Resident Evil: Vendetta (2017)

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Resident Evil - Vendetta
Original:Biohazard Vendetta
Ano:2017•País:Japão
Direção:Takanori Tsujimoto
Roteiro:Makoto Fukami
Produção:Hiroyuki Kobayashi
Elenco:Matthew Mercer, Kevin Dorman, Erin Cahill, Kari Walrgren, John DeMita, Cristina Vee, Fred Tatasciore, Arnie Pantoja, Arif S. Kinchen

Depois de vermos um enredo bastante interessante em Degeneração e um filmão que surpreendeu a todos em Condenação, a expectativa por Resident Evil: Vendetta foi grande. O terceiro filme em animação que segue a linha oficial da mais famosa franquia de games de terror de todos os tempos chegou prometendo muito, mas acabou entregando um produto superficial demais.

A cena de introdução de Vendetta traz logo de cara Leon Kennedy andando por um corredor amontado de corpos em sacos do que logo descobriremos ser resultado de uma operação fracassada que dizimou sua equipe. Sem diálogos, ela é cortada bruscamente para Chris Redfield, a caminho de uma operação para prender Glenn Arias, um comerciante de armas biológicas.

A ação numa mansão abandonada tenta nos remeter ao terror dos primeiros jogos, onde mais uma vez o fracasso toma conta de Chris e, além de nada dar certo, sua equipe é totalmente morta pelos infectados de Arias que são capazes de distinguir inimigos.

Em outro corte bruto, somos reapresentados a Rebecca Chambers (sumida dos jogos desde Resident Evil 0), que deixou de ser uma agente do time Bravo, para se tornar uma cientista respeitada (o que é minimamente estranho) na busca por uma vacina contra a ameaça usada por Arias, o Trigger Virus.

É a partir daí que os três protagonistas montam um time, juntando esforços para derrotar Arias e seu plano de vingança. E também é a partir daí que as coisas começam a fazer menos sentido do que já pareceram até agora.

Em Vendetta, a união de alguns dos principais protagonistas da franquia funciona tão mal quanto em Resident Evil 6. O enredo do filme passa a ser rápido demais, as cenas de ação exageradas e a personalidade dos heróis fica sempre em segundo plano.

Leon deixa de ser o carismático e extrovertido agente especial para se tornar um depressivo sem motivações. Chris não parece carregar nada do luto e dores dos jogos passados, resumido a uma máquina de combate que não mostra seus propósitos. É Rebecca quem consegue dar um fôlego na animação. Mas ao ser colocada como a eterna mocinha que precisa ser salva das garras do vilão lunático, perde espaço para os dois heróis que deveriam carregar algumas mágoas do último jogo em que estiveram juntos e não se deram muito bem.

As cenas de ação beiram o ridículo. Longas e exageradamente coreografadas, há uma falta de noção bastante grande em suas realizações. Em um dado momento, Leon começa a fugir de moto de alguns cachorros zumbis por uma autoestrada. Os monstros conseguirem alcançá-lo não é nem uma surpresa, mas Leon vai além e, para derrubá-los, é capaz de matar inocentes, explodindo carros ao longo do caminho.

Glenn Arias também não entrega um vilão marcante. Embora sua motivação para criar um apocalipse viral seja bastante palpável (e esse é um dos poucos pontos positivos do filme, principalmente sobre o ponto de vista de Leon ao questionar quem é o vilão de verdade), seu desempenho é genérico, assumindo ar psicopata e insano, sempre dando longas explicações de como seu vírus e plano funcionam.

Após o final, fica a sensação de desapontamento com Vendetta. Depois da ótima repercussão do filme Condenação e o sucesso do jogo Resident Evil 7 este ano, esperávamos muito mais. O legado do filme acaba sendo a bela animação do projeto e os risos involuntários de vergonha que muitas de suas cenas são capazes de causar.

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Samuel Bryan

Jornalista, acreano, tão fã de filmes, games, livros e HQs de terror, que se não fosse ateu, teria sérios problemas com o ocultismo. Contato: games@bocadoinferno.com.br

4 thoughts on “Resident Evil: Vendetta (2017)

  • 07/07/2017 em 05:42
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    Pela primeira vez discordo 100% do boca do inferno, assisti ontem e a animação é espetacular com muita ação e terror.
    Saudades de quando o boca do inferno era apenas Marcelo milice e o Felipe M. Guerra, esse foi um dos piores textos que já li desde o primeiro ano do site

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  • 06/07/2017 em 23:31
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    Realmente o roteiro é cagado. Mas é divertido pra quem é fã.

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  • 06/07/2017 em 16:38
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    No fim das contas, as coreografias de ação me divertiram mais do que todos os filmes da Jovovich juntos

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  • 06/07/2017 em 12:08
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    Ah, de uma forma geral achei um bom entretenimento. Definitivamente falta profundidade de roteiro é certas coesoes nas cenas de história. Mas é bem divertido.

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