Damien (2016) – 1×10: Ave Satani
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:Nick Copus Roteiro:Glen Mazzara Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
Expectativa. Decepção. Esperança. Frustração.
Estas são as palavras que definem a primeira e única temporada de Damien. No momento em que escrevo essa crítica, a notícia do cancelamento da série percorreu a internet sem causar grande repercussão. A história do Anticristo falhou em deixar uma marca e agora são poucos os que derramam lágrimas pelo fim da série.
Ave Satani foi o nome do season finale que se mostrou series finale. O episódio mostrou um Damien poderoso, fugindo da trupe de Ann Ruthledge, que queria aliciá-lo de qualquer forma para o lado negro da força. Logo no começo do episódio, em um acesso de raiva, Damien faz com que um grupo de mercenários se destrua por completo. O episódio em si foi uma grande caçada de gato e rato com um plot twist, já que o rato era na verdade o filho do demônio.
Ao final do episódio – SPOILERS – O Detetive Shay atira na cabeça de Simone por engano, ao tentar acertar Damien. O resultado é o ponta pé inicial para o fim do mundo. O desespero abre as portas do inferno no coração do Anticristo, que finalmente se aceita como conquistar do mundo, enquanto uma legião de seguidores aparece para se ajoelhar perante ele. Por um breve momento, um grupo de padres portando as adagas de Meggido partem para confrontar a besta.
A Expectativa:
A série surgiu com uma proposta diferente de outras adaptações para televisão. Ao invés de uma reimaginação ou reboot, o canal A&E surgiu com a proposta de uma sequência ao filme original, algo nos moldes do segundo e terceiro filme da franquia. Uma série sobre a ascensão do Anticristo carregava um potencial imenso.
A Decepção:
O primeiro episódio foi uma bomba. Atuações parcas, diálogos medíocres, visualmente sem apelo algum, Damien foi um fracasso imediato. A audiência inicial foi superior aos 700 mil expectadores, nos Estados Unidos. No episódio seguinte, pouco mais de meio milhão, número que continuou a cair até chegar à casa dos 300 mil, no episódio cinco. A série foi um fracasso absoluto de público e crítica e, como a história das séries de televisão tem nos contado, sem audiência, nem a melhor das obras continuará por muito tempo. O que dirá então de uma série mediana.
A Esperança:
Os três primeiros episódios foram fraquíssimos, mas a partir do quarto episódio em diante, um potencial criativo despontou dentro da série. Alguns momentos interessantes, tanto técnicos quanto de conteúdo, fizeram acender a chama da esperança. Havia potencial em Damien, que um roteiro fraco de Glen Mazzara não conseguia alcançar. Talvez com um show runner do naipe de Bryan Fuller, tudo seria diferente. Mas onde há potencial, há esperança…
A Frustração:
Os últimos episódios de Damien conseguiram extrair um pouco deste imenso potencial. Violento e satânico como deveria ter sido desde o começo. Mas a série alcançou maturidade tarde demais. A audiência já havia fracassado miseravelmente e a série foi cancelada, como tantas outras. A decisão é compreensível e, em grande parte, previsível, mas não menos frustrante. Ninguém se dedica a assistir uma série esperando que a mesma fracasse, por pior que ela parece, quando o tema é interessa, o desejo é sempre de que haja uma melhora em algum ponto. Damien nunca terá essa chance.
A série terminou com um Damien poderoso e sorridente, após abraçar sua posição como herdeiro de Satã. A segunda temporada, ao trabalhar com essa temática, se aproximaria muito do enredo de A Profecia 3, que mostrava Damien ascendendo ao poder absoluto, com o apoio de sua legião de seguidores, enquanto alguns poucos do vaticano o confrontavam. Para os órfãos da série, rever este terceiro filme é sempre uma boa opção.
Apesar de tudo, boatos indicam que esta não é a última vez que ouviremos falar de Damien. Um suposto prequel intitulado “A Primeira Profecia” estaria em produção e narraria eventos que antecedem ao filme original. Provavelmente o filme mostrará algo relacionado a concepção de Damien, o filho do chacal, e a conspiração que o cerca.
Damien (2016) – 1×09: The Devil You Know
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:Jennifer Chambers Lynch Roteiro:K.C. Perry, Glen Mazzara Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
Ao longo da temporada, a série teve momentos interessantes de horror, no sentido mais cinematográfico da palavra. Música orquestral e épica ou ruídos bizarros e desconexos, pouca iluminação e aparições macabras foram alguns dos elementos mais usados para construir uma atmosfera realmente assustadora. A atmosfera era constantemente quebrada com as transições entre os núcleos de personagens. Em uma cena víamos o detetive Shay lidar com demônios na piscina, na cena seguinte era preciso aturar um diálogo maçante de Simone ou Amani. O penúltimo episódio da temporada finalmente resolveu quebrar essa dinâmica intercalando vários momentos genuinamente tensos, vivenciados por personagens diferentes. Curiosamente, este que talvez tenha sido o episódio mais bem dirigido da série, foi um trabalho de Jennifer Lynch, filha de David Lynch!
