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Godzilla (1998)

Godzilla
Original:Godzilla
Ano:1998•País:EUA, Japão
Direção:Roland Emmerich
Roteiro:Roland Emmerich, Dean Devlin, Ted Elliott, Terry Rossio
Produção:Dean Devlin
Elenco:Matthew Broderick, Jean Reno, Maria Pitillo, Hank Azaria, Kevin Dunn, Michael Lerner, Harry Shearer, Arabella Field, Vicki Lewis, Doug Savant, Malcolm Danare, Philippe Bergeron, Frank Bruynbroek

Um desastre com a proporção de um monstro gigante entre os prédios de Manhattan, é assim que o remake de Godzilla foi recebido pela crítica e o público em geral. Estreou na América em 20 de maio de 1998, arrecadando o surpreendente valor de $136 milhões, e, com o tempo, alcançando a marca de $379 pelo mundo, mas, ainda assim, foi considerado um dos piores fiascos do megalomaníaco Roland Emmerich. Muitos apontaram o fracasso como consequência do heroismo de um francês, estrelado pelo experiente Jean Reno, enquanto a grande maioria viu um Godzilla descaracterizado, oportunista e com influência direta em Jurassic Park, de Steven Spielberg. Ninguém poderia imaginar que a criatura pudesse ser tão mal representada nos Estados Unidos, principalmente com a evolução dos efeitos especiais, desenvolvidos por computadores.

Os primeiros diálogos sobre a realização de um remake para o clássico kaiju começaram em meados dos anos 80, quando o cineasta Steve Miner (aquele de Sexta-Feira 13 – Parte 2, 81) adquiriu os direitos de produção de uma versão 3D de Godzilla, a partir de concepções de arte de William Stout e um roteiro de Fred Dekker. Sem conseguir o financiamento adequado, em torno de $30 milhões, o projeto foi engavetado. Alguns anos depois, o público parecia ter se contentado com Godzilla 1985, uma reedição do filme japonês The Return of Godzilla, do ano anterior, tal qual foi feito com o longa Godzilla, O Monstro do Mar, de 1956. Mas, as possibilidades de surgir um filme original voltaram em 1992, com a TriStar Pictures também conquistando os direitos sobre o personagem, desde que mantivesse o conceito original de um monstro oriundo das guerras nucleares. Ted Elliott e Terry Rossio conduziram um rascunho do roteiro em 1994, com Jan de Bont assumindo a direção com a previsão de lançamento para 1996.

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De Bont seria o comandante de uma produção genérica de Godzilla. Ele queria ignorar as origens atômicas e dar ao monstro, apelidado de The Gryphon, um aspecto extraterrestre, com os efeitos sob a tutela do mestre Stan Winston. Não conseguiu convencer a TriStar Pictures a lhe conceder um orçamento de mais de $100 milhões, e o sucesso de Independence Day contribuiu para o interesse da produtora em Roland Emmerich e no produtor Dean Devlin. A dupla aceitou realizar o longa, mas o contrato deixaria de lado o roteiro anterior para buscar inspirações no monstro original mas com um selo americano. As filmagens tiveram início de 1997 em Nova Iorque, Los Angeles e no Hawaii, com a contratação de um elenco conhecido, encabeçado por Matthew Broderick (que havia feito O Pentelho) e Jean Reno (de Missão Impossível).

O design da criatura ficou por conta de Patrick Tatopoulos, também de Independence Day. Emmerich deu liberdade de criação, mas pediu apenas que o monstro se movimentasse rapidamente. A inspiração foi nas iguanas, acrescentando sua capacidade bípede, a possibilidade de saltar e tamanho exagerado. Deixaram de lado sua força atômica, com a respiração destruidora e muito do seu aspecto físico, suas características peculiares comuns nas produções japonesas. Com essas diferenças, era claro que o filme poderia até ser um divertido filme de monstro, mas sem relação alguma com Godzilla. Poderia…contudo, os erros foram ainda mais monstruosos!

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O filme começa apresentando um incidente nuclear na Polinésia francesa, com um lagarto sofrendo as irradiações diretas. Anos depois, um barco japonês é destruído por uma gigantesca criatura marítima, deixando apenas um sobrevivente. Após ser interrogado, o homem se refere ao monstro como “Gojira“, encerrando neste momento as referências ao material original. Na cena seguinte, o público conhece o especialista em radiações Dr. Niko Tatopoulos (Broderick), com o sobrenome servindo para homenagear Patrick Tatopoulos e a dificuldade que o diretor tinha em pronunciar seu nome. Ele é convocado por oficiais americanos para pesquisar pegadas imensas no Taití e na Jamaica, sendo observado pelo agente de segurança francês Philippe Roché (Reno).

Dr. Niko percebe que a criatura evidencia uma mutação, por consequência de efeitos radioativos, contrariando os cientistas que imaginavam uma referência aos dinossauros. Ele é visto na TV por sua ex-namorada, a jornalista Audrey Timmonds (a péssima Maria Pitillo, de Assassinos por Natureza), parceira do câmera Victor ‘Animal’ Palotti (Hank Azaria, experiente em dublagem). Ela vê no rapaz uma oportunidade de corrigir um “fora” do passado e também conseguir detalhes não divulgados pela mídia ou por seu concorrente Charles Caiman (Harry Shearer, de O Show de Truman). Para desespero do prefeito Ebert (Michael Lerner, de O Enigma de Talos), a criatura chega a Nova Iorque, causando destruição e desespero.

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Todas as tentativas de abatê-la falham, mesmo quando a alimentam com milhares de peixes numa possível tocaia, enquanto Nick é afastado das pesquisas depois que Audrey rouba uma fita secreta com as primeiras aparições da criatura. Ele é sequestrado por Philippe, convencido das teorias do rapaz de que o monstro pode estar com as intenções de procriar. Os dois, mais alguns aliados franceses, a jornalista e o câmera iniciam uma busca nos esgotos, ao passo que os americanos se convencem que Godzilla fora destruído num ataque de torpedos. É claro que as teorias estarão corretas, o que transformará o filme num Parque dos Dinossauros no interior de um estádio, culminando numa perseguição inverossímil pelas ruas da cidade.

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Nesse ponto, o público irá lembrar que o filme é de Emmerich, graças aos inúmeros absurdos do roteiro a cargo do diretor em parceria de Dean Devlin. Desde a imensa resistência de um táxi – que chega a ser parcialmente devorado – até toda a sequência final, com a dificuldade de um monstro gigantesco de alcançar os heróis. A destruição da cidade também é repleta de falhas, com diversos prédios se mantendo intactos, mesmo com o contato direto com Godzilla, que chega até a atravessar alguns. Para facilitar a concepção dos efeitos, o filme apresenta ambientes chuvosos, com a maior parte das filmagens ocorrendo à noite, porém permite que o público perceba claramente as alterações de tamanho da criatura entre as cenas. Depois de uma nova conferida, outros erros saltam à tela:

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– a pegada no começo do filme não é condizente com as patas de Godzilla. Seria um outro monstro gigante que estaria nos arredores?
– no começo, Godzilla chega a balançar os carros a cada passo. Na perseguição, o táxi fica bem próximo e nada acontece. Isso sem contar os pneus resistentes a mordidas; o eixo potente e a velocidade do veículo.
– mesmo com o tamanho e peso imensos, o salto de Godzilla na água não provoca nem sequer uma onda;
– teste de gravidez funcionando num réptil?
– Como é que um monstro gigante, maior que muitos prédios, consegue duas vezes se esconder numa cidade grande?

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Apesar do elenco simpático, as tentativas de acrescentar momentos de humor soam artificiais e impedem que o público se preocupe com a criatura destruidora. Se Emmerich não se preocupou em exterminar americanos em Independence Day, aqui ele parece contido em esconder os possíveis desastres, transformando o filme numa produção família! Há quem diga que o longa poderia ter uma avaliação melhor se não tivesse o título “Godzilla“! Ora, na verdade, se o filme se chamasse Tatopoulos, seria apenas um filme ruim de monstros, tal qual a série Python ou Anaconda!

O massacre da crítica impediu os planos de realização de uma continuação, mesmo com o final deixando indícios dessa possibilidade. No entanto, o filme deu vida a uma série animada que teve duas temporadas, de 1998 a 2000. Nela, o personagem Nick Tatopoulos teve a voz de Ian Ziering, de Barrados no Baile. Fez até mais sucesso que o trabalho de Emmerich, o que não é difícil dada a proporção de ruindade do filme!

