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A Maldição do Sono
Original:Shi mian
Ano:2017•País:Hong Kong
Direção:Herman Yau
Roteiro:Eric Lee, Erica Lee
Produção:Albert Lee, Jason Siu, Yao Qinyi
Elenco:Anthony (Chau-Sang) Wong, Michelle Wai, Jojo Goh, Ka Tung Lam, Bryant Ji-Lok Mak, Ikki Funaki

Produzido em Hong-Kong, A Maldição do Sono tem um prólogo bastante promissor: uma sequência filmada através de uma câmera caseira, com imagem trêmula e granulada, mostra como a vida de um homem de família rapidamente desce a um sangrento abismo quando, por razões desconhecidas, ele não consegue mais dormir.

Cortamos para o presente – no caso, ano de 1990, onde somos apresentados ao neurocientista Lam Sik-ka (Anthony Wong, que anunciou ser este seu último filme de horror) é um rígido professor universitário cuja linha de pesquisa envolve justamente a descoberta de um princípio que permita que as pessoas não necessitem mais dormir, gerando muito mais produtividade e vida útil aos humanos. No entanto, a verba para seu projeto é vetada pelo Conselho da Universidade e o pesquisador fica puto. Sofrendo ele mesmo com sinistras visões, ele é providencialmente visitado por um antigo interesse romântico (Jojo Goh), que clama para que ele ajude a moça e sua família, vítimas de um mal inexplicável pela medicina, um tipo de insônia incurável que gera demência e comportamento homicida. Lam Sik-ka decide então procurar uma paranormal para tentar ajuda-lo a decifrar o problema.

A partir desse momento, o longa nos apresenta a um longo flashback, que se passa em 1942, época de ocupação do exército japonês em Hong-Kong.  Naquele tempo, o pai de Lam Sik-ka (também interpretado por Wong) atuava como tradutor para as tropas japonesas que ocupavam Hong-Kong no período. O referido falhou em resgatar uma confort woman (Michele Wai) da perseguição pelos ocupantes. Sik-ka posteriormente descobre que a morte de seu pai foi devida a uma maldição aplicada pela mulher que eventualmente passa a assombrá-lo também no presente.

Dirigido por Herman Yau, prolífico diretor chinês com quase quarenta trabalhos em seu país, dentre os mais representativos os asquerosos e perturbadores noventistas “The Ebola Syndrome” e “The Untold Story”, o longa possui alguns bons momentos, como a cena do atropelamento bem feita, ao mesmo tempo em que tomam conta do filme a partir de sua segunda metade, sequências confusas que se alternam entre eventos ocorridos durante o período da Segunda Guerra e o tempo atual. Do mesmo modo, os Flashbacks excessivos acabam mais confundindo que explicando o roteiro, que acaba inofensivo demais sob qualquer ótica.

Há espaço também, sobretudo a partir da metade do filme, para cenas de bastante gore, com direito até mesmo a mutilações diversas e à castração de um personagem e a exposição de seu órgão genital. Pena que quando a coisa finalmente parece engrenar, desbancando num caleidoscópio de insanidade, já estamos praticamente no final do filme. Talvez um trabalho que funcionaria maravilhosamente bem há vinte anos, afora os problemas de ritmo e roteiro, hoje resta a sensação de quase amadorismo.

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