Dando continuidade ao episódio anterior, a irmã Greta, que havia atirado na filha de Ann Ruthledge, pede a ajuda de Simone para tentar salvar a alma da mulher, corrompida pela maldade da mãe. Greta se estabelece como uma ótima personagem secundária, tanto pela boa atuação de Robin Weigert, quanto pela própria dimensão espiritual da personagem, que se mostra uma verdadeira combatente espiritual.
Damien e Amani fazem as pazes e tentam recuperar o fiapo de relacionamento entre os dois, por meio da honestidade. Ambos contam tudo que sabem e que viveram até aquele momento e discutem o que fazer para salvar Damien desta situação. O detetive Shay, recém escapado de outra tentativa de assassinato sobrenatural, se entrega à paranoia, ao ponto de ferir a própria família. Assustados com o comportamento surtado do homem, seu companheiro e filho resolvem deixá-lo. As artimanhas do demônio se tornam ainda mais evidentes.
A grande reviravolta do episódio, no entanto, se dá quando Damien encontra pessoalmente a irmã Greta, conectando esses dois polos pela primeira vez. Surpreendentemente, a irmã o acolheu como uma alma sofrida qualquer e se dispôs a ajudá-lo. Mas aparentemente, ser o Anticristo é uma função bem solitária. Greta fere Damien com uma das adagas de Meggido, a única arma que pode destruir a alma do filho do Diabo. Após derrubá-lo, com um golpe na barriga, leva Damien para uma espécie de sala de ritual onde coloca o pobre coitado sob tortura. Em um dos momentos mais interessantes do episódio, ela arranca um pedaço do escalpo dele, bem onde havia a marca da besta, o número 666, apenas para descobrir o número cravado no crânio, confirmando assim sua identidade. No melhor estilo bíblico e em uma brincadeira irônica com o sobrenome do personagem (Thorn = Espinho), a irmã Greta utiliza uma espécie de corda feita de espinhos para amarrar o corpo do inimigo, fazendo a coroa de espinhos de Cristo parecer piada.
Amarrado e sofrendo, Damien é levado ao fundo de uma cova, onde permanece preso enquanto a irmã Greta realiza uma espécie de ritual de purificação, com o auxílio de outras irmãs. Paralelamente, o detetive Shay vai até a casa de Damien e se depara com visões e sons do inferno, que parecem levá-lo à loucura. Durante o ritual, o Anticristo vê abominações e figuras sombrias, enquanto uma batalha entre bem e mal é travada. O último ato do episódio, que consistiu nessas duas sequências paralelas, foram o que Damien teve de melhor a oferecer até agora. Tecnicamente, as cenas foram impecáveis, com trabalhos excelentes de luz e som. O conteúdo diabólico causa estranhamento e uma sensação de incômodo dignas de um filme de terror de qualidade. Ainda há uma certa homenagem a Evil Dead, em uma cena em que uma personagem é atacada por raízes de árvores controladas por forças do inferno.
Falta apenas um episódio para o final da temporada. Será que Damien aceitará ser o Anticristo?
Damien (2016) – 1×08: Here Is Wisdom
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien
Ano:2016•País:EUA Direção:Tim Andrew Roteiro:Sarah Thorp Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
O quarto episódio da primeira temporada de Damien marcou uma transformação positiva no nível de qualidade da série, quando o comparamos com os horrendos três primeiros episódios. Esse nível de qualidade alcançado se manteve nos episódios seguintes, tornando possível identificar um padrão, uma linha de acontecimentos recorrentes. Neste oitavo episódio, a fórmula se repete: Damien luta contra si mesmo; seus amigos descobrem verdades sobre a conspiração para trazer o Anticristo à tona; os seguidores e adores do diabo destroem uns aos outros, como hienas brigando por um pedaço de carcaça, nas sombras de um predador maior.
O conflito interno do personagem central ainda é, sem sombra de dúvida, o que a série tem de melhor a oferecer. Thorn começa a frequentar uma terapeuta, que parece não ser parte da conspiração e que o ajuda a valorizar seu lado mais humano. Apesar disso, em um momento de puro ódio após descobrir que um antigo colega de escola havia matado pessoas em seu nome, Damien suja as mãos pela primeira vez, espancando brutalmente este colega. Ao externalizar sua raiva, mas conseguir recuperar o controle antes de cometer um ato irrevogável – o assassinato, ele consegue enxergar sua humanidade e recuperar um pouco da esperança em si mesmo. É interessante observarmos que, apesar de ser o ponto mais interessante da série, esse dilema não chega nem perto de alcançar o potencial que existe no tema. Um homem lidando com a possibilidade de ser o Anticristo é grandioso e complexo e, provavelmente, só alcançaria seu potencial máximo nas mãos de um roteirista de altíssimo nível ou em alguma obra com mais liberdade criativa, sejam literatura ou quadrinhos, por exemplo.
Um problema recorrente de séries de televisão são os diferentes núcleos dramáticos. É quase impossível fazer uma temporada completamente centrada em um único personagem o tempo inteiro. É para isso que existem os personagens secundários e suas tramas que são, muitas vezes, de uma banalidade excruciante. Os núcleos dramáticos paralelos à história de Damien, apesar de diretamente interligados, variam de promissores a sofríveis, mas nenhum é realmente bom.
