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The 100 - Primeira Temporada
Original:The 100 - First Season
Ano:2014•País:EUA
Direção:Bharat Nalluri, Dean White, P.J. Pesce, Milan Cheylov, Wayne Rose, John F. Showalter, Tim Scanlan
Roteiro:Jason Rothenberg, Kass Morgan, Akela Cooper, Kira Snyder, Elizabeth Craft, Rasheed Newson, Javier Grillo-Marxuach
Produção:Jae Marchant
Elenco:Eliza Taylor, Paige Turco, Thomas McDonell, Eli Goree, Marie Avgeropoulos, Bob Morley, Kelly Hu, Christopher Larkin, Devon Bostick, Isaiah Washington, Henry Ian Cusick, Richard Harmon, Alessandro Juliani,

Depois que as principais séries fantásticas tiveram seu fim nos anos 90 e início de 2000 – Millenium (1996-1999), Arquivo X (1993-2002), Buffy – A Caça-Vampiros (1997-2003), entre outras – a primeira a despontar como herdeira do público foi Lost (2004-2010). Um grupo de sobreviventes de um acidente aéreo aos poucos descobre que o ambiente selvagem e claustrofóbico esconde mistérios, enigmas e os “outros“. Com seu estrondoso e surpreendente sucesso, mesmo com uma temporada final levemente decepcionante, a criação de J.J. Abrams abriria as portas para o grande retorno das séries e estimularia o desenvolvimento de produtos similares. Saindo do campo da TV e visitando os cinemas, a Saga Crepúsculo, com todas as suas plumagens narrativas, fazia o mesmo pelo sci-fi teen, a partir da herança de J.K. Rowling, ploriferando imitações e sub-produtos, e indicando o caminho para o sucesso: as adaptações de trilogias literárias.

Com essa mescla proposital, foi desenvolvida a série The 100: jovens, envoltos em interesses e conflitos, perdidos numa selva desconhecida, sob um contexto pós-apocalíptico. E, apesar dos clichês abusivos e algumas falhas grotescas no enredo, o produto flui de modo atraente, mantendo o espectador atento nas inúmeras possibilidades apresentadas e curioso pelas constantes alterações narrativas. Com exibição pelo canal The CW e também com exclusividade em alguns países pela Netflix, desde 2014, trata-se de uma série desenvolvida por Jason Rothenberg, com base em três livros escritos por Kass Morgan.

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Como se deve imaginar, o resultado é bem diferente da produção literária, tendo algumas liberdades e ousadias até interessantes. No enredo, o Planeta Terra foi devastado por bombas nucleares. Sem condições de sobrevivência pela intensidade da radiação, 12 países se mudaram para estações espaciais para aguardar o tempo necessário para poder voltar – alguns estudiosos apontam 100 anos até a dissipação da poeira radioativa. Depois de um tempo isoladas, as estações decidiram se unir num único espaço, unindo forças na construção da grandiosa “Arca“, ocupada por aproximadamente 2400 pessoas. É claro que, apesar de envolver vários países, o comando das ações só podia vir da América, ainda que tentem disfarçar com a liderança do Chanceler Thelonious Jaha (Isaiah Washington).

A série se passa 97 anos após o incidente nuclear e a mudança para o espaço. Como o ambiente é reduzido por conta da alimentação controlada e do oxigênio produzido, são criadas leis que punem os “criminosos” com a expulsão (ou eliminação). E essas regras envolvem até mesmo pais que tiverem mais de um filho – o segundo, no caso, viveria aprisionado – ou desrespeitarem as principais normas. Devido a um problema no sistema de oxigênio, Jake Griffin (Chris Browning, Deixe-me Entrar, 2010) tenta alertar a população da estação sobre o fim iminente, mas é condenado à morte, enquanto sua filha, Clarke (Eliza Taylor, de Patrick, 2013), e mais 99 jovens infratores fazem parte de um programa de envio à Terra para verificar se existe a possibilidade de retorno.

