Godzilla (2014)

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Godzilla chega aos cinemas no dia 15 de maio.

Godzilla
Original:Godzilla
Ano:2014•País:EUA, Japão
Direção:Gareth Edwards
Roteiro:Max Borenstein, Dave Callaham
Produção:Jon Jashni, Mary Parent, Brian Rogers, Thomas Tull
Elenco:Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Bryan Cranston, CJ Adams, Ken Watanabe, Carson Bolde, Sally Hawkins, Juliette Binoche, David Strathairn, Richard T. Jones, Victor Rasuk, Patrick Sabongui, Jared Keeso, Luc Roderique

Vocês não fazem a mínima ideia do que está vindo!” A frase, dita pelo personagem de Bryan Cranston, reflete bem as expectativas em torno de um novo Godzilla. Desde os incidentes nucleares da década de 40 e 50, os americanos tentavam encontrar uma redenção à existência de Godzilla, fruto da ousadia e inconsequência do Homem. As tentativas vieram em produções picaretas, como as realizadas em 1956 e 1985, ou num remake hollywoodiano que descaracterizava sua essência, partindo para um conceito simples de horror e destruição. Essa intenção exagerada e contrária à concepção original me fez não esperar muito de uma nova aparição do monstro, mesmo com o trailer sombrio e a responsabilidade nas mãos de Gareth Edwards, que fez um trabalho interessante em Monstros, de 2010.

Foi nesse mesmo ano que apareceu um cartaz com uma concepção de arte do filme na San Diego Comic-Con, com o trabalho de Gonzalo Ordóñez Arias, que já evidenciava a parceria positiva da Legendary com a Toho Co., e a disposição da Warner Bros. em produzir e financiar. O presidente da Toho, Hideyuki Takai, aparentava otimismo pelo projeto, dizendo que o longa se aproximaria do original de 1954, para orgulho dos fãs do personagem, seja no visual da criatura ou até mesmo na justificativa de sua presença monstruosa. Na época, Guillermo del Toro foi até considerado como diretor do filme, mas negou pelo envolvimento em outro confronto gigantesco, Círculo de Fogo.

Godzilla (2014)

Até chegar a Max Borenstein e Dave Callaham, o roteiro passeou nas mãos de outros nomes, tendo o rascunho final de Frank Darabont. Em entrevistas, Edwards confirmava as intenções de realizar um material completamente original, com Godzilla representando uma “força da Natureza“, um equilíbrio ecológico e até mesmo um anti-herói, já que poderia enfrentar outros monstros no filme. Em alta na América, Elizabeth Olsen foi contratada para o contexto familiar, enquanto Aaron Taylor-Johnson, o herói de Kick Ass, assumiria o papel de um jovem frágil na continuidade da busca do pai. Restava apenas as expectativas sobre os efeitos especiais, concepção do monstro e o argumento, itens escondidos no oceano até a sua estreia em maio, com uma avalanche de referências e críticas positivas. Godzilla estava de volta!

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Escreveu um crítico na internet: “O Dark Knight dos filmes de Godzilla“. Era realmente de se esperar um tom sombrio e pessimista, fotografia escura e toques reais, sem alívio cômico como um filme de monstros deve ser. Nesse aspecto, Godzilla cumpriu sua meta: uma produção tecnicamente perfeita, seja nos efeitos ou nos enquadramentos de câmera, sem aquele agito Cloverfield. Também consegue pontos pelo estilo dramático e violento, pelo elenco competente e, principalmente, pela crítica social relacionada ao mundo atual, diferente dos temores da década de 50: “A arrogância do Homem está em pensar que tem o controle da Natureza…e não o contrário.“, nas palavras do Dr.Ichiro Serizawa (Ken Watanabe), personagem presente no filme original.

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Aliás, as referências já começam nos créditos iniciais ao mostrar que a primeira aparição registrada do monstro foi em 1954. Bombas atômicas foram usadas para acalmar a criatura, com a desculpa de quem eram apenas testes nucleares – aham…sei. Já em 1999, um problema grave na usina nuclear de Janjira, no Japão, encerrou a participação de Juliette Binoche como Sandra Brody, com a justificativa de que se tratava de uma fusão. A mídia e a população se convenceram da desculpa, mas Joe (Bryan Cranston, de Breaking Bad) sabia que estavam escondendo alguma coisa sobre a morte da esposa. Quinze anos se passaram até que ele fosse preso na Terra do Sol Nascente por invadir uma área em quarentena.

