Abismo do Terror
Original:DeepStar Six
Ano:1989•País:EUA Direção:Sean S. Cunningham Roteiro:Lewis Abernathy, Geof Miller Produção:Sean S. Cunningham, Patrick Markey Elenco:Greg Evigan, Nancy Everhard, Taurean Blacque, Miguel Ferrer, Nia Peeples, Matt McCoy, Cindy Pickett, Marius Weyers, Elya Baskin, Thom Bray, Ronn Carroll |
Explorar a imensidão do espaço e as profundezas do mar se mostraram caminhos curiosos para o cinema de ficção científica e horror. É realmente o contato com um mundo desconhecido, onde a imaginação pode desenvolver criaturas grotescas que se unem à loucura pela solidão, pessimismo e claustrofobia para montar um cenário simplesmente aterrorizante. Assim como o espaço fora visitado durante muitas décadas até encontrar o horror de um monstro alienígena, o ano de 1989 foi rico em produções que visaram explorar lugares nunca dantes navegados pela profundidade e dificuldade de acesso, com o lançamento de Leviathan, O Segredo do Abismo, A Maldição de El Diablo, Inferno Submarino, Lords of the Deep e a temática desta resenha, Abismo do Terror, dirigido por Sean S. Cunningham (de Sexta-Feira 13, 1980).
Sem o elenco de rostos conhecidos como o do vizinho Leviathan, embora tenha o figurinha carimbada da época, Miguel Ferrer, Abismo do Terror também é um filme de monstro. No entanto, não se trata de uma doença que irá acometer os tripulantes até que eles se transformem em mutações assustadoras, mas o clássico despertar de uma criatura pré-histórica. No enredo, de Lewis Abernathy e Geof Miller, a DeepStar Six, uma instalação naval americana, com 11 membros, está no último fim de semana de exploração experimental. O projeto visa a instalação de uma plataforma de mísseis e futura colonização, e está sob o comando do intragável John Van Gelder (Marius Weyers).
A descoberta pelo geólogo Burciaga (Elya Baskin) de uma imensa caverna inexplorada empolga a bióloga Dra. Scarpelli (Nia Peeples), que pensa nas formas de vida que podem ser estudadas e que trariam conhecimento sobre evolução e até medicamentos, mas ela é contrariada pelo chefe, que ainda pede que ela seja explodida, devido ao tempo curto para o encerramento da missão. A explosão forma uma fissura, que leva dois pilotos de submarino, Osborne (Ronn Carroll) e Hodges (Thom Bray), ao local para fins de registro fotográfico. O tal monstro adormecido ataca a dupla, e depois a base de observação, onde estão Joyce Collins (Nancy Everhard) e um seriamente ferido Burciaga, exigindo um resgate sem saber que também irão atrair o inimigo voraz para o interior da plataforma.
Como um bom filme de monstro com restrições orçamentárias, a criatura demorará algum tempo para aparecer. Será vista no radar, chacoalhará os submarinos e bases até a sua aparição sempre parcial, na sequência que acabou se transformando na capa do filme. E o resultado parece antecipar os graboides que se tornariam as criaturas principais da franquia O Ataque dos Vermes Malditos – se fizessem uma conexão com os vermes do deserto, seria uma trívia divertida! Os efeitos, a cargo de Chris Walas (Criaturas das Profundezas, A Mosca, Gremlins…), são bem interessantes e dão o tom da grandiosidade da criatura, mesmo que ela não seja mostrada por completo.
Já o roteiro, segue o estilo de produções similares, já deixando o público saber quem serão os heróis e resistirão a tudo até às situações improváveis. Destaca-se Miguel Ferrer por ser o personagem dos erros e bobagens cometidas. Desde sua primeira aparição, ele falha diversas vezes, colocando em risco a expedição e os companheiros, enquanto transborda em seu egocentrismo. Seja no momento em que detona a plataforma, causando estragos na DeepStar Six, ou até quando encontra um meio de trancafiar os colegas em lugares onde a criatura está. Causa o estresse no convívio claustrofóbico e atrapalha até mesmo nos planos de fuga.
Abismo do Terror praticamente repete o final de Leviathan e perde pontos por se esquecer da criatura durante um bom período. Mesmo assim, com suas falhas, garante a diversão para os fãs de filmes de monstros e produções ambientadas no inexplorado fundo do mar. Visto hoje, ainda mantém suas qualidades técnicas e promove alguns momentos de entretenimento.
Me lembro de assistir esse a primeira vez na tela quente nos anos 90, um bom filme de ficção científica e horror com certeza, tenho na minha coleção esse e outras produções similares.
Eu adorava esse filme. Lembro de assistir tarde da noite na globo quando era garoto, na expectativa de ver o monstro no final. (Algo me diz que parecia uma lagosta gigante rs)
É um roteiro sem novidades, aquele mesmo feijão com arroz, porém, todo o charme desse tipo de produção de terror B está lá. Vale a pena para quem curte o gênero.
Obs: Não sei dizer se os efeitos estão datados. Talvez isso incomode alguém que nunca assistiu e não está envolto na capa protetora da nostalgia.