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A viagem de volta ao Planeta é rápida e leva à morte dois ocupantes. Em terra firme, eles descobrem que o local é plenamente habitável, com muita natureza, oxigênio e água. Mantidos sob o controle por pulseiras eletrônicas, logo o grupo começa a retirá-las, pensando em não comunicar a estação sobre a situação climática e evitar que os adultos resolvam também aparecer por lá, numa ideia do líder de ocasião, Bellamy Blake (Bob Morley, de Terror Sobre Rodas, 2010). Apoiado pela maioria, incluindo o temperamental John Murphy (Richard Harmon, de Percy Jackson e o Ladrão de Raios, 2010), ele baterá de frente com Clarke, que também terá a ajuda dos amigos Finn Collins (Thomas McDonell, O Reino Proibido, 2008), que possui uma namorada na estação, Wells Jaha (Eli Goree, de Godzilla, 2014), filho do Chanceler, Jasper Jordan (Devon Bostick, de Filhos da Escuridão, 2011) e seu melhor amigo Monty Green (Christopher Larkin).

Bellamy conseguiu uma vaga entre os 100 viajantes porque foi induzido por um traidor da Arca a usar uma arma de fogo contra Jaha. Ele quis essa oportunidade para continuar acompanhando a irmã Octavia (Marie Avgeropoulos, de Isolation, 2015), mantendo uma promessa feita à mãe. Enquanto na estação, ainda há o interesseiro Marcus Kane (Henry Ian Cusick, de – pasmem! – Lost, 2004), nas tentativas de conquistar a vaga de Chanceler e aqueles que tentam auxiliar a doutora Abigail (Paige Turco), mãe de Claire, como Sinclair (Alessandro Juliani).

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A primeira temporada de The 100 lembra bastante Lost. Andando pela mata, na organização de acampamentos, e nos mistérios que logo surgem como a neblina ácida (parece o monstro-fumaça) e a existência de terráqueos (os outros), com suas próprias leis selvagens. Estes são divididos em tribos, apresentadas aos poucos, como a da Montanha, os canibais Ceifadores, o Clã das Árvores liderado por Anya (Dichen Lachman) e que conta com o estranho Lincoln (Ricky Whittle), que nutrirá uma atração e futuro relacionamento com Octavia. Embora sem comunicação com as estações por quase 100 anos, em três gerações, os terráqueos, é claro, terão sua língua própria, mas serão fluentes em inglês.

Esta não é a única falha da série na primeira temporada. Faltou um pouco de encantamento dos jovens pela Natureza, pelo chão firme, pela liberdade. Eles nasceram no ambiente espacial, sem nunca terem visto pessoalmente animais, árvores, lagos, e, mesmo assim, são adaptados facilmente à nova situação. As únicas personagens que souberam interpretar o contexto adequadamente foram Octavia, ao encontrar borboletas iluminadas, e, posteriormente, Abigail. E também incomoda os diversos pós-operatórios, quando Jasper leva uma lança no peito (não é flecha) e logo mais já está saltitante; assim como Finn e, na segunda temporada, Raven (Lindsey Morgan).

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Entre os episódios de destaque da primeira temporada estão Earth Kills, dirigido por Dean White, com uma cena final trágica em uma excelente performance da pequena Izabela Vidovic, que interpreta Charlotte. Sofrendo de pesadelos, ela é aconselhada por Bellamy a exterminar a fonte deles, uma atitude que a garota fará num ato de violência surpreendente. As consequências virão no seguinte, Murphy’s Law, o quarto episódio. Também é digno de atenção o nono episódio, Unity Day, de John Behring, em que tanto a estação quanto os jovens na Terra comemoram o dia em que as 12 nações se uniram para construir a Arca – algo que é contestado por alguns, conscientes de que a junção foi forçada.

O final da temporada também é bem movimentado, no episódio duplo We Are Grounders, ambos dirigidos por Dean White. É nele que os terráqueos entram em conflito violento com os jovens, encurralando-os na nave, enquanto Murphy resolve agir contra Bellamy em um plano de vingança. E a Arca inicia  a descida à Terra, depois que o oxigênio termina, obrigando um dos envolvidos a um sacrifício pelo bem dos sobreviventes.

Com a influência de Lost, e os conflitos amorosos da geração teen, The 100 conquistou uma legião de fãs, principalmente adolescentes. Mesmo sem muita relação com os livros, a série logo conquistaria uma segunda temporada, instigando o público com uma cena final bem curiosa envolvendo Clarke. Que novos mistérios o Planeta Terra pode reservar para os jovens e os recém-chegados da estação?

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1 comentário

  1. Devo dizer que essa série me surpreendeu bastante! A segunda temporada nem parece que foi feita na CW. A história tomou rumos diferentes e conseguiu crescer bastante no meu conceito. Portanto eu recomendo que não pare na primeira temporada.

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