A Colônia (2013)

4.8
(12)

A Colônia
Original:The Colony
Ano:2013•País:Canadá, EUA
Direção:Jeff Renfroe
Roteiro:Jeff Renfroe, Svet Rouskov, Patrick Tarr, Pascal Trottier
Produção:Paul Barkin, Matthew Cervi, Pierre Even, Marie-Claude Poulin
Elenco:Kevin Zegers, Laurence Fishburne, Bill Paxton, Charlotte Sullivan, Dru Viergever, Atticus Mitchell, John Tench, Lisa Berry, Lucius Hoyos, Kimberly-Sue Murray, Michael Mando, Romano Orzari, John Healy

Em determinada cena de A Colônia, filmaço de Jeff Renfroe, desenvolvido a partir de um roteiro próprio com Svet Rouskov, Patrick Tarr e Pascal Trottier, uma mulher tenta a todo custo esconder dos demais que está gripada até a sequência culminar com seu espirro e o distanciamento das pessoas presentes no local. Pode talvez ter impressionado em 2013, na época em que o longa foi lançado, mas não hoje em dia, em plena pandemia do coronavírus, onde qualquer sinal da doença é visto como um alarme de desespero. E impressiona também saber que a trama tem semelhanças com a obra que inspirou o longa Expresso do Amanhã, de Bong Joon Ho, lançado curiosamente no mesmo ano.

Apesar do contexto semelhante e pelo fato de contar também com um grande elenco, A Colônia não explora divisões de classes, mas tem suas regras disciplinares, castigos que podem condenar a duas possibilidades de morte e ainda traz inimigos canibais, o que pode entreter os fãs do gênero. Em 2045, os homens construíram máquinas para controlar o tempo e observar mudanças climáticas, mas exatamente pela falha delas é que ocasionou uma nova era do gelo, quando a neve não parou mais de cair. Mantidos em abrigos subterrâneos, os sobreviventes precisam produzir sua própria comida e controlar qualquer tipo de infecção que possa condenar o ambiente, tendo que obedecer às ordens, na Colônia 7, de dois soldados, Briggs (Laurence Fishburne) e do intragável Mason (Bill Paxton), que acredita que a pessoa doente deva ser imediatamente exterminada.

Quando não recebem mais o contato da Colônia 5, Briggs decidi ir ao local com o apoio de Sam (Kevin Zegers) e Graydon (Atticus Dean Mitchell) , enquanto o lugar tem o comando temporário da namorada de Sam, Kai (Charlotte Sullivan). A jornada é bem atmosférica e visualmente deslumbrante, com o grupo tendo que se abrigar na carcaça de um helicóptero, e atravessar uma extensa ponte. Ao chegar á Colônia 5, encontram rastros de sangue, e, escondido em uma sala, o desesperado Leland (Julian Richings), que dificulta para o público e para os visitantes ao simplesmente não contar logo o que aconteceu ali. Mas ele apresenta indícios de que existe um local onde já há aparente degelo e sinais da natureza, o que pode servir de refúgio e esperança.

Contudo, na Colônia 5, há um grupo imenso de canibais, pessoas que perderam completamente a humanidade pela fome. Agindo como animais agressivos e sedentos, com os dentes cerrados, tendo um líder que remete os vilões aos vampiros de 30 Dias de Noite, eles trarão problemas aos 3 e também para a Colônia 7, caso não encontrem meios de evitar que eles sobrevivam. Dessa forma, o confronto violento é inevitável, com os sobreviventes lutando com o que possuem, principalmente no momento em que descobriram a esperança de poder lidar com o frio intenso e o plantio. Além disso, ainda é preciso resistir à desconfiança e estupidez de Mason, o que pode comprometer as chances de encontrar uma saída.

Bem realizado, sangrento e atmosférico, A Colônia é uma daquelas produções divertidas e que deveriam ser mais conhecidas pelo público. Há cenas de perseguição e tensão, batalha contra criaturas insanas, e altas doses de claustrofobia. É inferior a Expresso do Amanhã pela falta de profundidade e até mesmo pela necessidade de trazer monstros quando já se possui uma sociedade que constrói os seus próprios. Somente Mason já seria uma ameaça suficiente para a sobrevivência ao caos climático, espelhando em suas atitudes muito do que se vê por aí, mesmo sem que a neve cubra o planeta.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

2 thoughts on “A Colônia (2013)

  • 23/04/2023 em 18:14
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    Procuro os finais de filme para não ficar muuuito tensa. Pelo que li, vale a pena assistir. Obrigada por explicar tuuudo. Sou da época em que, se não se assistisse o filme na tv, no dia seguinte, ou em casa, ou no serviço, ou sentada na calçada, alguém lhe contava tuuuudo. E isso aumentava a vontade ver o filme. ou ler o livro. Então, novamente…. obrigadinha.

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  • 24/08/2021 em 16:37
    Permalink

    incrivel a quantidade de filmes que Laurence Fishburne ja participou em papeis secundarios. Este é mais um. Um filme que não traz nada de novo, mas eu gostei da locação , em uma geleira, e dos monstros alem de ter um final decente . Um filme que fica entre o regular e o bom mas que vale dar uma conferida. nota 6,5

    Resposta

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