A Vizinhança Assombrada
Original:Little Dead Rotting Hood
Ano:2016•País:EUA Direção:Jared Cohn Roteiro:Gabriel Campisi Produção:David Michael Latt Elenco:Eric Balfour, Bianca A. Santos, Romeo Miller, Patrick Muldoon, Heather Tom, Brendan Wayne, Marina Sirtis, Amy Argyle, Tony Ketcham, Jake T. Getman, Izabella Alvarez, Taylor Carr |
Falar mal da The Asylum já virou um clichê tão grande quanto os contidos em seus próprios filmes. É literalmente bater em cachorro morto. Porém acidentalmente me encontrei de frente com uma de suas poucas produções que não é uma cópia de um blockbuster ou um filme de monstros gigantes computadorizados e resolvi conferir.
Dirigido por Jared Cohn, já veterano na produtora por pérolas como Círculo de Monstros (cópia de Círculo de Fogo) e 12/12/12 (continuação de 11/11/11, que por sua vez é cópia de 11-11-11 de Darren Lynn Bousman), Little Dead Rotting Hood tem ideias interessantes e confere momentos de entretenimento rasteiro, mas cai em armadilhas básicas que caracterizam tudo o que a Asylum faz.
A história usufrui do material clássico da história da Chapeuzinho Vermelho o conflito entre garotinha e lobo mau, mas coloca algumas características originais: Chapeuzinho na realidade faz parte de uma linhagem de matadores de lobisomens que de tempos em tempos tentam tomar o planeta de assalto.
Mas antes de tudo é preciso fazer um ritual de passagem. É aí onde entra a vovó (Marina Sirtis, Jornada nas Estrelas: A Nova Geração), que leva sua neta Samantha (Bianca A. Santos, Ouija) para sua cabana no meio da mata de uma pequena cidade interiorana. Lá Samantha é “morta e enterrada” para ressurgir na próxima lua cheia como uma guerreira meio zumbi, meio vampira e uma espada enorme… Pense em Blade misturado com Buffy que fica tudo mais simples.
No meio tempo os moradores da cidade estão sendo aleatoriamente mortos pelo que aparenta serem ataques de animais. O desespero começa a bater no xerife Adam (Eric Balfour, O Massacre da Serra Elétrica), que tem poucas pistas do que pode ter acontecido e como evitar os próximos ataques. As buscas na mata irão fazer os caminhos de Adam e de Samantha se cruzarem no momento em que o gigantesco lobisomem alfa está prestes a se revelar como o nêmesis de Chapeuzinho Vermelho.
A Vizinhança Assombrada tenta se vender como um filme com consciência ambiental… E o fato de a solução ser matar todos os lobos não deixa de ser uma ironia por si só, mas a despeito disto possui todos os elementos que os amantes de trasheiras em geral adoram: um lobisomem enorme feito em CGI, nudez gratuita, diálogos questionáveis e uma luta épica no final onde o monstro vilão luta com todo mundo. E eu digo todo mundo mesmo! Vai dos moradores armados com espingardas e cães até uma equipe da SWAT com lança-chamas!
As incoerências no roteiro podem ser grandes demais para passar despercebidas, e o diretor deve ter se esquecido de que, às vezes, menos é mais, porém é inegável que tem seu valor, especialmente para quem já viu dezenas de obras da Asylum. Não vai ser um filme que vai mudar a sua vida e é bem capaz de você já ter se esquecido dele no minuto em que voltou do banheiro depois da sessão, porém você dificilmente vai se irritar dentro d’A Vizinhança Assombrada.