A horripilância sonora no metal extremo teve início no final da década de 1980, quando alguns dinossauros como Necrophagia, Repulsion, Impetigo, dentre outros, decidiram incrementar o som mais rápido e pesado da época com letras de horror, influenciando uma legião de bandas que foram apodrecendo cada vez mais o estilo até consolidar a sonoridade brutal na forma que conhecemos hoje.
O triênio 1989-1991 foi crucial para o surgimento de novos elementos e aprimoramento na forma de produzir música aterrorizante com voz de monstro, ocasionando uma avalanche de clássicos que seriam lembrados por décadas, como é o caso dessa meia dúzia de discos abaixo, lançados no produtivo ano de 1991, que “trintaram” (ou ainda vão trintar) em 2021.
Autopsy (Mental Funeral)
Quando o assunto é death/doom clássico com temática sanguinária, fica impossível não falar sobre a genialidade do Autopsy na arte de produzir um som cadenciado e extremamente brutal. Mental Funeral é o segundo full-lenght deles e traz um som denso, homogêneo, e com fartura de riffs, tanto em quantidade quanto em qualidade.
Cannibal Corpse (Butchered at Birth)
Avassalador, doentio e extremamente brutal. Esse é o segundo disco lançado pela gigante Cannibal Corpse, que já foi citada inúmeras vezes como a banda de death metal mais conhecida do mundo. Começando pela capa sanguinária e passando pelas letras nojentas, a agressividade chocante do quinteto estadunidense marcou uma geração com o som encorpado e maciço apresentado nas faixas do álbum.
Carcass (Necroticism – Descanting the Insalubrious)
Depois de definir os parâmetros sonoros do goregrind com reek of putrefaction e gravar o primeiro disco chamado de splatter death metal (sick of sickness), o ícone Carcass lança esse terceiro disco, que, pasmem, cria mais um subestilo. Dessa vez, o death metal melódico, com Necroticism Descanting the Insalubrious. É muita inovação para uma banda só. Bill, Jeff e Ken, obrigado pelo legado de vocês.
General Surgery (Necrology)
Esse breve EP apresenta elementos de splatter death metal e goregrind em sua essência e pode ser considerado um dos melhores trabalhos de todos os tempos nos dois estilos. Esse aqui é disco pra deixar no repeat fritando e escutar o dia inteiro sem enjoar. Material indispensável na estante dos colecionadores de itens sanguinários musicais.
Impetigo (Faceless)
Impetigo dispensa apresentações. Esses figuras foram os primeiros no metal extremo a se dedicarem quase que completamente às obras de horror do cinema como referência nas letras das suas músicas. Além da faixa título Faceless, que tem como tema o filme de Jesus Franco lançado em 1987, esse EP ainda traz Sinister Urge, que foi inspirada no filme de mesmo nome, dirigido por Ed Wood, e Bloody Pit of Horror, uma homenagem ao divertido e pavoroso Il Boia Scarlatto, do diretor Massimo Pupillo.
Pungent Stench (Been Caught Buttering)
E por último, mas não menos importante, o lendário segundo full-lenght do trio austríaco Pungent Stench. Empatado com Butchered at Birth, Been Caught Buttering encabeça o ranking das capas mais chocantes e animalescas lançadas em 1991. E além da capa, as letras do baterista Alex Wank voiciferadas por Martin Schirenc aliadas ao som avassalador do instrumental fazem desse disco um dos mais icônicos do estilo.
Tenho ouvido muito Into the Grave, do Grave. Grande clássico e baita começo!