O Orfanato
Original:El orfanato
Ano:2007•País:Espanha Direção:J.A. Bayona Roteiro:Sergio G. Sánchez Produção:Álvaro Augustín, Joaquín Padró, Mar Targarona Elenco:Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera, Montserrat Carulla, Andrés Gertrúdix, Edgar Vivar, Óscar Casas, Mireia Renau, Geraldine Chaplin |
A mistura bem dosada de elementos da fábula, típicos do universo infantil, com elementos do Horror e do Drama de conotações psicológicas gera filmes muito ricos e de grande força. Um exemplo claro e repleto de qualidades artísticas é O Labirinto do Fauno, dirigido por Guillermo Del Toro. Após bater recordes de bilheteria na Espanha e ter sido o filme selecionado desse país para uma vaga no Oscar de Filme Estrangeiro, chegou aos nossos cinemas O Orfanato, produzido por Del Toro e dirigido pelo jovem e promissor Juan Antonio Bayona. Exemplar típico do que denominamos como Cinema Fantástico, O Orfanato é um filme obrigatório para os muitos fãs de outro filme dirigido por um espanhol: Os Outros, com Nicole Kidman.
Assim como Os Outros, O Orfanato tem a ambientação de sua trama extremamente atmosférica em um casarão antigo que guarda muitos mistérios. Na abertura do filme vemos a cena que registra uma singela brincadeira entre crianças, onde uma delas conta números de olhos fechados e de costas e ao se virar as outras crianças começam a se aproximar dela. A paisagem é bela em meio ao campo com o velho casarão ao fundo. A abertura dos créditos é bem interessante mostrando mãos de crianças rasgando uma espécie de papel de parede e criam assim a expectativa para os futuros jogos sobrenaturais que serão mostrados no filme.
Uma das ex-internas do antigo Orfanato, Pilar (Mabel Rivera, de Mar Adentro), retorna com o marido e o filho para viver na velha casa, onde pretende ajudar outras crianças sem família, assim como ela foi um dia naquele velho e misterioso casarão. Tudo começa sutilmente a acontecer quando seu filho passa a dizer que seus amigos da casa querem brincar com ele. Pilar e o marido acreditam que o menino está brincando com amigos imaginários, mas aos poucos eles descobrem que os tais amigos são ameaçadores espíritos de crianças dominadas por um líder que se revela no decorrer do filme como uma figura monstruosa. A sequência da revelação do tal “Monstro” é um dos pontos altos do filme.
Pilar e o marido, sempre céticos e incrédulos, acham que nada de sobrenatural está acontecendo até o momento em que o filho desaparece durante uma festa, na primeira parte do filme. Nessa mesma festa surge a materialização da criança monstruosa, com uma máscara de pano no rosto, que ataca Pilar no corredor da mansão, em uma sequência inesperada e assustadora. Paralelo a essa aparição aparece em cena a sinistra figura de uma velha chamada Benigna (Montserrat Carulla), que parece saber muito sobre o filho de Pilar e sobre o passado do antigo Orfanato. A trama vai se desenrolando e novos mistérios surgem a cada momento. Pilar e o marido divergem sobre a questão sobrenatural que os cerca e esse detalhe da trama conduz para a antológica sequência da Sessão Espírita. Visivelmente inspirada no clássico do horror britânico, A Casa da Noite Eterna, a sequência é mostrada através de monitores que controlam a médium que anda pela casa e passa a sentir a presença dos perturbados espíritos que habitam O Orfanato e os horrores ligados a morte deles. As tonalidades verdes criam uma atmosfera ainda mais densa e a montagem dessa excelente sequência é primorosa. Destaque total para a presença da veterana atriz Geraldine Chaplin (Doutor Jivago), além de Edgar Vivar, o Senhor Barriga, do Chaves.. Uma interessante curiosidade é o fato do próprio produtor do filme, Guillermo Del Toro, ser fã de A Casa da Noite Eterna, e ainda por cima ter um roteiro pronto para uma refilmagem desse clássico. Então não é por acaso que essa sequência da sessão espírita ter tanta força em O Orfanato.
Existem várias citações, implícitas e explícitas ao Clássico Peter Pan. A figura do menino imortal vivendo na Terra do Nunca aparece tanto de maneira poética, quanto de maneira subversiva no filme. A excelente trilha sonora sublinha muito bem as belas imagens do filme. As sequências na praia e dentro da caverna são muito eficientes. A cena da mulher moribunda com a boca escancarada lembra uma das imagens recorrentes dos filmes de Del Toro e sua obsessão por mandíbulas e rostos extremamente expressivos. É certo que eu esperava um filme com cenas mais sangrentas e extremas, mas a proposta do filme é trabalhar com as atmosferas de suspense e de construção de uma trama surreal, sobrenatural e mágica. Não esperem um novo Labirinto do Fauno, a referência maior é mesmo a de Os Outros. A versão exibida nos cinemas brasileiros foi a integral, sem cortes, com 110 min, dez minutos a mais do que a cópia lançada nos EUA. É muito inteligente a descoberta dos mistérios do antigo orfanato através dos jogos propostos pelos espíritos das crianças. Pilar, como a única que realmente pertenceu àquele lugar, parece ter sido a escolhido para fazer as descobertas macabras e perturbadoras. Com uma fotografia muito criativa, O Orfanato também dialoga com outro filme espanhol interessante: A Sétima Vítima. Os filmes sobre casas assombradas tem um novo exemplar clássico: O Orfanato.
To a procura de um filme de orfanato parecido com este da decada de 2010 mas o final da historia e outro ali era um convento de prostituiçao da igleja catolica e no final um padre é chamado ele faz o exorcismo e esta casa é destruida como se fosse uma explosao e o mal que aliestava aparece em seu explendor é o melhor filme de todos os tempos de orfanato.
Adorei o filme não é terror comum émais psicologico mexe com as ideias e vc fica louco para ver o desfecho que ao contrario da maioria dos filmes de terror não fica em aberto e é super coerente. um grande filme para se vermais vezes e descobrir novos detalhes.
O nome da protagonista é Laura, vivida por Belén Rueda que trabalhou em “Mar adentro”. Pilar era o nome da psicóloga da polícia, esta sim vivida por Mabel Rivera.
Ótimo filme. Infelizmente me lembra como Guillermo del Toro mudou e não faz mais filmes com grande carga dramática e de horror; são poucos filme q conseguem mesclar esses dois gêneros saindo uma obra-prima como O Orfanato.
Há anos eu tô louco pra ver esse filme.
um bom filme ,mas de drama do que de terror.