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Mara
Original:Mara
Ano:2018•País:EUA
Direção:Clive Tonge
Roteiro:Clive Tonge, Jonathan Frank
Produção:Mary Aloe, James Edward Barker, Steven Schneider, Joel Shapiro, Scott Mann, Myles Nestel, Craig Chapman
Elenco:Olga Kurylenko, Craig Conway, Javier Botet, Rosie Fellner, Lance E. Nichols, Mackenzie Imsand, Mitch Eakins, Ted Johnson, Melissa Bolona, Marcus W. Weathersby

Não há nada mais aterrorizante do que o fenômeno da paralisia do sono. Acordar no meio da noite com a incapacidade de se mover, de pedir ajuda, tomado por uma sensação perturbadora de impotência e insegurança. Além de todas as circunstâncias que envolvem a imobilidade, há também um lado que promove estudos e que a ciência explica como alucinações hipnagógicas, envolvendo a presença de visitantes inesperados durante o experimento. Cada cultura cria seu próprio “demônio do sono“, a tal criatura que só pode ser vista por aqueles que despertam subitamente de um sono profundo, e permite que a imaginação desenvolva contos de horror e produções cinematográficas, tendo como maior representante até o momento o documentário The Nightmare, disponível na Netflix.

Entre os exemplares relacionados ao tema, muitos produzidos nos últimos anos como The Man in the Shadows (2017), Sono Mortal (2016) e Be Afraid (2017), um que se destaca é o longa Mara, debut de Clive Tonge. Consegue se diferenciar pelo enredo curioso, que atribui as consequências da visita noturna a tragédias grandiosas, e também pela qualidade da produção, com um bom elenco encabeçado pela expressiva atriz ucraniana Olga Kurylenko, que já possui bons créditos em sua filmografia (A Marca da Serpente, Hitman: Assassino 47, Max Payne, 007 – Quantum of Solace, Centurião…).

Ela interpreta a psicóloga criminalista Kate Fuller, cujo novo trabalho envolve o suposto assassinato do marido de Helena (Rosie Fellner), durante a madrugada, quase testemunhado pela pequena Sophie (Mackenzie Imsand). Alegando inocência, embora não existam evidências de qualquer outra presença no quarto, o caso instiga a doutora, principalmente quando a família atribui a culpa a Mara, uma entidade maléfica que teria ocasionado a morte do rapaz. Com o crime praticamente encerrado, Kate começa a buscar conexões com a vítima e descobre outros nomes e um grupo de pessoas que se encontram para relatar suas experiências. À medida em que se aproxima de uma assustadora verdade, Kate começa também a sofrer do mesmo mal, experimentando os cinco estágios que antecedem a visita final.

Além do já mencionado bom elenco – e esse elogio pode ser ampliado à Rosie Fellner e Mackenzie Imsand -, o que pode enaltecido em Mara é o modo como o enredo trabalha com a assombração. Sem exposição exagerada, a criatura surge aos poucos, sendo vista à distância ou envolta nas sombras dos quartos escuros. E o próprio movimento da vilã, bem orquestrado pelo experiente Javier Botet, dão um tom que remete aos fantasmas orientais, destacando aos mãos tortas e os dedos alongados, caracterizando o bicho-papão de maneira bem assustadora.

Se há esse bom trabalho de fotografia, a cargo de Emil Topuzov, associado a uma trilha bem atmosférica de acordes intensos, por outro lado, o enredo não se aproveita adequadamente dos elementos que tem à mão, repetindo velhos clichês como a de expressar as vítimas como o pescoço retorcido, que remete aO Chamado. E fica evidente boa parte dos acontecimentos do enredo co-desenvolvido por Jonathan Frank em parceria de Tonge, como a presença de personagens revistos pelo gênero como o detetive incrédulo (Lance E. Nichols) e o louco-obsessivo, que terá feito um grandioso estudo sobre a aparição para facilitar os trabalhos da protagonista.

Mesmo com essas obviedades e clichês, Mara é um bom entretenimento, não se arrastando em cenas desnecessárias, e que desponta leves arrepios naqueles que acham que existe algo sinistro no escuro, velando seu sono.

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1 comentário

  1. Em meio a tanta tranqueira, eu até achei razoável esse filme, em algumas cenas chega a dar uma sensação incômoda, critica excelente, só a nota na minha opinião valeria 3 caveiras

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