O detetive Shay tornou-se um personagem estagnado. Ele não sabe se acredita em Damien ou não, mas continua mantendo uma relação de amor e ódio com uma espécie de antagonismo ocasional. Ele também é quem mais se deparou com o sobrenatural e o único que sobreviveu para contar história. Ele definitivamente merecia mais espaço de tela que Amani, o amiguinho de Damien. Enquanto Shay, mesmo estagnado, continua sendo o personagem secundário mais interessante, Amani é sem dúvidas o pior, tanto em atuação quanto o personagem em si. Pegando leve com o mesmo, é possível colocar Simone Baptiste no mesmo patamar de ruindade. Personagens fraquíssimos nas mãos de atores risíveis são uma das coisas que mais puxa Damien para o buraco.
O episódio acabou com outra cena de assassinato, não tão impactante quanto no episódio anterior, mas bastante sanguinolenta. Quem sabe ao final da temporada não apareça uma listinha com as melhores mortes?
Damien (2016) – 1×07: Abattoir
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:T.J. Scott Roteiro:Mark Kruger, Glen Mazzara Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
Qual seria o destino de um homem aparentemente comum e que, no mundo atual, fosse colocado frente a frente com um grupo de seguidores misteriosos que o veneram como um Anticristo? Após a negação, rapidamente frustrada pelas recorrentes manifestações sobrenaturais e misteriosas, sobram o medo, a paranoia e a loucura. Foi assim que ao final do episódio cinco Damien optou por tirar sua própria vida, ao se ver sem controle e incapaz de lidar com esse pesadelo constante. A caminho do hospital, após ser salvo por forças das trevas que querem mantê-lo vivo, o Anticristo teve uma epifania, um longo sonho profético que nos foi apresentado no episódio seis, onde ele finalmente entendeu melhor a dinâmica das forças que estão atuando em seu entorno e quem são seus verdadeiros aliados: ninguém.
O sétimo episódio – Abattoir (Matadouro) – colocou Damien hospitalizado como um paciente de risco pela tentativa de suicídio. É de se esperar que um homem em tal situação acabasse em algum momento em um manicômio, pois é este o tratamento ocidental mais comum para aqueles que não se encaixam na sociedade. Ao longo dos episódios anteriores e do próprio filme original, a mera presença de Thorn foi capaz de levar pessoas sãs a loucura; o que esperar então ao vê-lo em meio a pessoas já em estado de insanidade? Os primeiros minutos do episódio deram um gostinho da histeria em massa causada pela presença do Anticristo, mas infelizmente foi pouco explorada. Tiveram em mãos a chance de explorar a loucura extrema como reflexo da manifestação do mal na terra, mas o fizeram de forma breve e até simplória. Mais uma vez, fica um ar de desperdício, que poderia ter sido evitado caso a série estivesse nas mãos de alguém capaz de estabelecer um enredo com mais profundidade. Nas mãos de um Bryan Füller, por exemplo, Damien teria potencial de ser uma das melhores séries da atualidade. Não que a série ainda esteja ruim, pelo contrário, aqueles que continuaram a acreditar nela com certeza estão se divertindo.
Após sair do hospital com ânimo e motivação renovados, Damien decide encarar aqueles que considera como adversários, expondo-os como farsantes. A postura decidida do personagem, que beira o ódio, foi sem dúvidas uma virada de jogo interessante para a série. Faltando apenas três episódios para o final da temporada, já é possível vislumbrar o destino do Anticristo, que provavelmente irá abraçar sua posição como uma figura dominante e com mão de ferro, bem semelhante ao que acontece no terceiro filme da franquia cinematográfica.
Nas tramas paralelas, a irmã Greta (Robin Weigert) entra em contato com Simone, com o intuito de obter mais informações sobre o possível Anticristo. A atuação da mulher é sem dúvidas bem interessante, uma das melhores da série, construindo a irmã Greta como uma personagem forte e que será uma pedra no sapato de Damien.
As investigações do detetive Shay continuam a todo vapor, conforme ele descobre mais e mais informações misteriosas sobre o passado de Thorn. Porém, as consequências não tardam a aparecer, quando um dos seguidores do Anticristo se volta contra um amigo por acreditar que este traiu a confiança de Damien. Temos aqui uma das cenas de morte mais impactantes da série, uma daquelas capaz de deixar os cabelos da nuca arrepiados.
Nesta altura do campeonato, a trama está claramente mais elaborada e com melhor fluidez. É possível ver um caminho para onde tudo aponta daqui a três episódios.
Damien (2016) – 1×06: Temptress
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:Nick Copus Roteiro:Richard Hatem Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
Este sexto episódio, Temptress, foi um marco para a Damien e para o próprio canal: foi a primeira vez em que um episódio contou com um acréscimo de audiência, recuperando os quase cem mil espectadores que havia perdido no quinto episódio. Se Damien quer ter alguma chance de retornar para uma segunda temporada, o que não será nada fácil, é necessário que se estabeleça um saldo positivo de público.
