Vidas Passadas
Original:Colic: dek hen pee
Ano:2006•País:Tailândia Direção:Patchanon Thammajira Roteiro:Piyaros Suntornwipart Produção:Somsak Techaratanaprasert Elenco:Pimpan Chalaikupp. Vittaya Wasukraipaisan, Kuntheera Sattabongkot |
Na trama de Vidas Passadas, o jovem casal Phrae (Chalaikupp) e Prong (Wasukraipasan) planeja curtir a vida. Porém seus planos mudam quando Phrae engravida. Eles se casam a contragosto, e se mudam para a periferia onde mora a mãe de Prong, deixando a vida na grande metrópole para trás. Quando o bebê nasce, embora saudável, chorando incessantemente sem explicação, uma série de eventos sinistros passa a ocorrer simultaneamente e o casal cede aos desejos da mãe de Prong em levar a criança a um templo local a fim de descobrir a verdade, ainda que os choquem.
A começar pelo título nacional, que acaba entregando parte do “mistério” do longa, Vidas Passadas é um festival de erros e monotonia. Acompanhando o verdadeiro frisson causada pelas dezenas de estreias de filmes de horror orientais – ou remakes destes – este filme infelizmente é um exemplar bastante menor (em qualidade e impacto) se comparado, inclusive, apenas ao conterrâneo Espíritos – A Morte Está ao Seu Lado (filme de 2004, porém com estreia no Brasil apenas em 2006), de origem também tailandesa, e que fez grande sucesso de público e crítica explorando um filão ainda pouco visto no cinemão, aquele de fantasmas aparecendo assustadoramente em fotografias.
Se o longa busca acertar tendo uma introdução bastante rápida, nos apresentando sem maiores delongas o casal protagonista, tal recurso pouco funciona já que, além de não permitir que criemos uma maior empatia com aquelas pessoas, torna o casal pessoas unidimensionais, das quais pouco sabemos, e ainda tenta nos jogar direto à ação. O problema é… Bem, o problema é que não há muita ação no filme. De ritmo extraordinariamente lento, o roteiro acaba não nos apresentando quaisquer desenvolvimento de personagens, tampouco sustos, e nem construção de tensão, de modo que tudo tende a ficar extremamente maçante ao espectador. Até mesmo as chaves da atuação do elenco entram num monotom.
Curiosamente, as cenas de supostamente maior impacto acontecem logo no início do longa (a cena do liquidificador estampada na capa do DVD nacional) e no último ato (onde uma das personagens coadjuvantes é subitamente atropelada). Porém mesmo tais cenas parecem deslocadas do roteiro, parecendo apenas inseridas numa tentativa vã de causar choque. Vidas Passadas é um filme que, com uma hora e quarenta minutos de duração, acaba se parecendo com um inchado capítulo de telenovela – e das piores.