Espontânea
Original:Spontaneous
Ano:2020•País:EUA Direção:Brian Duffield Roteiro:Brian Duffield e Aaron Starmer Produção:Nicki Cortese Elenco:Katherine Langford, Charlie Plummer, Hayley Law, Yvonne Orji, Piper Perabo, Rob Huebel |
Alguém muito próximo de você já morreu de um jeito horrível? Eu sei que pode parecer estranho associar a palavra “morrer” e “horrível” como se elas já não fossem naturalmente complementares, mas é aquela velha história: “a morte é algo natural”, “vai acontecer com todo mundo”, “única certeza da vida” e todas essas frases que a gente diz para se sentir melhor em relação a isso. Entretanto, a triste realidade é que existem sim algumas mortes piores que as outras e você não precisa ter morrido para saber disso. Todo mundo tem aquele ideal de morte dormindo aos 80 anos rondando a mente, mas… isso é para poucos. No geral a coisa é dolorida, nem um pouco poética e deixa um monte de gente para trás questionando a própria existência. Traduzindo, é uma merda!
Tudo fica ainda pior quando você tem a eminência desse acontecimento (por exemplo, alguém que você ama está doente), não tem ideia de como evitar esse problema (ainda não existe tratamento eficaz para a doença, amigo!) e se enche de culpa achando que poderia ter evitado esse evento de diversas formas, quando na realidade você não tem controle nenhum sobre nada disso. A culpa aparece em tudo, de uma decisão ruim tomada num dia chuvoso, ao seu mau humor para resolver os problemas. Naquela promessa que você fez quando tudo começou e que agora parece minúscula em comparação ao que o problema se transformou; ou por nunca conseguir conciliar 100% de todas as suas obrigações de maneira satisfatória. A sensação é a de estar olhando para a sua vida através de uma tela, esperando que o roteirista mude tudo de uma hora para a outra e resolva dar uma folga pros personagens.
Espontânea fala sobre isso. O filme é baseado no livro homônimo do Aaron Starmer e acompanha alguns adolescentes no último ano de ensino médio que, do nada e sem razão aparente, começam a explodir (literalmente explodir!). Acompanhamos 3 deles em especial: Mara (Katherine Langford), Dylan (Charlie Plummer) e Tess (Hayley Law). Vemos as relações que estabelecem entre si e como encaram os acontecimentos. Os outros personagens também são explorados na história em alguma medida. Mesmo sentindo que poderiam ter sido melhor aproveitados, conseguimos nos identificar com as formas como eles encaram os problemas que estão enfrentando.
A morte e o luto aqui são passíveis de camadas interpretativas, por um lado você tem a questão desses acontecimentos e do que eles geram nas vidas das pessoas. E por outro lado, o filme usa esses elementos gráficos para trabalhar algumas metáforas sobre o crescimento. A transformação do jovem em adulto e tudo o que ele terá de enfrentar a partir dali. Então, de certo modo, seja qual for a intepretação que vai te atrair mais, a linha comum dessa produção é refletir sobre a complexidade de existir e crescer. E crescer aqui não apenas quando você é jovem, mas também ao enfrentar coisas que ainda não tinham acontecido com você.
Posso ter me animado um pouco demais com o filme, mas sou suspeita nesse caso. É uma produção adolescente, com humor ácido e que aborda esse tipo de acontecimento como ele é na realidade: um horror! Mas calma, pois se você já passou por algo do tipo o tempo ajuda a melhorar (pelo menos é o que me disseram!).
Espontânea me surpreendeu demais. Consegui me identificar com a narrativa e ela brinca com camadas interpretativas que podem fazer sentido para muita gente. E se não fizer para você, tudo bem! Tem uns adolescentes explodindo e cenas nojentas, então vai valer a pena do mesmo jeito (Observação: fuja do trailer! Ele foca num lado excessivamente romântico).
A crítica foi mais divertida que o filme!
História rasa e super mal aproveitada! O filme é basicamente uma história de romance adolescente chata que mesmo tentando inserir humor e gore falhou em todos os sentidos possíveis.
Nem como divertimento descontraído para os menos exigentes serve.