O episódio em si tem início com Damien hospitalizado após sua tentativa fracassada de suicídio. Paranoico e preocupadíssimo, ele foge de lá apenas para cair em um mundo ainda mais confuso que antes. Convidado por Amani, ele vai até um estúdio de tatuagem bem underground, onde um homem revela a ele que o símbolo 666 escondido em sua cabeça é uma tatuagem forjada pelos aliados de Ann Rutledge. Tal revelação já dá um nó imediato na cabeça de qualquer pessoa que tenha assistido ao filme original e que se lembre bem do garotinho com o símbolo de nascença na cabeça. Conspiração parece ser a palavra chave. O personagem de Scott Wilson retorna à trama para confundir ainda mais a cabeça de Damien. Ele coloca-se contra Ann Rutledge e, por meio de seus contatos, tenta convencer o pobre diabo que a mulher havia envenenado seu sangue com alucinógenos, o que justificaria todas aquelas experiências bizarras.
A perplexidade de Damien continua aumentando até atingir um ápice, que é um encontro do mesmo com sua mãe, supostamente falecida quando ele era garotinho. Originalmente a Sra. Katherine Thorn fora interpretada por Lee Remick, atriz que faleceu nos anos 90. Neste episódio, ela é interpretada por Bess Armstrong. Nesse ponto a confusão mental de Damien provavelmente será semelhante à confusão dos próprios espectadores. O clima de paranoia e confusão se tornou tão aprofundado em um episódio cheio de acontecimentos surpreendentes, que a mera possibilidade de algo ser verdadeiro já deixaria os fãs do original de cabelo em pé.
Na análise do episódio anterior, mencionei o relacionamento entre Damien e Simone como uma possibilidade da série de escapar de convenções. Não precisou de dez minutos desse episódio para que pintasse um clima entre eles, resultando em um beijo. A situação não parece lá das melhores… Mas nem tudo é o que parece ser!
Mais uma vez, não revelarei em spoilers, mas o final do episódio guarda uma reviravolta surpreendente e que dará sentido a tudo. Curiosamente, a trama do episódio foi pesadamente inspirada em um filme de terror que tem ganho um status de cult nos últimos tempos, mas que se eu revelasse qual é não só estragaria o final do episódio para quem já viu o filme, como também estragaria o final do filme para quem assistiu ao episódio. A série tem uma estética urbana misturada com temas religiosos frequentemente aponta para o filme Stigmata de 1999 e nesse episódio é impossível não fazer associações entre as duas obras.
Este foi o terceiro episódio decente da série em sequência. Sem dúvidas está compensando a espera para aqueles mais otimistas.
Damien (2016) – 1×05: Seven Curses
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:Mikael Salomon Roteiro:K.C. Perry Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
Na crítica do episódio anterior elogiei alguns aspectos e rumos que o enredo tomou, além da melhora no nível de interação entre os personagens e tramas paralelas. Aparentemente o público não compartilhou de minha empolgação e a média de espectadores para este quinto episódio caiu em quase cem mil pessoas lá nos Estados Unidos. Mais uma vez, farei uma análise otimista, de quem continua a ver potencial em Damien.
Este foi sem dúvidas o episódio mais centrado no personagem em si. As tramas paralelas ficaram relegadas à alguns momentos sem grande relevância. Ann Ruthledge continua misteriosa e impossível de ler, enquanto Amani continua caindo nas garras sedutoras de Veronica. A mulher que havia aparecido exorcizando um demônio no episódio 2 é finalmente reintroduzida, abrindo um arco relacionado ao Vaticano em resposta à possível presença do Anticristo na terra.
Simone foi a única personagem a se meter em alguma desventura digna de nota. Investigando Damien por conta própria, ela acabou sendo encurralada por criminosos, aparentemente enviados por Ann, que ao que tudo indica, perdeu a paciência com o garotão conflituoso. Simone originalmente foi apresentada como interesse amoroso do protagonista: mulher bela e forte, disposta a encarar o que for preciso e com uma leve tensão sexual para com Damien. No entanto, ela tem sido explorada como uma espécie de antagonista, constantemente desconfiada do mesmo. Caso a série mantenha essa posição até o final, teríamos uma dinâmica bem interessante e pouco comum em prol de um romancezinho água com açúcar.
De volta ao personagem central, este quinto episódio marcou a maior apreciação e desenvolvimento da série até agora. Damien vai até um hospital de veteranos tentar um tratamento psiquiátrico, por considerar estar passando por um tipo de estresse pós-traumático, característicos de quem esteve em algum tipo de conflito. No hospital, Damien encontra a mãe do garotinho que ele salvou lá no episódio três. Ela revela que o marido é um militar que foi ferido em combate e está lá em recuperação. Ao ser apresentado ao pai do garoto que salvou, o Anticristo é levado a refletir sobre seu lado mais humano. Mais uma vez, como já é recorrente em Damien, a falta de um roteiro mais bem elaborado impede que tal momento alcance o potencial latente, mas ainda foi interessantíssimo acompanhar a interação entre Damien e um homem no limite da existência, incapaz de aproveitar a própria vida.
