Social Killers.com: Amigos Virtuais, Assassinos Reais (2015)

5
(1)
Social Killers.com: Amigos Virtuais, Assassinos Reais
Original:Social Media Monsters: Internet Killers
Ano:2015•País:EUA
Autor:RJ Parker e JJ Slate•Editora: Darkside Books

Faca, revólver, corda e mouse. Basicamente são essas as principais armas dos assassinos em série modernos. Se antes havia a dificuldade do contato físico, obrigando-os a perseguir suas vítimas ou espreitá-las nos becos escuros, com o advento da internet o acesso se tornou mais fácil. As redes sociais, os classificados online e as salas de bate-papo substituíram a rua deserta, o convencimento no barzinho e o convite a um passeio discreto. Imagine como esses espaços virtuais poderiam servir às ações de Jack, o Estripador (na busca por garotas de programa em sites especializados) ou até do Maníaco do Parque (que poderia convidar suas vítimas para ensaios fotográficos através de um portfólio online)?

Para servir de alerta aos ingênuos navegadores – e até para aqueles que prestigiam programas policiais ou simplesmente são curiosos caçadores de crimes reais – RJ Parker e JJ Slate desenvolveram o interessante Social Killers.com: Amigos Virtuais, Assassinos Reais (Social Media Monsters: Internet Killers), lançado no Brasil pela Darkside Books. A obra traz o relato de 33 casos de crimes verdadeiros (assassinatos, estupro, canibalismo, tortura e até condução ao suicídio) e que tiveram seu ponto de partida através da internet. Eles apresentam suas provas por meio de uma literatura agradável, sempre introduzidas por uma apresentação do meio virtual, mostrando que classificados como o Craigslist e redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter e as salas de bate-papo podem ser a porta de entrada para pessoas perturbadas e invejosas, que caçam almas solitárias para perpetuar seus atos insanos.

Livro analisa mais de trinta casos famosos
Livro analisa mais de trinta casos famosos

Além das histórias assustadoras, o livro também traz uma seção sobre o quanto a internet também pode ser uma aliada na solução e captura de criminosos. Há agências especializadas – pelo menos na América – em se infiltrar nas redes sociais em busca desses futuros assassinos e pedófilos, servindo como proteção e isca, ainda que o alerta quanto ao conteúdo que seu filho ou amigos acessam ainda seja necessário, até mesmo pela quantidade excessiva de doentes e malfeitores.

Se existe um defeito na editoriação da obra, pode-se apontar a ausência de imagens. Seria muito mais convincente e curioso se cada caso apresentado também trouxesse fotografias dos assassinos (não necessariamente das vítimas) para que o leitor possa traçar ainda mais o perfil dos culpados. Não para julgar pela aparência – até mesmo porque a internet facilita o esconderijo da real face do psicopata -, mas para auxiliar na construção dessa imagem e também ilustrar os fatos.

Social Killers (2015)

De toda forma, uma leitura essencial para os dias de hoje, mostrando que estar conectado pode ser mais perigoso do que você imagina.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 1

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Avatar photo

Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

One thought on “Social Killers.com: Amigos Virtuais, Assassinos Reais (2015)

  • 03/09/2022 em 23:37
    Permalink

    Adoro leitura de não ficção, leio sobre uma grande quantidade de assuntos, e só descobri esse livro graças ao review. O livro realmente é assustador, e mostra que realmente não devemos confiar em ninguém na internet. O documentário “Catfish” (2010) também mostra isso, mas o comum: pessoas estranhas e solitárias na internet. Já o livro fala sobre assassinatos e outros crimes.
    O mundo realmente é infinitamente mais violento do que pensamos. E para não falarmos apenas sobre o mundo, o Brasil também: eu li o “Anuário Brasileiro de Segurança Pública” (última edição), e fiquei chocado com o nível de violência no Brasil. Um nível elevado de violência que não aparece nas mídias, mas que cresce cada vez mais na sociedade. Contudo, sobre isso é só pensarmos na seguinte questão: quantas pessoas conhecemos que já foram assaltadas? É bem provável que o número seja grande.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *