Sala Verde (2015)

4.2
(5)

Green Room (2015) D

Sala Verde
Original:Green Room
Ano:2015•País:EUA
Direção:Jeremy Saulnier
Roteiro:Jeremy Saulnier
Produção:Neil Kopp, Victor Moyers e Anish Savjani
Elenco:Anton Yelchin, Imogem Poots, Patrick Stewart, Alia Shawkat, Callum Turner, John Cole, Mark Webber, Macon Blair

Ain’t Rights é uma banda de hardcore formada por Tiger (Callum Turner de Victor Frankenstein), Reece (John Cole, de Olhos da Justiça), Pat (Anton Yelchin, o Checov da retomada Star Trek, falecido em junho deste ano num estranho acidente de carro) e para completar, uma garota, Sam (Alia Shawkat de Final Girls e Runaways). No mais puro espírito punk do ‘faça-você-mesmo’, com pouca grana e roubando gasolina de outros carros, a banda, com sua van, está em turnê pelos Estados Unidos, tocando em qualquer buraco que apareça pela frente.

Depois de uma apresentação em um boteco vazio, nosso quixotesco grupo musical arranja um show em uma biboca nos cafundós do Oregon. O único senão é que a espelunca é um reduto de skinheads nazistas caipiras.

Green Room (2016)

Para provocar o público a banda abre a apresentação com o cover do clássico “Nazi Punks Fuck Off” do Dead Kennedys. Apesar do clima pesado de animosidade, os músicos conseguem terminar sua apresentação. O problema é quando o grupo esbarra com um cadáver de uma garota skin no camarim.

Desorientados, os funcionários da espelunca, sob o comando de Gabe (Macon Blair, ator fetiche do diretor, presente em todos os seus longas até aqui), mantém a banda, junto com Amber (Imogem Poots, de V de Vingança e do remake de A Hora do Espanto) amiga da garota morta, como reféns, em cárcere privado no camarim (a sala verde do título) enquanto esperam a chegada de seu líder, o dono do bar Darcy (interpretado pelo Professor Xavier, isto é, Patrick Stewart, que também já participou da franquia Star Trek) para resolver o que fazer com os punks inconvenientes.

Após dominar o vilão que os mantinha em cativeiro, para a banda, a sala verde de prisão se torna o refúgio deles, já que sair daí é garantia de ser massacrados por um bando de brutamontes com cabeças raspadas.

Sala Verde (2015) (1)

A partir desse ponto Green Room é um crescente de tensão e violência. Com direito a mutilações, uso de armas de fogo e pitbulls. Além de uma refinaria de heroína no bunker, porão do bar.

Terceiro longa do diretor Jeremy Saulnier, cujo filme anterior é o elogiado Blue Ruin (ele brinca com o fato de seus dois últimos filmes envolverem cores nos títulos alegando que não será nenhuma trilogia cromática), mostra domínio na narrativa, por mais simples que a trama seja, conduzindo exemplarmente a tensão.

Green Room tem ecos do clássico Sob o Domínio do Medo, de Sam Peckinpah e da mão de um dos maiores pupilos do mestre Sam, Walter Hill. O filme também lembra algo do suspense Siege (1981), obscura produção canadense que narra, numa noite de greve da polícia, a invasão de uma milícia de ‘cidadãos de bem’ a um bar gay para massacrar os frequentadores.

Do elenco se destaca o veterano Patrick Stewart, simplesmente sinistro como o velho nazista. Anton Yelchin dá conta do recado em um dos seus últimos papeis e Imogem Poots, como a jovem skinhead, que se revela uma heroína inesperada.

Sala Verde (2015) (3)

O roteiro teve a proeza de não transformar os skins em meras caricaturas, como acontece em bobagens como Skinhead – A Força Branca. Além de várias citações de bandas punks como Minor Threat, Misfits, Damned, Fear e na trilha sonora ainda temos Slayer, Obituary, Corpus Rottus e Napalm Death, além do cartaz, com um dos personagens segurando um facão é uma referência direta a capa do álbum “London Calling”, clássico do The Clash. Tudo isso provando que os envolvidos no filme manjam do riscado musical.