O aspecto mundano do personagem rapidamente se vê jogado entre o profano e o sagrado, quando ele começa a ter alucinações dentro do hospital. A cena mais interessante é quando uma roda de pessoas vítimas da guerra recita a passagem bíblica que anuncia a chegada do Anticristo, com Damien no centro do círculo, completamente perplexo. O peso dessa passagem bíblica foi bem transportado para a telinha em um dos momentos mais marcantes desta primeira metade de temporada.
Mais próximo do final do episódio, Damien retorna para sua antiga casa, locação que trará boas memórias aos fãs do filme original. A última cena também é interessantíssima, mas merece ser guardada em segredo para aqueles que não assistiram o episódio ainda.
Damien (2016) – 1×04: The Number of a Man
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:Bronwen Hughes Roteiro:Nazrin Choudhury Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
Finalmente! Depois de três episódios medíocres e sem brilho, Damien entregou seu primeiro de qualidade, fazendo valer a esperança que muitos depositaram na série. Apesar de nova queda de audiência, este foi o mais amarrado e interessante da trama até o momento, mostrando que o hype é real.
Neste quarto capítulo da saga do Anticristo, um dos grandes problemas recorrentes até então foi devidamente trabalhado. Os personagens secundários ganharam arcos interessantes e dignos de atenção. A introdução do episódio mostra Simone encontrando um feto de pássaro dentro de sua banheira, em uma macabra exibição do sobrenatural. Posteriormente, uma parente da moça leva um Witch Doctor – ou macumbeiro – para realizar um ritual de proteção na casa dela, para evitar que coisas como pássaros mortos voltem a aparecer. Até então, tanto Simone quanto o Witch Doctor acreditavam que as forças estranhas na vida dela eram apenas o espírito inquieto da irmã falecida no episódio piloto. No entanto, o ritual revela o número da besta e um clima de apreensão toma conta. A cena em si foi a mais fraca do episódio, já que se dispôs de efeitos de câmera no mínimo amadores para retratar o ritual.
Amani Golkar, o melhor amigo do filho do capeta, conhece a estonteante Veronica Selvaggio, interpretada pela belíssima Melanie Scrofano, que havia sido introduzida brevemente no episódio anterior como uma lacaia de Ann Rutledge. Ann, por sua vez, permanece a personagem mais cínica e interessante da série. Após orquestrar a morte de um colega no episódio três, no intuito de manter-se próxima de Damien, ela faz um discurso emocionado em homenagem ao defunto. A relação entre a mulher e Damien continua bem conflituosa e interessante; Barbara Hershey emana tensão sexual sempre que está ao redor dele, enfatizando ainda mais a relação doentia entre ambos.
A grande surpresa do episódio e que sem dúvidas foi o ponto alto da série foi a relação entre Damien e o detetive Shay, que até então era apenas mais um personagem jogado na trama. Neste episódio, o personagem toma contornos mais bem elaborados, conforme ele se revela um investigador perspicaz, que mesmo incapaz de ligar Damien aos acontecimentos macabros que o cercam, mostra-se decidido e disposto a acreditar em diferentes possibilidades. Em um dado momento, os dois engajam em uma discussão acalorada cheia de ameaças veladas, em que ambos apresentam as suas verdadeiras cores. Bradley James vai aos poucos se afirmando no papel, principalmente nas cenas em que precisa parecer mais ameaçador. Logo após a discussão entre os dois que acaba de forma relativamente pacífica, a mera presença de Damien faz um homem enlouquecer e se auto mutilar. Tal cena, associada com uma música de orquestra digna do filme original, foram o momento mais chocante da série nestes quatro capítulos.
O outro ponto alto do episódio também envolveu o policial. Já na reta final, o detetive Shay é apresentado de forma totalmente diferente, como um amável pai de família e um homem gay. Junto com seu parceiro (a relação exata não fica clara), moram em uma casa nos tradicionais subúrbios americanos. Em um momento de descuido, em que deixam o filho sozinho, um rottweiler do inferno aparece e conduz o menino para dentro de uma piscina abandonada. O que se segue foi uma sequência realmente assustadora, uma manifestação original e criativa de forças das trevas.
Apesar da considerável melhora, ainda é cedo para comemorar demais. Faltam seis episódios para o fim da temporada e os números de audiência continuam caindo. Com sorte as possíveis críticas positivas surtirão algum efeito sob o público, ficando por conta de a série manter um padrão de qualidade digno.
Damien (2016) – 1×03: The Deliverer
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:Guillermo Navarro Roteiro:Ryan C. Coleman Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
Três episódios se passaram e o Anticristo já respira por aparelhos. Fiquem calmos, isso não é nenhum spoiler! O personagem Damien Thorn continua muito bem das pernas, mas não podemos dizer o mesmo de sua audiência. Após uma recepção bem morna, considerando apenas o público televisivo norte-americano – ou aquele que realmente importa -, os números de audiência da série tiveram uma queda drástica. O piloto alcançou um total de pouco mais de 700 mil espectadores, caindo drasticamente para a casa dos 500 mil, onde permaneceu neste terceiro episódio.
