Would you Rather (2012)

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Would you Rather
Original:Would you Rather
Ano:2012•País:EUA
Direção:David Guy Levy
Roteiro:Steffen Schlachtenhaufen
Produção:Maura Anderson, Zak Kilberg, David Guy Levy
Elenco:Brittany Snow, Jeffrey Combs, Jonny Coyne, Lawrence Gilliard Jr, Enver Gjokaj, Sasha Grey, John Heard, Charlie Hofheimer, Logan Miller, June Squibb, Eddie Steeples, Robin Taylor, Robb Wells

Jogos psicológicos e psicopatas sem motivo aparente já foram abordados diversas vezes na história do cinema de horror. Alguns tentam provar uma filosofia à sua maneira (Jogos Mortais), uma experiência científica (Cubo), outros simplesmente pelo prazer sádico de ver seres humanos sucumbirem aos mais ricos e poderosos (O Albergue 3). Would You Rather, dirigido pelo desconhecido David Guy Levy, é mais um destes filmes, porém merece uma boa olhada pelo roteiro simples e bem construído (apesar dos buracos), grandes momentos de tensão e um elenco com excelentes nomes – uma mistura de aflição e prazer para o espectador.

Nossa mocinha, Iris (Brittany Snow, A Morte Convida para Dançar), tem problemas financeiros e um irmão (Logan Miller) acometido de câncer, que precisa urgentemente de um transplante de medula. Milagrosamente um homem chamado Sheppard Lambrick (Jeffrey Combs, Re-animator) cruza seu caminho e aparece na clínica do Dr. Barden (Lawrence Gilliard Jr., O Operário) onde trabalha oferecendo uma chance de mudar sua vida por completo, não somente financeiramente, mas também arranjando o transplante para o irmão que tanto precisa. Tudo o que ela tem a fazer é participar de um jantar e de um jogo com outros sete competidores, e se sair vencedora, ganhará o prêmio.

Um pouco relutante, ela pega o cartão de Lambrick e finalmente decide participar (afinal, se fosse ao contrário não teríamos filme, não é verdade?) e mais a noite é levada a mansão onde o jogo se dará. Lambrick se apresenta aos oito competidores com suas histórias e motivos para estarem no recinto e também introduz seu filho e ao seu mordomo Bevans (Jonny Coyne, Lara Croft Tomb Raider – A Origem da Vida).

No jantar já é possível ter uma introdução do que os espera: Lambrick oferece 10 mil dólares à Iris se ela, uma vegetariana ferrenha, comer um grande bife de carne mal passada e 50 mil dólares a outro competidor se ele, um ex-alcoolatra, matar uma garrafa do melhor uísque que o dinheiro pode comprar. Mexer com as bases da dignidade de cada um e provar seu ponto de que cada pessoa tem um preço, isto é o que Lambrick aparentemente tenta provar…

O ricaço dá uma última chance para que quem quiser ir embora o faça, contudo todos os oito permanecem. E a coisa começa para valer… O jogo em si é simples: em cada rodada, a cada jogador serão dadas duas alternativas, as duas altamente desagradáveis (para si ou para outro), o participante precisa escolher uma delas e realizar a tarefa ou é eliminado – e por eliminado, leia-se morto. O último que sobra leva tudo. Não é preciso ser gênio, ou sequer iniciado nos filmes de terror, para constatar que o jogo será doloroso e envolverá momentos de dilemas de vida ou morte.

 

A saída mais fácil para a direção seria uma guinada no caminho do torture porn, contudo Levy desvia desse propósito procurando trabalhar mais com os dilemas e os conflitos psicológicos dos protagonistas se tornando uma experiência mais profunda e que prende mais por conta da empatia transmitida pelos personagens. A quase ausência de cenários externos e a fotografia sóbria fazem a produção parecer até um pouco teatral.

Ajuda muito neste aspecto a escalação de elenco, repleto de coadjuvantes experientes e nomes conhecidos como John Heard (Quero ser Grande), Eddie Steeples (My Name Is Earl) e Robb Wells (Hobo with a Shotgun) e a atriz pornô Sasha Grey (Entourage), comandados por Jeffrey Combs, que está inspirado e se divertindo muito como a mente pervertida por trás do jogo e seu bigode a-lá Burt Reynolds; e Brittany Snow, que segura o rojão, conseguindo dosar o drama de ser vítima e a força de ser sobrevivente na maior parte do tempo. A violência é em sua maioria fora da tela, porém como são executados em momentos de alta tensão e suspense crescente, o espectador faz seu trabalho mental de preencher as lacunas visuais, o que não as tornam menos arrepiantes.

