Convenção de Vampiros
Original:The Vampire Happening
Ano:1971•País:UK, Alemanha Direção:Freddie Francis Roteiro:August Rieger, Karl-Heinz Hummel Produção:Pier A. Caminnecci Elenco:Pia Degermark, Thomas Hunter, Yvor Murillo, Ingrid van Bergen, Joachim Kemmer, Oskar Wegrostek |
“Os vampiros se levantam de seus túmulos para chupar o sangue dos vivos. Isso dá ao vampiro a força para caminhar na Terra novamente. Contudo, o demônio deve retornar ao túmulo antes do nascer do sol. Um homem mordido se transforma num vampiro após a sua morte. Ele pode ser libertado da sua possessão enfiando uma estaca de madeira pontiaguda em seu coração.”
Convenção de Vampiros (The Vampire Happening, 1971) é mais um filme europeu bagaceiro de horror dos anos 70 do século passado, com co-produção entre Alemanha e Inglaterra, só que dessa vez com elementos de humor negro.
A direção é de Freddie Francis (1917 / 2007), profissional muito renomado como fotógrafo, mas também um cineasta reconhecido por sua aproximação com o gênero, sendo responsável por inúmeras preciosidades principalmente da “Hammer” e “Amicus”, além de outros estúdios, como O Monstro de Frankenstein (1964), As Profecias do Dr. Terror (1965), A Maldição da Caveira (1965), Eles Vieram do Espaço Exterior (1967), As Torturas do Dr. Diabolo (1967), Drácula, o Perfil do Diabo (1968), Contos do Além (1972), Essência da Maldade (1973), Terror e Loucura (1973), A Lenda do Lobisomem (1975), O Carniçal (1975), entre outros.
Uma atriz americana, Betty Williams (a belíssima sueca Pia Degermark, que teve uma carreira muito curta), viaja para o leste europeu para conhecer um antigo castelo que herdou na Transilvânia. Chegando ao sinistro castelo, ela é recepcionada pelo serviçal atrapalhado Josef (Yvor Murillo), que a confunde com uma ancestral da família, Clarimonde Catani, sua bisavó de origem italiana e que era uma bruxa e vampira.
Depois de conhecer o castelo gótico, com sua assustadora câmara de torturas repleta de instrumentos medievais e o porão com túmulos ocupados por seus antigos parentes, Betty Williams conhece o professor de um internato para moças, o Sr. Jens Larsen (Thomas Hunter), por quem se apaixona.
Mas, devido sua semelhança física com a bisavó vampira, que se levantou novamente da sepultura em busca de sangue, a atriz americana se envolve em várias aventuras e confusões, principalmente com um padre seminarista tagarela que foi vampirizado, Martin (Joachim Kemmer), e ao se misturar numa festa anual exótica realizada em outro castelo, organizada pelo anfitrião Conde Bernhard Ochsenstein (Raoul Retzer), uma espécie de “convenção de vampiros” do título, onde o convidado especial é o Príncipe Christopher Drácula (Ferdy Mayne), com o primeiro nome sendo uma homenagem ao lendário ator Christopher Lee, que encarnou o vampiro Drácula em muitos filmes.
O filme é considerado uma comédia de horror, num estilo semelhante ao anterior A Dança dos Vampiros (Dance of the Vampires, 1967), de Roman Polanski, onde inclusive o ator alemão Ferdy Mayne (1916 / 1998) também faz o papel de um nobre vampiro, Conde von Krolock. Aliás, o veterano ator tem uma cara de vampiro impressionante, facilitando muito seu trabalho em desenvolver o personagem.
Particularmente, não sou fã de comédias, mesmo aquelas com elementos fantásticos e roteiros flertando com horror e/ou ficção científica. Consequentemente, apesar de alguns bons momentos de humor negro principalmente nas cenas com o Drácula de Ferdy Mayne, eu prefiro enaltecer unicamente os elementos de horror gótico (motivo que justifica conhecer o filme), como o castelo sinistro (utilizando locações reais na Áustria), a câmera de torturas, os túmulos macabros, e todas as características tradicionais do mito do vampirismo (parte delas descritas na introdução desse texto, reproduzidas da leitura de um livro da biblioteca do castelo).
Convenção dos Vampiros é arrastado e poderia ter uma duração menor, algo em torno de 80 minutos em vez de uma hora e quarenta e dois. Também é um filme de exploração sexual com muitas mulheres desfilando seminuas, belas vampiras à procura dos pescoços de suas vítimas, com um destaque especial para o presente recebido por Drácula.
Curiosamente, existe uma referência envolvendo o clássico O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski, lançado apenas dois anos antes e que não imaginariam a importância que o filme receberia depois, fazendo parte da cultura popular, numa cena com Drácula, que aliás, chega na convenção em alto estilo, utilizando um helicóptero com um enorme morcego pintado na fuselagem.
O filme foi lançado em DVD no Brasil por volta de 2010 na coleção “Lobisomens, Vampiros e Zumbis – Volume 2”, da revista digital “Showtime Clássicos”, no mesmo disco com outros dois filmes igualmente bagaceiros: Os Ritos Satânicos de Drácula (The Satanic Rites of Dracula, 1973), produção da “Hammer” com Christopher Lee e Peter Cushing, e A Verdadeira História do Lobisomem (Wolfman, 1979).
Achei Yvor Murillo bem engraçado. Esse filme me lembrou bem pornochanchada.