Considerando que a queda de audiência foi notavelmente menor, já é possível dizer que Damien já está formando seu público mais fiel, mas será que tal público será suficiente para levar a série à segunda temporada?
A título de comparação, Hannibal estreou com um público superior aos 4 milhões, enquanto Bates Motel, série do mesmo canal que Damien, passou a primeira temporada beirando os três milhões de espectadores. É necessário levar em consideração que a série está indo ao ar nas segundas-feiras, o que não é um dia tão notório por audiências altíssimas. Mas o X da questão é, será que Damien tem algo de novo para oferecer, que o faça sobreviver?
No episódio desta semana, a relação entre Damien e Ann Rutledge (Barbara Hershey) continuou a se desenvolver, ao passo que Ann declara sua fidelidade absoluta ao anticristo e Damien se mostra ainda em grande conflito. Simone Baptiste, irmã da falecida Kelly, lá do primeiro episódio, intrigada pelas investigações da irmã sobre conteúdo religioso, decide se aprofundar ainda mais naquela história e acaba se deparando com cenas inexplicáveis. O culto diabólico que busca facilitar a ascensão do Anticristo tem novas faces reveladas, inclusive a do superior de Ann Rutledge, que é interpretado por Scott Wilson, o Hershel de The Walking Dead. Mais uma vez, a morte parece circundar Damien, quando uma tragédia se forma em um metrô, ante sua presença.
O segundo episódio deu um passo adiante em termos de enredo, mas ainda deixou algumas pontas soltas que não fizeram lá muito sentido, vide a cena de exorcismo e um fantasma de uma garotinha que rondava os personagens. É muito provável que tais elementos retornem em algum ponto, mas a ausência destes no terceiro episódio foi definitivamente um alento. A televisão em geral e a própria série já apresentam clichês em demasia para ficar perdendo tempo com essas imagens já tão banais.
Apesar da série estar tomando uma forma mais coesa, a simplicidade visual ainda causa incômodo. Há uma falta de personalidade gritante na série, ao passo que o filme original era cerceado de um estilo próprio e facilmente reconhecido. Talvez o único elemento marcante seja a trilha sonora orquestrada que tanto remete ao filme original quanto acrescenta uma vibe satânica aos episódios.
Como mencionado na análise do episódio 2, a relação de Ann Rutledge com Damien continua sendo sem dúvidas o melhor que a série tem a oferecer, tanto pelas performances interessantes quanto pelo conteúdo mais interessante dos diálogos, que fogem do estilo pesquisa-revelação dos outros núcleos, como por exemplo de Simone Baptiste ou do policial responsável pela investigação dos misteriosos assassinatos ao redor de Damien.
A cena mais interessante do episódio e que também foi uma das melhores da série foi protagonizada por Ann Rutledge que usa de suas habilidades de manipulação para convencer um homem de sua própria organização que Damien é tão demoníaco quanto se imagina, fazendo-o se desesperar frente a aparição do mesmo. A temática do anticristo pede esse tipo de interação, medo, desespero e loucura devem vir no encalço do diabo, caso contrário não há muito o que temer. Considerando que Damien não está de forma alguma partindo para um lado fantasioso da temática, na linha de séries como Sobrenatural, o mais adequado seria a série trabalhar com sutilezas, com diálogos fortes e tramas bem elaboradas. Infelizmente o que estamos vendo na maior parte do tempo ainda é muita exposição barata e mastigada. Mais uma vez, só nos resta ficar na torcida.
Damien (2016) – 1×02: Second Death
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:Ernest R. Dickerson Roteiro:Mark Kruger Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
O segundo episódio de Damien foi ao ar na última segunda feira com grande responsabilidade. Após um episódio piloto fraquíssimo e de péssima repercussão, cabia ao episódio “Second Death” apresentar algo digno da atenção do público. Será que foi bem-sucedido?
Dirigido pelo experiente diretor de televisão Ernest R. Dickerson, o episódio tem início com uma cena aparentemente desconexa com o resto do enredo, em que uma mulher latina pratica um exorcismo em um cemitério, debaixo de chuva. A relação que isso terá com a trama da série só será revelada futuramente, até então foi apenas uma tentativa barata de prender a atenção do espectador utilizando uma das coisas mais cansativas e reutilizadas no terror: uma cena de exorcismo com alguém possuído se debatendo e emitindo sons com vozes múltiplas. Nada como um clichê para se estabelecer em uma zona de conforto. Ao longo da franquia A Profecia, sempre existiu uma linha alternativa, em que ao invés de serem possuídos, as pessoas eram somente seduzidas, manipuladas e levadas a loucura pela força do demônio. Isso era o principal elemento aterrorizante da história original, que aqui foi trocada por uma ideia simplória.
De volta ao núcleo principal, o episódio continua de onde o anterior parou. Kelly, a amiga e interesse amoroso do protagonista, está sendo velada após sua morte bizarra no episódio anterior. O anticristo mais queridinho de todos se vê na porta de uma igreja e flashbacks com cenas de A Profecia original aparecem mais uma vez, representando o icônico momento em que os Thorn tentam arrastar o pequeno Damien para dentro da igreja. Algumas interações com personagens secundários acontecem para apresentar as figuras que estarão ao redor de Damien ao longo da temporada. Na melhor cena do episódio, o anticristo bate-boca com um padre e pela primeira vez, o ator Bradley James transpareceu confiança no papel de Damien Thorn. Ponto positivo!
No transcorrer do episódio, um homem de uma congregação católica extremista é encarregado de assassinar Damien. Por motivos óbvios, a tentativa de homicídio fracassa completamente, terminando especialmente mal para o assassino. Entra em cena Barbara Hershey, ou como ela será conhecida aqui, a possível salvadora da série.
De longe a atriz mais experiente do elenco e com mais presença, Hershey interpreta uma mulher poderosa e misteriosa, que será uma espécie de mentora para Damien enquanto este se descobre. Com uma participação muito mais substancial neste segundo episódio, a própria interação com o personagem vivido por Bradley James eleva a atuação do mesmo, tornando-o um Damien levemente mais marcante.
Apesar de acrescentar esse elemento positivo e mostrar sinais de melhora, o tom de exposição continua presente, dando a entender que a temporada terá esse viés mais mastigado, deixando as sutilizas de lado. Infelizmente, apesar de tentar trazer à tona o clima do original, a série parece mais próxima do remake. Mas o episódio manteve viva a chama da esperança!
Damien (2016) – 1×01: The Beast Rises
![]() Damien - 1ª Temporada
Original:Damien - First Season
Ano:2016•País:EUA Direção:Shekhar Kapur Roteiro:Glen Mazzara Produção:Glen Mazzara; Mark Kruger; John Ryan Elenco:Bradley James, Tiffany Hines, Barbara Hershey, Megalyn Echikunwoke, Omid Abtahi, David Meunier, Robin Weigert, Sandrine Holt |
Nos últimos anos tivemos a oportunidade de acompanhar um verdadeiro êxodo do cinema para a televisão, com diversos títulos sendo readaptados para as telinhas e sendo acompanhados de nomes de peso nessa transição. Depois de Hannibal, Psicose, Pânico e outras séries encontrarem seu lugar no mundo dos seriados, é a vez de A Profecia adotar o formato, com a série Damien, do canal A&E.
Ao contrário de suas companheiras, Damien não é apenas uma nova versão, mas uma sequência direta do clássico original! Para quem não se lembra, A Profecia contava a história de um poderoso embaixador norte americano, que tem o filho trocado na maternidade e passa a criar ninguém mais ninguém menos que o próprio filho de Satã, o Anticristo. Desenvolvida por Glen Mazzara de The Walking Dead, a série acompanhará um Damien Thorn já adulto, após completar seu trigésimo aniversário e a gradual descoberta de sua real identidade e os conflitos inerentes à posição de Anticristo. Mas espere um momento, o filme original não é de 1976? Como poderia um Damien nascido em 71 ter apenas 30 anos na atualidade? Bom, essa pergunta provavelmente nunca será respondida…
Vale ressaltar, no entanto, que a série irá ignorar completamente todas as sequências e também o remake de A Profecia, dialogando apenas com a obra original de Richard Donner. O episódio piloto foi ao ar dia 07 de março, com uma recepção bem fraca tanto em termos de crítica quanto de público e os motivos são bastante claros.
Ao som de um coral de canto gregoriano, um Damien de aparência fraca e exausta adentra uma igreja. Um vento misterioso apaga velas, injetando um suspense forçado na cena. Ele tem uma pequena discussão com uma estátua de Cristo crucificado e, em um acesso de raiva, arremessa um terço contra o ídolo de mármore. A tela escurece e dá lugar a uma legenda com os dizeres “Três dias antes”. Damien Thorn está então na Síria, bem no dia de seu aniversário, atuando como fotógrafo especializado em situações de conflito. Alguns dos personagens principais já são apresentados nesse momento e Damien tem um primeiro contato com o passado, por meio de flashbacks contendo cenas do filme original.
Após uma mulher misteriosa recitar os mesmos dizeres daquela babá, na cena mais antológicas de A Profecia, Damien é enviado de volta aos Estados Unidos. A partir daí uma série de eventos estranhos e memórias de um passado outrora esquecido começam a surgir, forçando Damien a recorrer a seus amigos para tentar compreender alguns mistérios de sua vida. A resposta vem fácil, mas aceitá-la se mostra a parte mais árdua, afinal de contas, ser o Anticristo encarnado não é tarefa fácil.