Seu filho, Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson), viaja ao local para ajudá-lo a voltar para os Estados Unidos, mas Joe continua convencido do passado obscuro e também da possibilidade de um novo incidente registrado em sismógrafos. Ambos visitam a cidade abandonada na época da fusão apenas para descobrir que não houve vazamento radioativo e ser preso pelas autoridades. “Vocês estão escondendo alguma coisa aqui, não estão?” As palavras do ex-técnico e desenhista da planta da usina atraem a atenção do Dr.Serizawa até que uma criatura alada, que era alimentada com radiação para estudos, resolve abandonar seu cativeiro para causar destruição e pesadelo.

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MUTO (sigla para Massive Unidentified Terrestrial Organism) é um predador gigantesco e perigoso. Mas não é a única aparição que irá incomodar os japoneses e depois os americanos: há um monstro muito maior, submerso, que está prestes a acordar! Cabe, então, a Ford dar continuidade ao legado do pai em buscas de respostas e um jeito de encerrar esse “mar de fogo“. Com sua experiência em desarmamento de bombas – a sutileza do enredo, assim como o alimento das criaturas por elementos radioativos -, ele é marido da enfermeira Elle (Olsen) e pai de Sam (Carson Bolde), dois motivos que o farão tentar voltar para casa naquele caos sem fim.

Chamado inicialmente de “Gojira“, o “Deus dos Monstros” aparece pouco, mas cumpre seu papel assustador. Trata-se de uma criatura maior e mais agressiva, com um grande poder radioativo oriundo de sua cauda, condizente com sua trajetória nipônica. Sua concepção é bastante fiel ao original, que destacava a desproporção da cabeça em relação ao corpo. Segundo o diretor Edwards, além da inspiração às raízes de Godzilla, foram também acrescentados elementos em sua aparência oriundos de cães, ursos e águias. Para os confrontos com o MUTO, os técnicos em efeito, sob a supervisão do experiente Jim Rygiel, que trabalhou na trilogia O Senhor dos Anéis, estudaram brigas envolvendo ursos e Dragões de Komodo.

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O resultado de todo esse esforço só poderia ser satisfatório. Talvez Godzilla pudesse alcançar notas mais elevadas se o ícone aparecesse mais vezes, sem tanta dramaticidade e com mais cenas de horror, mas, de toda forma, o monstro cumpriu as expectativas e foi bem representado para os espectadores do século XXI. Rumores apontam um possível crossover envolvendo os robôs gigantes de Círculo de Fogo nos próximos anos, o que pode comprovar a tendência atual ao exagero. Ora, se os heróis dos quadrinhos já costumam se encontrar em batalhas épicas no cinema por que não fazer o mesmo com o Gojira e outros monstros valentões?

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

15 thoughts on “Godzilla (2014)

  • 31/10/2016 em 17:03
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    se voces quiserem uma série boa americana do godzilla recomendo godzilla the series marcou minha infancia como uma cicatriz de boas lembransas e esse godzilla the series pramim é mil vezes melhor que essa bo*ta de 2014 aviso só porque eu to falando que só essa série é boa não que dizer que o godzilla da hanna barbera é ruim só é meio sem sal pra mim

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  • 29/01/2015 em 12:41
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    Sinceramente foi o melhor filme de 2014, aguardei ansioso e não me decepcionei. Atmosfera enegrecida de tragédia e incapacidade humana evidente, foi sensacional assisti-lo no cinema, algo quase divino mesmo, Godzilla parecia um deus da destruição na sua primeira aparição na telona !!! Ansioso para ver os próximos filmes contra Mothra, King Ghidorah e Rodan.

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  • 29/09/2014 em 14:04
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    Filmaço. Esqueçam todos os outros. Esse é o Godzila definitivo e ponto final

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  • 27/07/2014 em 05:33
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    Eu achei o filme fraco. Muito fraco. Fez os mariners parecerem imbecis, para ser sincero. “Olhe, aquela coisa derruba aviões. O que faremos? Ah, mas é claro! Mandaremos mais aviões.” ou ainda “Ele se alimenta de radiação, então vamos bombardeá-lo com nukes”. Não sou Chico Xavier e muito menos sei psicografar, mas dificilmente a minha mão saía do meu rosto. É claro que ver explosões na tela cria um apelo gráfico melhor, mas isso acontece o tempo todo. A todo instante. O curioso é, o clima, até a morte do personagem do Bryan Cranston, é consistente. Cria aquela sensação de empatia pelo personagem. Assim que ele morre, porém, o filme desanda e, ao invés de seguir em frente com o mínimo de roteiro (convenhamos, não precisava de muito para fazer o filme funcionar), ele simplesmente cai. Minuto após minuto. Godzilla (ou Gojira, como no original) passou de personagem principal a secundário em um filme com seu próprio nome e isso, na minha opinião, é inaceitável.

    Saí da sala do cinema, quando assisti, com a sensação de que teria sido melhor se ele nunca tivesse saído do oceano.

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    • 31/10/2016 em 16:58
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      é fato o que voce diz o filme foi um lixo nota 0 por que fizeram um godzilla tão gordo ? por que cortam cenas de luta de vez ? como pode ser um filme do godzilla se godzilla não passa de um personagem secundario nesse filme antes eu adorava a legendare pelos seus filmes agora eu odeio a legendary quem esta comigo escreva godzilla sem um l exemplo godzila

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  • 26/07/2014 em 23:15
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    É bom…mas…sei lá esperava um pouco mais.

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    • 31/10/2016 em 17:06
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      recomendo que não assista eu odiei cortam as cenas de luta de vez e godzilla não passa de um personagem secundário sem impotancia nesse filme recomendo que assista godzilla the serias e o da hanna barbera

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    • 31/10/2016 em 17:10
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      recomendo não assistir cortam as cenas de luta de vez godzilla ta mais para um gordo e ele nao passa de um personagem secundario sem importancia nesse filme recomendo que assista godzilla the series e o godzilla da hanna barbera

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  • 15/05/2014 em 18:29
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    Gostei muito do filme! Sem espaço para piadinhas do tipo “filmes Marvel”. Você tem razão quanto as vezes em que o Godzilla aparece. Existe um suspense do tipo “tubarão” antes da primeira vez que ele surge, mas estranhamente isso se repete durante algumas vezes no filme com a gente só vendo vultos passando pela fumaça de escombros. Fora isso é um filme muito legal mesmo, destaque para cena dos soldados com paraquedas e uma numa linha de trem com uma ogiva nuclear.

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  • 15/05/2014 em 13:17
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    filmaço,adorei muito esse remake.

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  • 14/05/2014 em 18:36
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    Espero por esse filme desde o Godzilla Final Wars de 2004. Sou fanático pelo rei e pela resenha parece ser espetacular, só fiquei um pouco apreensivo por você mencionar que Godzilla aparece pouco, mas pelo que percebi você disse que tem apenas um inimigo de Godzilla, sendo que me parece que havia ao menos mais um monstro segundo o que tenho acompanhado, ou seja 3 monstros no filme. Sábado vou assisti-lo , mau posso esperar. Uma coisa que também me deixa preocupado é sobre se existe a possibilidade da morte de godzilla no filme, pois como acompanho as eras Heisei e Millenium á muito tempo, godzilla sempre foi indestrutível. Espero que ela não seja destruído, afinal godzilla é praticamente imortal.

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    • 15/05/2014 em 18:26
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      Gostei muito do filme! Sem espaço para piadinhas do tipo “filmes Marvel”. Você tem razão quanto as vezes em que o Godzilla aparece. Existe um suspense do tipo “tubarão” antes da primeira vez que ele surge, mas estranhamente isso se repete durante algumas vezes no filme com a gente só vendo vultos passando pela fumaça de escombros. Fora isso é um filme muito legal mesmo, destaque para cena dos soldados com para quedas e uma numa linha de trem com um ogiva nuclear.

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    • 21/03/2022 em 11:30
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      Todo mundo sabe que ele não é indestrutível, muito menos imortal. Isso, quem conhece de Godzilla. Achei a lagartixa muito bunda mole. Os filmes japoneses ainda são os melhores, tanto para o bem como para o mal.

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