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Creep 2
Original:Creep 2
Ano:2017•País:EUA
Direção:Patrick Brice
Roteiro:Patrick Brice, Mark Duplass
Produção:Carolyn Craddock
Elenco:Karan Soni, Mark Duplass, Desiree Akhavan, Caveh Zahedi, Jeff Man

Segundo as trívias do IMDB, Creep será uma trilogia envolvendo o personagem de Mark Duplass. Se o trabalho não for apenas uma reedição do anterior e trouxer mais informações ao enredo construído no primeiro, pode ser que cada filme funcione como complemento de um mesmo universo. Os receios se encerram no prólogo, quando o serial killer stalker resolve finalizar a tortura psicológica do jovem Dave (Karan Soni), cortando-lhe a garganta com uma faca. Após o ato, ele aparenta não estar muto feliz pela ação realizada, o que trará uma crise de consciência e promoverá os acontecimentos do segundo filme.

Sara (Desiree Akhavan) possui um programa no youtube chamado Encounter, no qual atende aos classificados, geralmente de pessoas sozinhas em busca de companhia, e filma o encontro e as reações do anunciante. Apesar de já ter realizado algumas edições, ela não consegue fazer seu canal decolar, com poucas visualizações e quase nenhuma interatividade. Amargurada ao ponto de pensar em se matar, Sara resolve apostar no derradeiro anúncio de um tal “Aaron” (nome da vítima de Creep, 2014), que precisa que alguém faça filmagens e tenha visto Entrevista com o Vampiro (!!).

Ela vai ao local e conhece o rapaz – Duplass agora com barba e cabelo comprido -, quando ele preparava um suco verde em sua residência. Ele não diz que tem uma doença terminal, nem tentará enganar com alguma história fantasiosa. Desta vez, ele resolve ser sincero e diz que é um serial killer que está disposto a contar sobre as 39 vítimas, seu modo de ação, como uma maneira de encerrar seu trabalho, uma vez que não está mais se sentindo feliz. Propõe que ela o filme durante 24 horas, dizendo que não a matará nesse período de convivência, na apresentação de um documentário que seria ao estilo Francis Ford Coppola (!!). Uma via de mão dupla: ajudaria à reflexão do assassino ao mesmo tempo em que poderia promover o programa da garota. Uma ajuda mútua, caso os instintos do psicopata consigam ser contidos.

Ela não acredita que ele seja um serial killer, e topa a proposta pela curiosidade mórbida, pelo desafio e por uma química sentida de imediato. Assim, Aaron já apresenta suas esquisitices ao pedir que ambos fiquem nus, desprovidos de qualquer barreira que pudesse impedir a fluidez do trabalho. E depois tenta seus costumeiros sustos – algo que não funciona bem com Sara -, incluindo o uso da máscara de lobo, o tal “peach fuzz” mostrado no original. A diferença entre as outras vítimas e a garota é que ela não quer ser apenas uma marionete das ações de Aaron, assumindo o controle por diversas vezes, o que desperta um certo interesse do psicopata pela youtuber.

Em dado momento, ele propõe um ato final, encerrando suas atividades com um suicídio. A partir daí, a situação foge do controle de ambas as partes, antecipando um inevitável confronto no terceiro ato. Será que Sara conseguirá se safar das mãos do assassino ou sua sina é a ser a vítima 40?

Levemente diferente do primeiro, Creep 2 também incomoda o espectador. Mesmo sabendo do que se trata – já não é mais novidade a vilania de Aaron/Josef – alguns arrepios podem ser despertados na sequência. Dentre os destaques, há uma cena bem interessante em que o assassino pede que ela corte sua cabeça com um machado e, assim, encerrar de vez os seus crimes. Também é curioso quando ele mostra à Sara a sequência do assassinato de-Aaron no primeiro filme e tece alguns comentários a respeito – teria um resultado melhor se ele mostrasse outras mortes para elevar o nível de tensão da dupla.

A justificativa para o uso da câmera o tempo todo se mantém pelo interesse de Aaron de registrar suas ações, como fã de cinema e parte de sua coleção. Mas, o didatismo de alguns momentos, como a garota usar a câmera como um modo de expor seus pensamentos, impede que o público acredite no que está sendo mostrado, assim como algumas sequências, como a que envolve a cova, em que o registro é puramente oportunista.

Um pouco inferior, principalmente pela falta de surpresas, Creep 2 poderia ser bem melhor se a garota participasse de um crime de Aaron/Josef, não sendo apenas uma testemunha de sua rotina comum como o espectador. Traria bem mais arrepios!

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