4.5
(2)

O Exorcista - 2ª Temporada
Original:The Exorcist - Season 2
Ano:2017•País:EUA
Direção:Jason Ensler, Steven A. Adelson, Alex Garcia Lopez, So Yong Kim, Meera Menon, Elizabeth Allen Rosenbaum, Deran Sarafian, Ti West
Roteiro:Jeremy Slater, David Grimm, Alyssa Clark, Yasemin Yilmaz, Adam Stein, Heather Bellson, Franklin jin Rho, Manny Coto, Sean Crouch, Rebecca Kirsch, M. Willis
Produção:Judd Rea, Charise Castro Smith, Robert M. Williams Jr.
Elenco:Alfonso Herrera, Ben Daniels, Kurt Egyiawan, Hannah Kasulka, Li Jun Li, Brianna Hildebrand, Alan Ruck, John Cho, Alex Barima, Hunter Dillon, Cyrus Arnold, Zuleikha Robinson, Kirsten Fitzgerald, Amélie Eve, Alicia Witt

O anúncio da realização de uma segunda temporada para a série O Exorcista deixou os fãs endemoniados. A possibilidade de reencontrar o padre Tomás (Alfonso Herrera) e o experiente Marcus (Ben Daniels) em exorcismos assustadores seria interessante, ainda que houvesse uma dúvida sobre o enredo. Possuir Regan (Geena Davis) novamente já não seria mais uma surpresa, além da repetição de uma trama desgastada, amaldiçoando a personagem a não ter mais domínio sobre suas ações. Assim, a série, desenvolvida por Jeremy Slater, partiu acertadamente para um tortuoso caminho novo, mantendo apenas como herança os velhos conhecidos, os antigos traumas e algumas referências interessantes ao clássico, mostrando que o programa já tem a maturidade necessária para prosseguir com suas próprias pernas.

Entretanto, o começo foi aterrorizante no mau sentido. O primeiro episódio, Janus, de Jason Ensler, que foi ao ar no dia 29 de setembro, reapresentou os dois exorcistas já em ação, fugindo pelos campos rurais de Montana em uma picape com uma mulher possuída, seis meses após os eventos da primeira temporada. A fuga pelas estradas de terra, embora empolgante, traz uma relação direta com a série Supernatural, despertando uma perspectiva desanimadora: será que teremos uma versão madura dos irmãos Winchester, com cada episódio conduzindo os heróis a enfrentar demônios pela América?

Felizmente, foi apenas uma impressão inicial. O demônio que possuiu Cindy (Zibby Allen), e gerou a revolta da polícia – um dos rostos é o do conhecido Warren Christie, de Apollo 18 – A Missão Proibida (2011), – veio com a proposta de estabelecer a relação com O Exorcista: Tomás descobriu um meio de se conectar com o demônio ao oferecer seu corpo como hospedeiro, permitindo que a entidade seja expulsa de dentro pra fora. Durante a jornada, ele tem uma visão estranha sobre um orfanato e o aniversário complicado de uma criança, uma ponte para o enredo central, apresentado numa narrativa aparentemente deslocada.

Andrew Kim (John Cho) comanda um orfanato numa ilha em Washington, aguardando o interesse de famílias pela adoção de cinco jovens: o religioso Shelby (Alex Barima) – um dos primeiros a notar algo estranho no local -, o deficiente visual Caleb (Hunter Dillon), o grande Truck (Cyrus Arnold), a indomável Verity (Brianna Hildebrand) e a problemática Grace (Amélie Eve), que veste uma máscara para se esconder do lado exterior, remetendo sua personagem como parte da obra Lar das Crianças Peculiares. A chegada de uma antiga relação de Kim, Rose (Li Jun Li), e o passado trágico envolvendo a morte de sua amada falecida, Nicole (a sempre talentosa Alicia Witt), começam a apresentar o tom da temporada, principalmente quando a morada passa a ser assombrada por um demônio.

Também, é trazido de volta o padre guerreiro Bennet (Kurt Egyiawan), ainda em conflito com o lado negro da Igreja, que configurou uma tentativa de assassinato do Papa na primeira temporada. Deixando de lado plots mais intelectuais, a série abandona os elementos políticos e parte para o terror propriamente dito, tendo Bennet que enfrentar os resquícios dessa vilania com o apoio da decidida Mouse (Zuleikha Robinson), um contato antigo de Marcus. Aliás, nos episódios seguintes, após ajudar Cindy, a dupla de exorcistas ainda terá pela frente um problema em Seattle, atendendo o pedido de uma mãe, Lorraine (Rochelle Greenwood), sobre a possessão de sua filha Harper (Beatrice Kitsos). Ao perceber que se trata de um desvio psicológico da progenitora, a garota irá para o orfanato, unindo as duas principais narrativas, assim que o demônio finalmente expressar suas intenções.

Alguns elementos de horror são bem introduzidos nos roteiros de David Grimm, Alyssa Clark, Yasemin Yilmaz, entre outros, como a lenda do poço, a morte dos pássaros que circundam a casa rural, o parto sinistro e uma surpresa envolvendo uma personagem “que não devia estar ali“.Tomás e Marcus tentam entender o Mal que aflige a família, com uma relação ao passado da ilha, e ainda enfrentam a descrença no trabalho e as “diferenças criativas” entre eles, até o demônio finalmente começar a agir na possessão de um dos envolvidos. Não é difícil prever o endereço que será ocupado pela entidade a partir de alguns sinais apresentados – e o processo consome tempo demais na série -, mas o modo como gradualmente se desenvolve, quase próximo da chamada “integração” (quando o demônio mata a alma definitivamente), é justificável e permite momentos divertidos. O destaque é, sem dúvida, o episódio Darling Nikki, de Jason Ensler, que trata do retorno de Lorraine em busca da filha.

Mais simples e eficiente do que a primeira temporada, O Exorcista amplia seu repertório demoníaco sem muito esforço, e ainda destaca a atuação de Alfonso Herrera, em seu conflito interno, e o esforço dramático de Ben Daniels, na boa direção de nomes como Ti West, que comandou o terceiro episódio. Com a reconstrução bem feita de uma cena de O Exorcista 3 na sequência final, a série deixa espaço para mais empreitadas dos exorcistas em 2018, bastando apenas a confirmação de uma nova temporada. Tomara que novos dias excelentes para exorcismos aconteçam…

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6 Comentários

  1. Final não foi surpreendente . No começo foi muito bom,mas o final deixou a desejar .

  2. Curti pra caramba a série é tive um “colapso” quando descobri que o décimo era o último da temporada… ?? Espero que tenha mais temporadas, pelamordedeus…?

  3. “A fuga pelas estradas de terra, embora empolgante, traz uma relação direta com a série Supernatural, despertando uma perspectiva desanimadora: será que teremos uma versão madura dos irmãos Winchester, com cada episódio conduzindo os heróis a enfrentar demônios pela América?”. Qual é o problema de se parecer com a série “Sobrenatural”?

    1. Ninguém aguenta mais sobrenatural, cara. Já deu o que tinha que dar, o que chama atenção são séries inovadoras.

      1. Quem disse que ninguem aguenta mais? Eu amo Spn e continuo assistindo assiduamente.

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