarra). Músicas: Sodomy And Lust / The Conqueror / My Atonement.

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Persecution Mania (Steamhammer – 1987). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Chris Witchhunter (bateria), Frank Blackfire (guitarra). Músicas: Nuclear Winter / Electrocution / Iron Fist (cover do “Motorhead”) / Persecution Mania / Enchanted Land / Procession To Golgatha / Christ Passion / Conjuration / Bombenhagel.

Mortal Way Of Live (Steamhammer – 1988) LIVE. Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Chris Witchhunter (bateria), Frank Blackfire (guitarra). Músicas: Persecution Mania / Outbreak Of Evil / Conqueror / Iron Fist / Obsessed By Cruelty / Nuclear Winter / Electrocution / Blasphemer / Enchanted Land / Sodomy And Lust / Christ Passion / Bombenhagel / My Atonement / Conjuration.

Agent Orange (Steamhammer – 1989). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Chris Witchhunter (bateria), Frank Blackfire (guitarra). Músicas: Agent Orange / Tired And Red / Incest / Remember The Fallen / Magic Dragon / Exhibition Bout / Ausgebombt / Baptism Of Fire / Don’t Walk Away.

Ausgebombt (Steamhammer – 1989). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Chris Witchhunter (bateria), Frank Blackfire (guitarra). Músicas: Ausgebombt / Don’t Walk Away / Incest.

Better Off Dead (Steamhammer – 1990). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Chris Witchhunter (bateria), Michael Hoffmann (guitarra). Músicas: An Eye For An Eye / Shellfire Defense / The Saw Is The Law / Turn Your Head Around / Capture The Flag / Cold Sweat / Bloodtrails / Never Healing Wound / Better Off Dead / Resurrection / Tarred And Feathered / Stalinorgel.

The Saw Is The Law (Steamhammer – 1991). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Chris Witchhunter (bateria), Michael Hoffmann (guitarra). Músicas: The Saw Is The Law / Tarred And Feathered / The Kids Wanna Rock.

Tapping the Vein (Steamhammer – 1992). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Chris Witchhunter (bateria), Andy Brings (guitarra). Músicas: Body Parts / Skinned Alive / One Step Over the Line / Deadline / Bullet in the Head / The Crippler / Wachturm / Tapping the Vein / Back to War / Hunting Season / Reincarnation.

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Aber bitte mit Sahne! (Steamhammer – 1993). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Atomic Steif (bateria), Andy Brings (guitarra). Músicas: Aber bitte mit Sahne / Sodomized / Abuse / Skinned Alive ’93.

Get What You Deserve (Steamhammer – 1994). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Atomic Steif (bateria), Andy Brings (guitarra). Músicas: Get What You Deserve / Jabba The Hut / Jesus Screamer / Delight In Slaying / Die Stumme Ursel / Freaks Of Nature / Eat Me / Unbury The Hatchet / Into Perdition / Sodomized / Fellows In Misery / Tribute To Moby Dick (instrumental) / Silence Is Consent / Erwachet! / Gomorrah / Angel Dust.

Marooned (Steamhammer – 1995). LIVE. Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Atomic Steif (bateria), Andy Brings (guitarra). Músicas: Intro / Outbreak of Evil / Jabba the Hut / Agent Orange / Jesus Screamer / Ausgebombt / Tarred ant Fathered / Abuse / Remember the Fallen / An Eye For An Eye / Tired and Red / Eat Me / Die Stumme Ursel / Sodomized / Gomorrah / One Step Over the Line / Freaks of Nature / Aber Bitte Mit Sahne / Silence is Consent / Wachturm/Erwachtet / Stalinhagel / Fratucide / Gone to Glory.

Masquerade In Blood (Steamhammer – 1995). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Atomic Steif (bateria), Dirk Strahlmeier (guitarra). Músicas: Masquerade In Blood / Gathering Of Minds / Fields Of Honour / Braindead / Verrecke! / Shadow Of Damnation / Peacemaker’s Law / Murder In My Eyes / Unwanted Youth / Mantelmann / Scum / Hydrophobia / Let’s Break The Law.

Ten Black Years – Best Of (Steamhammer – 1996) DUPLO. CD 1 – Tired And Red / The Saw Is The Law / Agent Orange / Wachturm/Erwachet / Ausgebombt / Sodomy And Lust / Remember The Fallen / Nuclear Winter / Outbreak Of Evil / Resurrection / Bombenhagel / Masquerade In Blood / Bullet In The Head / Stalinhagel / Shellshock / Angel Dust. CD 2 – Hunting Season / Abuse / 1000 Days Of Sodom / Gomorrah / Unwanted Youth / Tarred & Feathered / Iron Fist / Jabba The Hut / Silence Is Consent / Incest / Shellfire Defense / Gone To Glory / Fratricide / Verrecke! / One Step Over The Line / My Atonement / Sodomized / Aber bitte mit Sahne / Die stumme Ursel / Mantelmann.

‘Til Death Do Us Unite (Gun Records – 1998). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Bernemann (guitarra), Bobby Schottkowski (bateria). Músicas: Frozen Screams / Fuck The Police / Gisela / That’s What An Unknown Killer Diarized / Hanging Judge / No Way Out / Polytoximaniac / ‘Til Death Do Us Unite / Hazy Shade Of Winter / Suicidal Justice / Wander In The Valley / Sow The Seeds Of Discord / Master Of Disguise / Schwerter zu Pflugscharen / Hey, Hey, Hey Rock’n Roll Star.

Code Red (Drakkar Entertainment – 1999). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Bernemann (guitarra), Bobby Schottkowski (bateria). Músicas: Intro / Code Red / What Hell Can Create / Tombstone / Liquidation / Spiritual Demise / Warlike Conspiracy / Cowardice / The Vice of Killing / Visual Buggery / Book Burning / The Wolf and the Lamb / Addicted to Abstinence.

Homage To The Gods – Tribute To Sodom. 1. Cradle of Filth – Sodomy and Lust / 2. Impaled Nazarene – Burst Command ‘til War / 3. Krisiun – Nuclear Winter / 4. Dark Funeral – Remember the Fallen / 5. Luciferion – Blasphemer / 6. Atanatos – Outbreak of Evil / 7. Decayed Remains – Christ Passion / 8. Enthroned – Conqueror / 9. Desaster – Proselytism Real / 10. Swordmaster – Witchhammer / 11. Reverant – Agent Orange / 12. Goddess of Desire – Bombenhagel / 13. Order from Chaos – Nuctemeron / 14. Brutal Truth – Sepulchral Voice / 15. Randalica – Ausbruch des Bösen.

M-16 (Steamhammer – 2001). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Bernemann (guitarra), Bobby Schottkowski (bateria). Músicas: Among The Weirdkong / I Am The War / Lead Injection / Little Boy / M-16 / Minejumper / Napalm In The Morning / Marines / Genocide / Cannon Fodder / Surfin`Bird.

One Night in Bangkok (Steamhammer – 2003). LIVE. Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Bernemann (guitarra), Bobby Schottkowski (bateria). Músicas: Disco 1 – Among The Weirdkong / The Vice of Viking / Der Wachturm / The Saw is the Law / Blasphemer / Sodomized / Remember the Fallen / I Am the War / Eat Me! / Masquerade in Blood / M-16 / Agent Orange / Outbreak of Evil. Disco 2 – Sodomy and Lust / Napalm in the Morning / Fuck the Police / Tombstone / Witching Metal / The Enemy Inside / Die Stumme Ursel / Ausgebombt / Code Red / Ace of Spades (cover do “Motorhead”) / Stalinhagel. Inclui um vídeo com a música Among The Weirdkong.

Sodom (Steamhammer – 2006). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Bernemann (guitarra), Bobby Schottkowski (bateria). Músicas; Blood On Your Lips / Wanted Dead / Buried in the Justice Ground / City of God / Bibles and Guns / Axis of Evil / Lords of Depravity / No Captures / Lay Down the Law / Nothing to Regret / The Enemy Inside.

The Final Sign of Evil (Steamhammer – 2007). Formação: Tom Angelripper (Thomas Such – vocal e baixo), Grave Violator (Josef “Peppi” Dominic – guitarra), Chris Witchhunter (Christian Dudeck – bateria). Músicas: The Sin f Sodom / Blasphemer / Bloody Corpse / Witching Metal / Sons of Hell / Burst Command Til War / Where Angels Die / Sepulchral Voice / Hatred of the Gods / Ashes to Ashes / Outbreak of Evil / Defloration.

In War and Pieces (Steamhammer – 2010). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Bernemann (guitarra), Bobby Schottkowski (bateria). Músicas: In War and Pieces / Hellfire / Through Toxic Veins / Nothing Counts More than Blood / Storm Raging Up / Feigned Death Throes / Soul Contraband / God Bless You / The Art of Killing Poetry / Knarrenheinz / Styptic Parasite.

Epitome of Torture (Steamhammer – 2013). Formação: Tom Angelripper (vocal e baixo), Bernemann (guitarra), Makka (bateria). Músicas: My Final Bullet / S.O.D.O.M. / Epitome of Torture / Stigmatized / Cannibal / Shoot Today – Kill Tomorrow / Invocating the Demons / Katjuscha / Into the Skies of War / Tracing the Victim.

“The sin of Sodom is the sign of evil. It’s time to die. Death stands behind the door. Satan sends his warriors. Demons break out of Hell. Shrill cries. Angel dies. Shrill cries. Outbreak of evil. With swords and axes. The fight hard. In a massacre they feel the hot smart. None can survive. People will destroy. Souls like hell. Where demons make a toy.” – “Outbreak of Evil”

SODOMY AND LUST

OBS.: Artigo publicado originalmente na fase impressa desse fanzine, número 70 (Janeiro de 2003).

“Sodom” e “Nuclear Assault” em São Paulo:

Um terremoto sonoro que abalou as estruturas do “Direct TV Music Hall”

Em 20/02/2005 tive o privilégio de testemunhar no “Direct TV Music Hall”, em Moema, São Paulo, o show das bandas “Sodom” e “Nuclear Assault” (EUA). Ambas já tinham vindo tocar no Brasil, porém só pude ver na época o “Nuclear Assault” (foi num show com o “Sepultura” em 1989 no extinto “Dama Xoc” em Pinheiros, São Paulo, sendo que eles também vieram ao Brasil em 2002). A banda americana foi formada em 1985, conta com John Connelly (vocal / guitarra), Danny Lilker (baixo), Glenn Evans (bateria) e Scott Harrington (guitarra), e estão lançando seu novo álbum, Alive Again.

Já o “Sodom” esteve antes no Brasil em 1997. Com seus primeiros discos priorizando temas satânicos (onde o EP de estreia, “In the Sign of Evil”, é um dos mais autênticos e memoráveis trabalhos do gênero), o “Sodom” depois direcionou a temática das letras de suas músicas para assuntos como a violência das guerras que assolam a humanidade ao redor do mundo.

Eu particularmente prefiro as primeiras formações do “Sodom” e os álbuns produzidos até o início dos anos 90, cuja música representou uma agressividade sonora que ficou registrada para sempre na história do metal. Mas a banda é guerreira e todos os seus trabalhos são dignos de serem enaltecidos constantemente pelos fãs (como eu) ao redor do mundo.

O dia 20/02 foi extremamente especial, primeiro porque o “São Paulo” ganhou de 3×0 do rival “Palmeiras” pelo Campeonato Paulista de Futebol 2005, com direito até a um gol do goleiro artilheiro Rogério Ceni, e depois pelo show arrasador do “Nuclear Assault” e “Sodom”, um terremoto de porradas sonoras para ficarem gravadas na memória para sempre.

