Don’t Fuck with Cats: uma caçada online
Original:Don't Fuck with Cats: Hunting an Internet Killer
Ano:2019•País:EUA, UK Direção:Mark Lewis Roteiro:Mark Lewis Produção:Simon Mills Elenco:Deanna Thompson, John Green, Claudette Hamlin, Antonio Paradiso, Anna Yourkin, Benjamin Xu, Marc Lilge |
Já faz um tempo que entrei na onda de documentários sobre crimes. Me joguei nesse buraco e não consigo sair. Por que eu faço isso com minha saúde mental? Não sei, mas é o que temos para hoje.
Mark Lewis dirige essa minissérie documental de três episódios lançada pela Netflix. O diretor tem uma vasta experiência em documentários sobre animais. Mas não é nada naquele estilo mega Discovery com a narração que dá soninho no fundo. Tem uma pegada um pouco mais reflexiva sobre a realidade de certos animais. Em 2006 ele lançou The Standard of Perfection: show cats, que acompanha gatos de competição de beleza e seus donos num tom humorístico, mostrando um pouco da cafonice dos eventos.
A chave para tudo o que acontece nessa nova produção é simples: todos amam vídeos de gatos, então a lei número zero da internet seria: Don’t Fuck with Cats, porque com certeza você vai deixar muita gente puta e iniciar uma caçada à sua alma cruel.
Como uma feliz dona de 4 gatos (ou melhor, amiga, porque se eles virem que usei a palavra ‘dona’ serei processada), estava com o pé atrás de assistir a série e ver coisas que não conseguiria apagar da minha mente depois. Mas, fiquei curiosa sobre a história do assassino e, principalmente, sobre como funcionou essa “caçada online” ao criminoso.
Temos dois personagens principais aqui, Deanna Thompson e John Green, que nos idos de 2010, desavisados, clicaram no link de um vídeo de gatinhos achando que seria algo fofo e, de repente, se viram traumatizados. Eles e mais algumas pessoas resolveram que esse crime deveria ser punido, então iniciaram uma investigação para descobrir a identidade do assassino. Eles não usam recursos complexos ou nada que um hacker precise saber. São nerds normais, como eu e você. Eles usam mapas online, aplicativos para identificação de fotos, fóruns, sites de relacionamento. Através desses recursos fazem uma pesquisa detalhada sobre a personalidade da figura por trás dos vídeos e concluem: ele vai matar de novo e vai matar pessoas.
A partir disso, denúncias são feitas e ignoradas, vídeos chocantes continuam sendo lançados até um desfecho terrível.
A série tem um clima tenso e questiona a todo o momento o papel do telespectador diante do que vê. Será que os “investigadores nerds” incentivaram o assassino a continuar na produção de seus vídeos? Qual a responsabilidade possuímos sobre aquilo que assistimos/damos views? Será que ignorar o que te incomoda seria melhor do que fazer barulho e chamar ainda mais atenção para algo que você não concorda?
Com a opinião dos envolvidos na investigação, policiais e familiares do criminoso, Don’t Fuck with Cats cerca os acontecimentos focando na pesquisa e passo a passo para se procurar um assassino. Deixa algumas pontas soltas, que incomodaram bastante, especialmente por mudar o modo como podemos interpretar o crime (vou deixar um parênteses no final com spoiler, então se não quiser saber, fuja!).
É uma série pesada. Os vídeos dos assassinatos não são exibidos na íntegra, mas aparecem diversos trechos, além de descrições detalhadas. Então se você está emocionalmente fragilizado ou fica muito impressionado com esse tipo de coisa, melhor evitar. Mas, é um documentário que vale a pena pela abordagem e por seguir os investigadores, provando que com a internet podemos descobrir praticamente tudo sobre uma pessoa.
Agora o spoiler:
Quando a mãe do assassino faz uma reflexão sobre um dos vídeos, destaca que aparecem três mãos humanas acariciando uma cobra (que foi utilizada em um dos crimes). Duas dessas mãos, obviamente, são do assassino. Mas e a terceira? Isso é jogado na série e não é explicado em nenhum momento. Será que ele tinha um cúmplice? Manipulou as imagens? É um fato bem marcante para ficar sem explicação.
Duas coisas que me incomodam: De quem era a outra mão no vídeo da Piton, e quem foi a pessoa que mandou o nome do Lukas pro John e a outra moça. Isso não para de martelar na minha cabeça
Perai foram assassinatos que envolveram gatos na cena dos crimes, ou era só videos de gente matando gatos?
Começa com um cara que fez um vídeo matando dois gatinhos…
Olha, esse lance da 3º mão não ser explicado me incomodou bastante, mas acredito que esse é um furo que aconteceu de verdade, algo que não foi investigado, não culpa do documentário.
Mas gostei bastante de como várias coisas de ligam no final.
Eu só preciso de uma resposta pra conseguir dormir hj