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17 Comentários

  1. Eu acho que as críticas sobre esses filmes são muito equivocadas, Godzilla de 1998 é muito bom e marcou minha infância além de ter sido o primeiro filme do monstro destruidor de cidades que eu vir

  2. É típico dos americans, quando vão tentar eles sempre cagam, como é que a WARNER não cagou com esse novo godzilla de 2014, eles reviveram tudo que era um godzilla dos 60 aos 90, com lutas fieis, já esse…Os caras cagaram tudo, é o que acontece quando tem 4 anos pra fazer um filme e passa 2 anos cagando no roteiro.

  3. Desde que eu vi esse filme assim que logo apareceu o monstro falei pro meu irmão esse não é o “GODZILLA” ele tá feio magro . Disse pro meu irmão o “GODZILLA JAPONÊS É MELHOR ” meu irmão me chamou de maluco e besta que eu não sei nada de filme. Ai eu fiquei quieto e lembro que eu disse uma única coisa . “ESSE É ZILLA SEM O GOD” pra ser God tem que ser algo grandioso imenso e IMORTAL. Mas tarde vi uma notícia na net uma entrevista com o criador do VERDADEIRO Godzilla que esse de 1998 é Zilla. Então eu estava certo o tempo todo. O de 2014 aquele sim é o Godzilla em todo sentido . Uma curiosidade meu irmão odiou o filme de 2014 kkkk essa nova geração não sabe o que é filme bom e ruim . .

    1. Teu irmão é burro, um godzilla tem que ter pelo menos um raio atômico, o godzilla the series que a continuação dessa…ABERRAÇÃO…era 2% fiel ao original, por que uma merda ainda é, mas ele tem o raio atomico e luta com criaturas gigantes igual nos filmes de verdade.

  4. Eu gostei do filme. contudo o titulo poderia ter sido outro.

  5. Eu também gosto do filme. Ele tem muitos problemas, mas qual blockbuster que não tem. Na minha opinião o maior erro do filme é o título, que nem deveria se chamar Godzilla, mas sim outra coisa tipo “O Monstro dos Mares” (risos).

  6. Também sou mais um que gostou do filme… a história é bem amarrada e os personagens carismáticos… é irônico que TODO blockbuster tem esse tipo de erro, como carros indestrutíveis e outras coisas que contrariam a física, mas dependendo do filme, os críticos simplesmente se esquecem disso… e se eu quisesse realidade assistiria um documentário, quando assisto Hollywood eu quero é escapar da realidade…

    1. Melhor Godzilla de todos os tempos. Vá se f*der Godzilla original japonês!

  7. Eu gosto dessa versão de 98, mas é porque ela marcou minha infância, assim como Jurassic Park e outros filmes da decada de 90

  8. Também gosto do filme, pensei que estava sozinha! rs

  9. também gosto muito do filme , e que GODZILLA” apesar de dividir bastante atenção com Matthew Broderick, o filme tem seu charme e carisma..

  10. Também não concordo com as críticas e curto muito esse Godzilla de 1998 .

  11. tbm gosto desse filme,mas o de 2014 conseguiu ser melhor que esse.

  12. Não concordo com as críticas que “GODZILLA” recebe.
    Eu acho um ótimo filme, com tudo que tem direito: um monstro gigante, um elenco estrelar e muita diversão!
    Acho que o problema é que todo mundo diz que “ID4” é o melhor filme de Rolland Emmerich, e realmente é o melhor, mas “GODZILLA” também merece destaque em sua filmografia, ao lado de “10.000 AC” e “O PATRIOTA”.
    Quantas vezes já vimos Matthew Broderick dando um show de atuação com um personagem? Tatopoulos é mais um de seus papeis memoráveis; e Jean Reno prova que tem lugar no Cinema Americano, com seu Phillipe, um personagem enigmático mas cheio de ação; e claro, Hank Azaria mostra que tem talento para papeis cômicos.
    E sem contar, que Emmerich dá uma nova origem para Godzilla e ainda respeita suas raízes japonesas. E além disso, presta uma bela homenagem à Ray Harryhausen, com um discreto mas bem vindo clipe de “O MONSTRO DO MAR REVOLTO”.
    Enfim, o “GODZILLA” de Emmerich merece uma nova chance, não só por ser um grande filme de monstro, mas também por dar origem à uma série animada super divertida e saudosa.
    Deem uma nova chance para “GODZILLA” (1998)!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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