A banda americana abriu o espetáculo com uma apresentação de aproximadamente 45 minutos, com destaque para o baterista Glenn Evans, que massacrou seu instrumento com uma energia incrível. Depois vieram os alemães do “Sodom” em mais uma hora e quinze minutos de um show inesquecível. O líder, baixista e vocal Tom Angelripper é muito carismático e tem uma excelente presença de palco, interagindo constantemente com o público que lotou o “Direct TV Music Hall”. Ele informou que o show estava sendo gravado para compor um futuro DVD, esperando uma grande recepção dos fãs.

Das músicas escolhidas para o repertório, muitas são antigas e pertencentes aos primeiros trabalhos da banda. Entre elas, “The Saw is the Law”, “Sodomized”, “Outbreak of Evil” e “Witching Metal”, sendo essas duas clássicas e tocadas em versões mais modernas e furiosas, “Bombenhagal” e “Ausgebombt”, além de “Remember the Fallen” e “Sodomy and Lust”, ambas junto com o convidado Frank Blackfire, que foi o guitarrista da banda até o final dos anos 80, tocando também com o “Kreator”, e que se mudou para o Brasil montando a banda de Thrash MetalMystic” e adotando o nome Frank Gosdzik. Teve também “Blasphemer”, com outro convidado, Danny Lilker, baixista do “Nuclear Assault”, e com Tom Angelripper fazendo somente os vocais, e até um cover da lendária banda “Motorhead”, com “Ace of Spades”.

Um evento único que ficará registrado para sempre no pensamento de todos aqueles que tiveram o privilégio de testemunhar mais uma ferocidade do metal, pois “The sin of Sodom is the sign of evil”.

OBS.: Notícia publicada originalmente no blog “Infernotícias” em 22/02/05.

O ex-baterista da banda alemã de Thrash Metal “Sodom”, Chris Witchhunter, morreu em 07/09/08

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É desanimador constatar que o tempo está passando e que ídolos do metal extremo, personalidades lendárias e de extrema importância para a história desse estilo musical, estão morrendo (não de velhice, mas por problemas de saúde). Basta citar rápidos exemplos como Quorthon (Tomas Forsberg, 1966 / 2004, do “Bathory”), Paul Baloff (1960 / 2002, do “Exodus”), Chuck Schuldiner (Charles Michael Schuldiner, falecido em 2001, do “Death”), e Jesse Pintado (falecido em 2006, do “Terrorizer”).

Dessa vez, a notícia ruim é a morte (não foram divulgadas as causas) de Chris Witchhunter (Christian Dudeck), que foi o baterista do “Sodom” entre 1982 e 1992, e também na gravação do CD “The Final Sign of Evil” (2007), uma homenagem ao Thrash Metal dos anos 80.

A melhor e inigualável formação do “Sodom” em minha opinião foi com Tom Angelripper no baixo e vocal, Frank Blackfire na guitarra e Chris Witchhunter na bateria (foto).

Ele participou dos seguintes álbuns: “In the Sign of Evil” (1984, EP), “Obsessed by Cruelty” (1986), “Expurse Of Sodomy” (1987, EP), “Persecution Mania” (1987), “Mortal Way Of Live” (Ao vivo, 1988), “Agent Orange” (1989), “Ausgebombt” (1989, EP), “Better Off Dead” (1990), “Tapping the Vein” (1992) e “The Final Sign Of Evil” (2007).

Fica aqui minha homenagem e tributo, em nome do site Boca do Inferno, do blog Infernotícias e de meus fanzines Astaroth e Juvenatrix, para Chris Whitchhunter, um dos melhores bateristas de todos os tempos, e que permanecerá imortal através do legado deixado por sua música.

OBS.: Notícia publicada originalmente no blog “Infernotícias” em 10/09/08.

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3 Comentários

  1. Gostei muio do artigo, seria bom se o site continuasse escrevendo sobre bandas de metal, pois os sites relacionados ao gênero horror não costumam fazer isso.

  2. Faço um apelo: continue escrevendo matérias sobre bandas de metal extremo. São excelentes.

    Grande abraço.

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