Os problemas ficam principalmente nos vários buracos do roteiro escrito por Steffen Schlachtenhaufen (pronuncie, se for capaz!), no desenvolvimento parco dos personagens secundários e na falta de reviravoltas convincentes, pois praticamente você sabe como começa e como termina. Assim, mesmo que Would You Rather não traga nenhuma novidade e não seja o próximo filme que você precisa assistir antes de morrer, vale muito a pena pela construção da história e por trazer todos os elementos que um thriller indie de baixo orçamento precisa apresentar para grudar na memória do público por um bom tempo. Se tiver escolha, assista!

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

11 thoughts on “Would you Rather (2012)

  • 16/07/2017 em 02:53
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    A ideia do filme é boa, mas poderia ter sido mais desenvolvida. Os atores são de médios para medíocres, é difícil ter empatia pelos personagens, e as mortes são pouco criativas. Esperava bem mais.

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  • 20/01/2017 em 05:28
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    Achei sádico.. eu diria que funcionou de acordo com a a proposta (mesmo tendo muitas coisas previsíveis), que eu imagino que seja esse ponto de mesclagem entre o sadismo e o psicológico, porém pecou em ter um fundamento vazio, em minha opinião. Eu digo isso porque vi esse filme após ter assistido “Circle” (que por sinal, é bem interessante. obs: recomendo-o), e relacionando-os pode-se dizer que tem um apelo psicológico em ambos (em Circle, esse apelo é 80% mais forte), porém não me agradou, pelo motivo que disse acima: o aspecto sádico com o psicológico não funcionou para mim, achei que foge de uma ideia reflexiva como Circle, apesar do mesmo também trazer a questão da vida e morte.
    Enfim, talvez não tenha me expressado muito bem, mas essa foi mais ou menos a minha análise. Certamente foi forte para mim (a ideia sem propósito que mecionei acima), logo achei ruim. Não querendo ser grosseiro, mas eu não assistiria novamente, e se pudesse retroceder no tempo, não o teria visto.

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  • 29/11/2016 em 19:54
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    A parte que mais me chocou foi o final, mesmo sendo meio que previsível ela matar o cara que se preocupou com ela no início, mas o que mais trouxe ênfase foi ela chegar em casa e encontrar o irmão morto, tipo ela poderia salvar o Lucas é slá, ficar com ele mas nao ela matou e horas depois viu que não valeu a pena sujar as mãos… Poderia ser melhor, mas eu gostei bastante

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  • 24/02/2016 em 13:51
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    Achei bacana, a falta de grana dos produtores foi bem contornada, é um filme que causa mais aflição pela situação e não pelo sangue ou cenas chocantes. Não é um filme pra todos os gostos, mas dentro da proposta, achei que ficou legal.

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  • 08/10/2015 em 05:47
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    Muito fraco, os furos de roteiro, a previsilidade e a superficialidade de tudo, principalmente dos personagens, fode tudo, n pode ter um roteiro tão ruim numa situação q a tensão tem q ser gerada na imprevisibilidade humana quando em desespero, em transformar o homem em animal… Muito fraco, metade do filme é desnecessário e o foco na Britney Snow só piora td, ela até manda bem ( se bem q tem deslizes feio ) mas tudo caminhou obviamente pra ela chegar aonde chegou, nenhum momento pareceu em risco real, nem mesmo quando se fode, fora o muleque com câncer q n da pra ter empatia, se é pra ser mau feito assim melhor nem mostrar, deixa pra aparecer num diálogo, nota 2 pela ideia, fotografia e até por se bem atuado, ah e por formigar uma leve tensão no começo…. De resto fraco… Uma aula de como cagar um argumento.

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  • 02/10/2014 em 20:10
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    Achei entediante. Os personagens mais bacanas foram os que tiveram menor destaque, as torturas em nada dinâmicas eram (tipo, te dou choque ou tomo choque? Bah.).

    O final (trágico) é a única coisa que eu de certa forma me surpreendi nesse filme (ainda que numa cena bem mal executada). Passar por tudo aquilo, chegar em casa e se deparar com a visão de que tudo foi em vão…

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  • 19/01/2014 em 19:24
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    Poxa, acho que nesta crítica caberia a citação dos tão citados furos no roteiro…

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  • 03/11/2013 em 00:05
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    Parece legal, mas eu não gosto muito de filmes com tortura, então…

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  • 26/05/2013 em 00:26
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    Esse filme é excelente, vale muito a pena conferir. O ponto fraco como dito na crítica são os furos e algumas coisas que surgem como se fossem grandes revelações, mas que evidentes e óbvias desde o início.

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  • 10/05/2013 em 22:42
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    gostei e me surpreendi muito com esse filme,assistam galera,vale muito a pena.

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  • 10/05/2013 em 10:48
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    Achei o filme bom, o final já era previsível quando ela sai de casa e fala aquilo para o irmão mas não é um filme ruim para quem curte o gênero.

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