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Os Cavaleiros do Apocalipse (2009)

Os Cavaleiros do Apocalipse
Original:Horsemen
Ano:2009•País:EUA
Direção:Jonas Åkerlund
Roteiro:Dave Callaham
Produção:Andrew Form, Michael Bay
Elenco: Dennis Quaid, Ziyi Zhang, Lou Taylor Pucci, Clifton Collins Jr., Barry Shabaka Henley, Patrick Fugit, Eric Balfour, Paul Dooley

Este é o primeiro longa metragem dirigido por Jonas Åkerlund, ex-bateirista da banda de black metal Bathory, hoje videoclipeiro assumido. Åkerlund já produziu e dirigiu vídeos musicais pra ninguém menos do que Madonna, Moby e Metallica – só pra citar alguns nomes consagrados que começam com a letra M. Infelizmente, comprovando que a linguagem do videoclipe e a do cinema nem sempre são compatíveis, que a transição entre estes dois universos não é tão simples como alguns pensam e que em raros casos resulta em algo que impressione de verdade, nosso amigo sueco nos apresenta Os Cavaleiros do Apocalipse, um suspense que apesar de bem produzido, nada acrescenta ao gênero. Versão menos inspirada de Seven – Os Sete Crimes Capitais (1995), o filme é um emaranhado um tanto sem graça de clichês, costurados sem nenhum empenho pelo roteirista Dave Callaham, o mesmo do clássico Doom, A Porta do Inferno (2005). A falta de originalidade se manifesta principalmente na concepção dos personagens, uma coleção de tipos clássicos: o policial atormentado pela morte da esposa, o filho problemático, o parceiro suspeito, o assassino em série que segue ao pé da letra alguma bobagem que leu na Bíblia.

Os Cavaleiros do Apocalipse segue a linha daquelas produções que muito prometem e nada cumprem. Após a sequência inicial, em que vemos os dentes da primeira vítima já arrancados e postos em uma bandeja, imaginamos que o filme possa seguir o estilo não-pouparemos-o-espectador, tão bem representado pelas franquias iniciadas por Jogos Mortais (2004) e O Albergue (2005), produções que abusam da chamada violência on-screen. Mas engano nosso, a sequência é apenas um falso indício do que poderia ser (mas nunca é). Tudo o que teremos serão algumas cenas mostrando as vítimas penduradas em ganchos, uma prática comum entre as tribos de body piercings e tatuadores (chamada por eles de suspensão), que já foi explorada pelo também fraco Mórbido Silêncio, estrelado em 1998 por Robert Englund e Dee Snider (vocalista da banda de heavy metal Twisted Systers). Mas acaba aí. Para os fanáticos hardcore mais perturbados, não há violência nenhuma que choque em Os Cavaleiros do Apocalipse.

A segunda promessa, que deixaria o filme inteligente, é o final surpresa ou uma possível reviravolta. Mas como imaginam, também não acontece. Pelo menos não com o impacto desejado. Já nos primeiros minutos, o espectador desconfia da relação entre os assassinatos e o detetive, e o que era pra surpreender torna-se o óbvio do óbvio, embora o roteiro arbitrariamente insira durante o desenrolar da trama alguns personagens novos para confundir o espectador.

Provavelmente a participação do especialista em blockbusters Michael Bay na produção tenha permitido ao elenco contar com nomes mais conhecidos, que servem de chamariz aos espectadores menos atentos, como o de Dennis Quaid (Ponto de Vista, 2008) e o da chinesa Zhang Ziyi (Memórias de uma Gueixa, 2005). Na somatória dos poucos prós com os muitos contras, o desempenho razoável de elenco acaba tendo um peso positivo e tornando-se o único motivo realmente válido para se ver The Horsemen.

O filme teve uma passagem relâmpago pelos cinemas americanos (e em poucas salas, diga-se de passagem) em março do ano de 2009 e já está disponível em DVD (trazendo cenas deletadas e comentários do diretor) no mercado internacional pela Lionsgate. No Brasil, o filme foi lançado diretamente no mercado de vídeo pela Sony Pictures.

Enfim, faltou inspiração, talento, originalidade e empenho em Os Cavaleiros do Apocalipse. E após a edição final, parece que os próprios produtores desconfiaram do material que tinham em mãos e acabaram lançando nos cinemas o filme com apenas 86 minutos. Sorte a nossa.

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