Sentença de Morte
Original:Death Sentence
Ano:2007•País:EUA Direção:James Wan Roteiro:Ian Mackenzie Jeffers, Brian Garfield Produção:Ashok Amritraj, Howard Baldwin Elenco:Kevin Bacon, Garrett Hedlund, Kelly Preston, Garrett Hedlund, Jordan Garrett, Stuart Lafferty, Aisha Tyler, Matt O'Leary, Leigh Whannell |
Em seu terceiro trabalho na direção, o malaio James Wan (de Jogos Mortais) mostra que atingiu a maturidade cinematográfica, provando que se pode fazer um bom filme partindo de uma ideia simples e pouco original, explorada centena de vezes pelo cinema contemporâneo.
Curiosamente, com Sentença de Morte, o caminho foi o inverso ao percorrido em 2004, quando Wan tinha em mãos um roteiro inédito e cheio de reviravoltas, e apesar dos recursos limitados (algo em torno de US$ 1 milhão), abalou o apático mercado cinematográfico de horror com o excelente Jogos Mortais.
O roteiro de Sentença de Morte, escrito por Ian Jeffers, é uma adaptação do best seller escrito em 1975 por Brian Garfield, autor dos suspenses que originaram O Padrasto e a série Desejo de Matar. Garfield escreveu Death Sentence como uma espécie de continuação de Death Wish (Desejo de Matar), já que ficara muito decepcionado com o resultado da versão protagonizada nos cinemas por Charles Bronson.
Ian Jeffers transporta a trama de Sentença de Morte para a atualidade, mas não altera a essência do enredo original, uma espécie de releitura do tema abordado em Desejo de Matar: um homem comum, uma tragédia familiar e uma violenta vingança. Enredo, aliás, repetido eternamente em roteiros de filmes de ação.
Kevin Bacon (de Ecos do Além) interpreta brilhantemente o pai de família que se transforma num vingador implacável e insano, algumas vezes lembrando De Niro em Taxi Driver, de Martin Scorsese. Anteriormente, Bacon já havia comprovado seu talento em filmes como O Lenhador e Assassinato em Primeiro Grau. Ao elenco soma-se Kelly Preston (Um Drink no Inferno) como sua esposa e o jovem Stuart Lafferty, interpretando o seu filho; além da participação do ótimo John Goodman (Vivendo no Limite), como um traficante de armas. Outra participação especial é a do co-roteirista de Jogos Mortais, Leigh Whannell, como um dos membros da gangue de vilões que atacam a família do protagonista.
A violência em Sentença de Morte pode acabar incomodando alguns espectadores; afinal não há como ficar indiferente em cenas onde um pai testemunha o brutal assassinato do filho e da esposa, por exemplo. O interessante é que tal evento desencadeia certa cumplicidade entre o espectador e a personagem; vingar a morte da família parece ser a única forma de justiça aplicável.
A ótima trilha sonora conta com duas canções da banda de psyco-rock The Black Angels: as ressonantes Young Man Dead e The Prodigal Sun; a bela balada Alright, da banda neozelandesa Pilot Speed e o clássico Hey Joe, na voz do imortal Jimmi Hendrix.
infelizmente, Sentença de Morte amargou uma fraca bilheteria nos Estados Unidos, assim como Gritos Mortais, filme anterior de James Wan. No Brasil o filme foi lançado diretamente em DVD pela Paris Filmes. A edição traz o filme em versão widescreen e áudio em inglês e português Dolby 5.1. Como extras: sinopse, ficha técnica, diversos trailers, um making off intitulado Fox Movie Channel Apresenta: Making a Scene e uma entrevista com Bacon em Life After Film School.
O destaque (negativo) vai para a horrível capa brasileira. Dentre tantos pôsteres bacanas produzidos para o lançamento do filme no cinema, a distribuidora nacional resolveu escolher justamente o menos criativo. A arte da capa lembra muito mais um destes filmes baratos de ação que se encontram aos montes nas prateleiras das vídeo-locadoras.
(o parágrafo abaixo contém SPOILERs)
Está certo que falta um pouco de originalidade em Sentença de Morte. O filme faz algumas referências, propositais ou não, a outras obras, como os já citados Táxi Driver e Desejo de Matar. Mas a semelhança é muito maior com Taxi Driver, principalmente durante as sequências que encerram o filme. Como uma grande homenagem ao clássico de Scorcese, o personagem de Bacon raspa a cabeça, assim como fez De Niro quando interpretou o taxista enlouquecido. E ainda no duelo final, Bacon acaba baleado no pescoço e o vilão tem seus dedos arrancados por um disparo; sequência que lembra muitíssimo o desfecho de Táxi Driver .
Enfim, apesar do fracasso comercial nos cinemas, Sentença de Morte atinge o seu objetivo com o espectador: incomoda pela crueza de um enredo violento e pela insanidade gradativa do protagonista em busca de vingança.
Acho que pela empatia… mas adoro esse filme! O que mais choca, é a transformação no que ele próprio abominou.
nem conhecia,mas adoro o James Wan e o Kevin Bacon,procurarei pra assistir logo.