La Noche de Walpurgis
Original:La Noche de Walpurgis
Ano:1971•País:Espanha, Alemanha Direção:León Klimovsky Roteiro:Paul Naschy, Hans Munkel Produção:Salvadore Romero Elenco:Paul Naschy, Gaby Fuchs, Barbara Capell, Andrés Resino, Yelena Samarina, José Marco, Betsabé Ruiz |
“Ninguém deve perturbar seu descanso até o dia do julgamento final. O sopro que a trará de volta à vida é vermelho”
O ator espanhol Paul Naschy (1934 / 2009), pseudônimo de Jacinto Molina, é um nome eternamente associado ao cinema europeu de horror bagaceiro, com uma infinidade de filmes na carreira, além de trabalhos como diretor e roteirista. Também é muito conhecido pela interpretação do lobisomem Waldemar Daninsky, que apareceu em muitos filmes. A Noite de Walpurgis (The Werewolf vs. The Vampire Woman, Espanha / Alemanha, 1971) é o quarto filme dessa longa série, dirigido pelo argentino Léon Klimovsky e com roteiro do próprio Paul Naschy.
A escritora Elvira (Gaby Fuchs) está pesquisando materiais para seu livro de magia negra, e acompanhada da amiga Genevieve Bennett (Barbara Capell), vai para o interior da França procurar a tumba perdida da Condessa Wandesa Dárvula de Nadasdy (Patty Shepard), húngara do século XI que era conhecida como uma vampira que bebia o sangue de jovens mulheres e realizava rituais satânicos.
Elas chegam num vilarejo e ainda mais afastado da civilização encontram a moradia de Waldemar Daninsky (Paul Naschy), um homem atormentado pela maldição de se transformar em lobisomem nas noites de lua cheia, e agir violentamente assassinando de forma sangrenta os aldeões que cruzarem seu caminho. Ele vive isolado com sua irmã Elizabeth (Yelena Samarina), que tem problemas mentais.
Enquanto o policial Inspetor Marcel (Andrés Resino), amigo de Elvira, está à sua procura, ela aceita o convite para passar a noite na sinistra casa de Daninsky, que por sua vez também decide ajudar a escritora em suas pesquisas, localizando o túmulo da antiga vampira que estava adormecida. Uma vez não respeitando as palavras reproduzidas no início desse texto, a vampira desperta novamente após um acidente com sangue, gerando o inevitável confronto do título original, numa luta final violenta entre o lobisomem e a vampira num ritual de evocação do demônio.
A Noite de Walpurgis é mais uma produção de baixo orçamento da extensa filmografia de horror bagaceiro de Paul Naschy, e nesse caso, dentro do universo ficcional do lobisomem Waldemar Daninsky. O roteiro é bem simples, com a ideia básica explorando um confronto entre um lobisomem atormentado pela maldição de ser uma fera assassina e uma adoradora do diabo e vampira ancestral.
O que realmente interessa para os apreciadores de cinema bagaceiro de horror, a despeito da narrativa lenta em vários momentos, o excesso de clichês, as fracas interpretações e a história óbvia, são os sempre bem vindos elementos de atmosfera gótica, com as ruínas sinistras de pedra, o cemitério com seus túmulos envoltos em névoa, o zumbi esquelético em trajes de monge templário (que deve ter inspirado o diretor Amando de Ossorio a fazer sua tetralogia dos mortos cegos), as maquiagens toscas, as cenas em câmera lenta dos ataques das vampiras, as mortes violentas (para a época), e tudo que envolve as lendas de vampirismo e licantropia.
O filme recebeu outros nomes internacionais alternativos como o espanhol “La Noche de Walpurgis”, o alemão “Nacht der Vampire” e o americano “Werewolf Shadow”. Teve uma refilmagem em 1981, A Noite do Lobisomem (Night of the Werewolf), dirigida pelo próprio Paul Naschy.
Foi lançado em DVD no Brasil por volta de 2010 na coleção “Lobisomens, Vampiros e Zumbis – Volume 1”, da revista digital “Showtime Clássicos”, no mesmo disco com outros três filmes igualmente tranqueiras e divertidos: Teenage Zombies (1959), A Noite do Lobo (Moon of the Wolf, 1972) e A Revolta dos Zumbis (Revolt of the Zombies, 1936).
Adoro as vampiras desse filme, o efeito delas caminhando em câmera lenta em meio à névoa é lindo demais. Puro cinema gótico.