4.4
(7)

Ilha do Pavor
Original:Attack of the Crab Monsters
Ano:1957•País:EUA
Direção:Roger Corman
Roteiro:Charles B. Griffith
Produção:Roger Corman
Elenco:Richard Garland, Pamela Duncan, Russell Johnson, Leslie Bradley, Mel Welles, Richard H. Cutting, Beach Dickerson, Ed Nelson

“E o Senhor disse: destruirei da face da Terra o Homem que criei; tanto o homem como o animal, e o réptil, e as aves do céu; pois me arrependo de tê-los feito.”

Ilha do Pavor (Attack of the Crab Monsters) é um divertido filme bagaceiro de horror e ficção científica em preto e branco de 1957, com apenas 63 minutos de duração. A direção e produção é do especialista Roger Corman, nome conhecido pelos filmes de orçamentos minúsculos, e o roteiro é de seu parceiro de tranqueiras Charles B. Griffith.

Faz parte do conjunto dos primeiros filmes da carreira de Corman, o “Rei dos Filmes B”, todos preciosidades do cinema fantástico bagaceiro, como Day the World Ended (1955), O Conquistador de Vênus (1956), O Emissário de Outro Mundo (1957), Os Reencarnados (1957), Guerra dos Satélites (1958), A Mulher Vespa (1959), entre outros.

Um grupo de cientistas e pesquisadores vai até uma ilha no Oceano Pacífico estudar os efeitos de testes de bombas atômicas, avaliando as consequências hostis da radiação nos animais e plantas, tanto terrestres quanto marinhos.
O grupo é formado por oito pessoas. Temos o casal de biólogos Martha Hunter (Pamela Duncan) e Dale Brewer (Richard Garland), estudiosos de animais marinhos e terrestres, respectivamente, o físico nuclear Dr. Karl Weigand (Leslie Bradley), que estuda a nocividade da superdose de radiação na ilha, e o geólogo Dr. James Carlson (Richard Cutting), cuja missão é analisar o solo contaminado. Completam ainda o time, o botânico Jules Deveroux (Mel Welles), interessado no envenenamento das plantas locais, além de Hank Chapman (Russell Johnson, de Guerra Entre Planetas) e dois marinheiros de apoio, Ron Fellows (Beech Dickerson) e Jack Sommers (Tony Miller).

Lá chegando eles se alojam numa casa construída pelo exército americano e primeiramente já precisam administrar a ocorrência de terremotos constantes e crescentes que parecem estar levando a ilha ao colapso, além de tentar descobrir as causas do desaparecimento misterioso de membros de uma equipe anterior de cientistas e também do grupo atual, lutando por suas vidas ao serem atacados por caranguejos monstruosos (do título original). Os crustáceos foram transformados em criaturas bizarras imensas e com couraça resistente devido à exposição radioativa gerada pelas explosões de bombas nucleares. Ao se alimentarem dos cérebros das pessoas, adquiriram seus poderes intelectuais e capacidade de falar e articular ações contra os invasores de seu território.

O período que se seguiu após o fim da Segunda Guerra Mundial foi palco para fervilhar de ideias as cabeças dos roteiristas ao especular sobre as consequências nocivas da radiação de bombas atômicas para as pessoas e animais, durante a Guerra Fria entre as duas potências estabelecidas no planeta, os Estados Unidos e a antiga União Soviética. Ilha do Pavor é mais um filme explorando este tema, dessa vez colocando os caranguejos como vilões, sendo seres mutantes e inteligentes que se tornaram monstros gigantes e ameaçadores para a humanidade. Com uma história exagerada no escapismo e longe de qualquer lógica, elementos típicos do cinema de gênero dos anos 1950 que o tornam por isso mesmo divertido, o destaque invariavelmente fica por conta dos monstros do título, criados com efeitos toscos, precários e baratos, garantindo o entretenimento em seus ataques que certamente causaram impacto nas audiências da época, quando não existia a artificialidade da computação gráfica.

Os efeitos práticos de orçamentos reduzidos do crustáceo monstruoso podem parecer simplórios passados cerca de 65 anos, mas certamente foram interessantes na época da produção, com o monstro sendo manipulado por Ed Nelson (carcaça) e Beech Dickerson (garras), que também aparecem em pequenos papéis no filme, merecendo todo o respeito, admiração e valor pelas dificuldades de execução e tentativa de tornar a criatura mutante o mais verossímil possível na história.

Curiosamente, foi lançado nos cinemas americanos num programa duplo com outra produção de Corman, O Emissário de Outro Mundo (Not of This Earth), sobre um alienígena que está na Terra para estudar o sangue humano como forma de tentar salvar sua raça doente da extinção, após uma catástrofe nuclear.

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