60 Minutos para Morrer (2017)

4.5
(4)

60 Minutos para Morrer
Original:Escape Room
Ano:2017•País:EUA
Direção:Will Wernick
Roteiro:Noah Dorsey, Will Wernick
Produção:Jeff Delson, Kelly Delson, Sonia Lisette, Will Wernick
Elenco:Evan Williams, Annabelle Stephenson, Elisabeth Hower, Dan J. Johnson, John Ierardi, Kelly Delson, Darrel Cherney, Cathy Diane Tomlin, Cali Fredrichs, Lance Caraway

As salas de fuga, as populares “escape rooms“, estão em grande ascensão pelo mundo. Eram comuns apenas nos jogos eletrônicos, até o surgimento na Ásia (China e Taiwan) das primeiras em formato “real experience“, que alcançariam os EUA em 2012. O Brasil também está aos poucos popularizando a brincadeira, com muitas variações temáticas, ainda que os preços sejam considerados bastante elevados. No entanto, pode-se dizer que no cinema elas vieram antes, devido a franquias como Cubo e Jogos Mortais, que propunham situações temporais e a necessidade de solucionar enigmas para progredir à sala seguinte. 60 Minutos para Morrer (Escape Room, 2017) antecipa o thriller Escape Room, que seria lançado somente em 2019, ao propor um jogo em que os participantes podem pagar com a vida. Embora tenha vindo antes e seja mais econômico, trata-se de um thriller bastante irregular, que propõe pouco suspense, apresenta personagens irritantes e nenhuma surpresa.

Abre com uma longa sequência de imagens noturnas, com uma pessoa misteriosa no volante enquanto ouve os desafios propostos a uma vítima. Tyler (Evan Williams) e a namorada Christen (Elisabeth Hower) são dois riquinhos que estão prestes a se encontrar com amigos para celebrar o aniversário do rapaz. Chegam a um bar para rever Natasha (Annabelle Stephenson) – que já teve um relacionamento escondido com Tyler -, e seu namorado, o lerdo Anderson (Dan J. Johnson); também estão o casal Conrad (John Ierardi) e Tabby (Kelly Delson), que é irmã do aniversariante. Durante a bebedeira cara, Christen propõe como presente para o namorado que o grupo participe de uma “escape room“, cujo convite enigmático chegou até ela pelo correio.

Eles aceitam participar, deixando de fora apenas uma amiga. Os seis entram numa van própria do jogo, com os vidros escuros e partem ao local. São obrigados a se vendar na entrada, com a ajuda de Christen, que parece fazer parte da brincadeira. Separados em ambientes diferentes, cada um deles percebe que para se mover pelas salas terá que vencer desafios lógicos e que têm uma relação direta com o aniversariante. Tyler fica num ambiente com vários televisores e jornais; Natasha e o irritante Anderson estão presos um ao outro em outro espaço, com quadros, relógios e a cabeça de um animal; e, por fim, Conrad e Tabby tiram as vendas numa espécie de laboratório, sendo que o rapaz possui uma cinta íntima com segredo.

Demora bastante para que aconteçam as primeiras mortes e eles percebam que aquilo faz parte da diversão pessoal de um psicopata. Descoberta a química do jogo, eles perdem muito tempo lamentando perdas e escolhendo culpados, ao passo que percebem que, além da vitória permitir a sobrevivência, ela também pode salvar a vida de Christen, nua e trancafiada numa pequena jaula. Alguns enigmas são até bobos demais, como o dos quadros que devem seguir a cadeia alimentar, mas há os que parecem ter sido formulados por Jigsaw – puxar uma alavanca abre uma porta, desde que você esteja disposto a facilitar a ação do seu parceiro e ter o braço ferido. Há até a versão live action de uma situação proposta no jogo Until Dawn, de decidir quem deve viver ou morrer. Assim que a situação se torna extrema, a amizade é deixada de lado pelo instinto de sobrevivência e o desejo de encontrar a saída antes que a hora termine.

Dirigido como uma produção para a TV por Will Wernick, 60 Minutos para Morrer foi co-escrito pelo diretor em parceria de Noah Dorsey. Estreou em algumas salas em poucos países como Taiwan, Hong Kong, México e Portugal, enquanto nos EUA teve apenas uma oportunidade no Festival Internacional de Seattle. Felizmente, por aqui só chegou ao mercado de DVD, o que se justifica pelo proposto, mas se você tiver escolha, tente escapar dessa produção para não ter a sensação que desperdiçou um tempo valioso.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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