Simples e direto, no típico jogo de gato e rato, Green Room mantém o espectador preso até o final. Um ótimo exercício de suspense e sadismo. Desde já uma das melhores surpresas do ano.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 4.2 / 5. Número de votos: 5

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Avatar photo

Paulo Blob

Nascido em Cachoeirinha, editou o zine punk: Foco de Revolta e criou o Blog do Blob. É colunista do site O Café e do portal Gore Boulevard!

11 thoughts on “Sala Verde (2015)

  • 30/08/2019 em 00:11
    Permalink

    esse filme é inverossimel no sentido que ate eu conseguiria ter arrombado aquela porta, a estetica do filme é maneira mas a incongruencia logica arrebenta com tudo;

    Resposta
  • 07/06/2018 em 16:24
    Permalink

    não consigo entender o tanto de críticas positivas para esse filme.
    assisti e praticamente desisti dele no meio.
    a história não faz sentido algum! e várias cenas também não.
    Não me divertiu. Me entediou e me irritou demais por estar perdendo meu tempo assistindo-o.

    Resposta
  • 07/09/2016 em 14:46
    Permalink

    Nada de inovador e para ser sincera esperava bem mais!Mto chato.

    Resposta
    • Avatar photo
      07/09/2016 em 16:51
      Permalink

      Defina inovador.

      Atualmente aparece que quando algum diretor repete uma formulinha em seus filmes de sempre, só trocando o monstro, todo mundo bate palma, mas quando é algo diferente e que a pessoa não está acostumado, entre outras críticas, falam que o filme é “mais do mesmo”.

      Parece mais uma questão de gosto do que de inovação. Vide o nosso texto sobre A Bruxa.

      Pra essa galera, fiquem tranquilos, ano que vem tem outro Annabelle, outro Insidious…

      Resposta
      • 17/12/2016 em 21:54
        Permalink

        Nada de invador msm, uma trama absolutamente comum por isso eu não achei e não acho nada de mais assim como também não achei O homem nas trevas um filme tão bom quanto a maioria achou. É questão de gosto, também não sou fã das sequências citadas por vc. Gosto de filmes que me surpreendam e Sala Verde não foi um deles. Mas gostei da crítica, só não curtí esse questionamento e deboche sobre minha opinião…no mais parabéns pelo site adoro as críticas.

        Resposta
        • Avatar photo
          18/12/2016 em 00:57
          Permalink

          Não estou questionando sua opinião, não!

          Estava apenas dizendo que hoje em dia o público do cinema meio que se acostumou a um padrãozão hollywoodiano que refilma as mesmas histórias há anos e o povo continua consumindo. Mas quando alguém tenta sair dos padrões, parece que esse estranhamento com algo diferente acaba sendo entendido mais como algo negativo do que algo positivo para o cinema e para o gênero.

          Eu particularmente não gostei do filme, mas gosto quando tentam inventar algo novo. Acho muito mais louvável você errar tentando criar do que copiando.

          Resposta
  • 03/08/2016 em 11:17
    Permalink

    Esse filme se tornou um dos meus preferidos do ano. Antes de lançar aqui no Brasil eu já vinha observando as notas ótimas que ele vinha recebendo lá fora, e ao assisti, me surpreendi mais ainda, pois apesar de ser simples, é muito envolvente, e o principal, você realmente se importa com os personagens!

    Resposta
  • 01/08/2016 em 01:08
    Permalink

    Concordo que é uma das melhores surpresas do ano !
    ” Green Room ” está na minha coleção !

    Resposta
  • 01/08/2016 em 01:01
    Permalink

    Ótimo filme que me pegou de surpresa .
    ” Green Room ” está na minha coleção !

    Resposta
  • 31/07/2016 em 14:48
    Permalink

    Imogen Poots está no remake de A Hora do Espanto e não A Hora do Pesadelo. Mas sei que só foi uma leve troca de títulos semelhantes. Ótima crítica.

    Resposta

Deixe um comentário para Jonathas Granada Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *