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Yellowbrickroad (2010) (2)

Yellowbrickroad
Original:Yellowbrickroad
Ano:2010•País:EUA
Direção:Jesse Holland, Andy Mitton
Roteiro:Jesse Holland, Andy Mitton
Produção:Eric Hungerford
Elenco:Cassidy Freeman, Anessa Ramsey, Lee Wilkof, Laura Heisler, Clark Freeman, Tara Giordano, Alex Draper, Michael Laurino

O caminho pela Estrada dos Tijolos Amarelos permite o acesso às respostas e a conquista de necessidades reais. Numa análise filosófica, pode-se associar o percurso como a busca pelo conhecimento ou até mesmo pelo encontro com a verdade, despindo-se de todas as armaduras, os vícios e os bloqueios psicológicos que podem afetar a realização plena. No final do século XIX, L. Frank Baum concebeu um trabalho singular ao representar essa viagem espiritual por meio de uma história infantil, repleta de mensagens que evidenciam suas concepções teosóficas. A base da Teosofia, numa simplificação palatável, é o passeio da alma em direção à iluminação – uma referência também no ensinamentos budistas na relação com o “caminho dourado” a ser percorrido para a evolução. Baseado na literatura de Baum, em 1939, foi lançada a adaptação mais interessante de O Mágico de Oz, com direção de Victor Fleming e a interpretação magistral de Judy Garland como Dorothy, a adolescente que sonha em deixar a vida monótona do Kansas para chegar a “algum lugar além do arco-íris“, fato que ocorre após um gigantesco tornado, conduzindo-a a um viagem encantadora com bruxas e personagens que não se sentem completos, como o Espantalho, o Homem-de-Lata e o Leão Covarde.

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Por décadas, o texto de Baum passou por inúmeras interpretações, assim como o filme clássico, com teorias sobre um suicídio durante as filmagens, a perfeita sincronia com o álbum The Dark Side of The Moon, do Pink Floyd, e mensagens subliminares envolvendo até mesmo o satanista Aleister Crowley. Também serviu de inspiração para a produção do horror Yellowbrickroad, concebido por Jesse Holland e Andy Mitton, em 2010, a partir de uma lenda atemorizante sobre o sumiço de quase uma população inteira, em 1940, e os corpos gélidos encontrados um tempo depois. Um longa complexo, sem as explicações tradicionais de filmes americanos, que possibilita análises diversas, e que, por conta disso, não é facilmente digerível. É possível definí-lo como um found footage ao contrário, ou até mesmo a continuação de um, ao estilo A Bruxa de Blair 2.

Um ano após a estreia de O Mágico de Oz, em exibição na pequena cidade de Friar, New Hampshire, os moradores misteriosamente abandonaram suas casas, seus pertences, roupas e até animais de estimação, e rumaram por um caminho desconhecido, frio e sombrio. Seus corpos foram encontrados dias depois, vítimas de hipotermia, desidratação e fome. Ninguém conseguiu entender os motivos que objetivaram o percurso, tornando-se um dos grandes mistérios da humanidade, como o da lenda sobre a palavra Croatoan, encontrada num vilarejo da época colonial da América. Um único sobrevivente de Friar deixou gravado em áudio sinais de insanidade e desespero, instigando nos dias atuais Teddy Barnes (Michael Laurino), sua esposa Melissa (Anessa Ramsey), e um grupo de pesquisadores, formados pelo amigo terapeuta Walter (Alex Draper), a médica Jill (Tara Giordano), o responsável pelo equipamento Cy (Sam Elmore) e a cartógrafa Erin (Cassidy Freeman), com o intento de refazer o caminho em busca de respostas.

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Quando chegam ao cinema da cidade, Teddy consegue o apoio de uma moradora local, Liv McCann (Laura Heisler), que sabe por onde começar o percurso, desde que possa participar da experiência. O que começa divertido, com brincadeiras e testes psicológicos, aos poucos, vai se transformando num inferno de revelações pessoais e insanidade, principalmente quando encontram um chapéu possivelmente usado pelos desaparecidos e tem início uma trilha musical sem fim, acompanhando-os até mesmo na hora de dormir. É esse pesadelo intenso que conduzirá ao primeiro assassinato, numa cena levemente gráfica envolvendo mutilação sem motivo aparente.

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Yellowbrickroad funciona mais como horror psicológico, testando a perspicácia do espectador às mensagens escondidas sobre a busca pela liberdade da alma. Pelo seu conteúdo maduro, sem as explicações típicas das produções americanas, é possível que não sirva a todos os públicos. Para esses, uma caminhada pela estrada de tijolos amarelos pode ser extremamente esclarecedora, desde que estejam prontos para se despir dos moldes do gênero!

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