A questão temporal parece ser um problema inerente à série. Apesar de parecer bem atual, é difícil precisar em que ano os eventos se passam e é inviável não levantar esses questionamentos ao vermos cenas do filme original de 1976, quando Damien tinha cinco anos. Ainda assim, isso não chega a ser um problema fundamental da série. Em compensação, a falta de noção de temporal dentro do episódio chega a ser grotesca. No decorrer dos três dias indicados na legenda, Damien viaja da Síria aos Estados Unidos e ao chegar entra em contato com sua amiga Kelly, que logo em seguida também faz o mesmo trajeto. Já reunidos, Kelly consegue descobrir quase TODOS os mistérios sobre o passado dele, encontrar e visitar um homem com as informações faltantes e ainda encarar uma boa dose de manifestação maligna antes de finalmente chegar à cena de abertura. E eles verdadeiramente esperam que alguém acredite que tudo se passou em três dias. Mas antes isso fosse a pior parte…
A tal amiga Kelly existe apenas como um elemento narrativo extremamente conveniente, alguém que está ali simplesmente para esclarecer o plot, não para os outros personagens, mas para o espectador. A mulher desvenda um mistério de décadas e traz à tona várias informações detalhadas da noite para o dia, literalmente. A superexposição é tão ridícula, que essa personagem chega ao ponto de dizer que conseguiu o histórico de viagens de avião de um embaixador dos Estados Unidos morto vinte e cinco anos antes. Existe uma tentativa sem noção e embaraçosa de inserir todos os elementos do enredo ao longo de vinte minutos de projeção, tudo de forma mastigada e didática, que resultam em um episódio maçante. O piloto de Damien teve um dos roteiros mais pobres e preguiçosos da televisão atual.
Para somar ainda mais aos problemas, o elenco parece bem fraco. Bradley James, que interpreta o próprio anticristo, parece bastante inseguro no papel e entrega um personagem pouco marcante. A única outra atriz de destaque no episódio piloto é Tiffany Hines, no papel de Kelly, amiga e interesse amoroso de Damien. Além de ser a pior personagem, responsável pelos momentos mais fracos do episódio, a performance da atriz é quase caricatural. Os outros atores não são dignos de nota, nem mesmo a lendária Barbara Hershey.
Há de se considerar que o episódio piloto nem sempre é um termômetro para o que virá a seguir. Pânico teve uma estreia fantástica, mas que rapidamente se perdeu em uma temporada fraca e genérica, enquanto Hannibal que nasceu como uma série policial convencional, se tornou uma das obras mais vanguardistas e fenomenais da televisão.
Na posição de fã apaixonado do filme original e da temática diabólica, é fácil enxergar o potencial que Damien carrega dentro de si, cabe agora aos roteiristas aprenderem a lidar melhor com esse excesso de diálogos de exposição e torcer para que com o tempo, o elenco convença em seus papéis, criando uma boa química entre eles mesmos.
Acompanharei a primeira temporada analisando os episódios semanalmente, ótima pedida para quem está em dúvida se deve ou não dar uma chance para Damien.
Baixei os filmes recentemente (a quarentena tem disso) e recordei de um filme com uma criança demoníaca, mas que era uma menina. Lembro claramente de uma cena na qual mostrava que ela era filha de um padre e uma freira e de outra na qual ela praticamente comia a cabelos de uma boneca enquanto assistia o enterro da mãe adotiva. Com essas poucas informações, tentei buscar esse filme na Internet sem sucesso, pois estou escrevendo um livro sobre algo parecido e gostaria de mais material de pesquisa. Sabe me dizer o nome? Agradeço desde já.
Parece ser o The Godsend, Rodrigo.
https://bocadoinferno.com.br/criticas/2016/10/the-godsend-1980/
Tem o filme A Profecia 4 : O Despertar protagonizado por uma menina Delia a filha do Damien.
Particularmente não gosto do terceiro filme, embora a atuação do Sam Neil seja boa. Não gosto desse filme, porque o modus operandi para destruir Damien, bem claro no primeiro e no segundo filme se desfaz : Eram necessárias TODAS as adagas, cravadas no corpo em posições específicas e com finalidades distintas. No terceiro filme, cada padre fica com uma adaga para tentar matar individualmente o Damien. Não cola. Além do mais, o final do filme é apressado e mal amarrado. Quem espera um grande conflito, de proporções bíblicas (como seria de se esperar, já que o personagem e os fatos se baseiam no livro do Apocalipse) se decepciona muito…
Fiz esse comentário antes da série ser cancelada, mas já esperava que isso fosse acontecer, confesso que a série começou à me preocupar (e muito!) logo no episódio dois (tá bom, no 1 também), não encontrava carisma em nenhum dos personagens (o próprio Damien demorou um pouco mas depois ficou ok) no episódio 1.06 Temptress acho que deu medo em todos os fãs de tudo ir ladeira abaixo (eu!) para no final mostrar que foi um sonho (ufa!). É difícil analisar uma série com essa premissa sem comparar com o filme clássico ou até mesmo o livro, ainda mais com a série mostrando várias cenas e citações do filme, mas se ela passar à andar com as próprias pernas (e eu espero que comece) tem tudo para se tornar uma grande série, imaginem eles explorando a influência de Damien na Casa Branca, os contatos e o caminho ele já tem através da dupla Ann Rutledge e do John, creio que isso cedo ou tarde acabe acontecendo, vamos esperar e torcer para que agora que o Anticristo despertou a série e os personagens também despertem. O que não veremos isso acontecer.
Fico triste com o fim da serie, acho que sou um dos poucos que realmente gostou da serie e que era fã dos filmes.