3.3
(6)

Rampage - Destruição Total
Original:Rampage
Ano:2018•País:EUA
Direção:Brad Peyton
Roteiro:Ryan Engle, Carlton Cuse, Ryan J. Condal, Adam Sztykiel
Produção:Brad Peyton, Beau Flynn, John Rickard, Hiram Garcia
Elenco:Dwayne Johnson, Jeffrey Dean Morgan, Naomie Harris, Malin Akerman, Jake Lacy, Joe Manganiello, Marley Shelton

Quem viveu na década de 90 provavelmente se lembra de um jogo do saudoso Nintendo 64 chamado Rampage, onde o objetivo era causar o maior caos e destruição possível com os animais mutantes George, Ralph e Lizzie quebrando prédios, comendo pessoas e atacando helicópteros e carros policiais. Pois bem, sua adaptação para os cinemas, dirigido por Brad Peyton, segue basicamente a mesma linha.

Seguindo a história do filme, Davis Okoye (Dwayne “The Rock” Johnson) é um primatologista que se comunica com os gorilas por meio de linguagem de sinais. Logo no início, somos apresentados a George, um raro (e provavelmente último de sua espécie) gorila albino salvo por Davis. Enquanto Davis e George vivem em paz no santuário, insumos de um experimento ultrassecreto realizado pelo governo caem na Terra, e um deles cai perto do gorila. O soro transforma qualquer ser que entre em contato em uma criatura extremamente agressiva e super desenvolvida.

Davis, acompanhado da geneticista Dra. Kate Caldwell (Naomie Harris), tenta lidar com George – que até então não foi totalmente dominado pela agressividade. O agente do governo Harvey Russell (Jeffrey Dean Morgan) é designado para abafar o caso e diminuir os danos colaterais o máximo possível. Nem é preciso dizer que sua estratégia é catastrófica.

Enquanto a mutação de George é construída de forma gradual e até que bem trabalhada, o desenvolvimento de Ralph e Lizzie – também conhecidos como os outros dois animais gigantes que aparecem – é quase inexistente. Vale citar que na cena onde o lobo Ralph aparece há alguns momentos bem exagerados, tanto na violência quanto nos efeitos, o que remete bem ao jogo no qual é baseado. A qualidade de CGI dos monstros também é bem competente, com destaque para Lizzie. O crocodilo é muito bem detalhado. Porém, o efeito 3D não impressiona, sendo dispensável.

O filme se desenvolve de maneira bem lenta na primeira metade, com diversos diálogos e cenas desnecessárias. Estamos aqui para ver animais monstruosos causando caos e confusão, não cenas românticas. A partir de pouco mais da segunda metade, enfim temos a essência de Rampage nas telas: destruição. E, finalmente, os três mutantes gigantes aparecem juntos para gloriosamente acabar com tudo que estiver no caminho. Adeus, São Francisco.

A atuação de Jeffrey Dean Morgan como um agente cínico e ao mesmo tempo carismático é, certamente, um dos pontos altos do filme. Morgan dosa muito bem seus momentos de vilão e mocinho. A interação entre o agente Russell e Davis flui muito bem e sem parecer forçada. Dwayne Johnson também interpreta seu papel de bom moço de forma competente, fazendo mais uma vez o mesmo tipo de personagem forte e altruísta que salva o dia com o qual já estamos acostumados. Entretanto, apenas eles têm algum destaque positivo no longa. Os vilões são retratados de forma exagerada e clichê, como se fossem um Dick Vigarista do desenho Corrida Maluca. É um tanto constrangedor vê-los em cena, mesmo em um filme absurdo como Rampage.

De qualquer modo, é um filme sobre criaturas monstruosas destruindo tudo que veem pela frente. Não se pode esperar um roteiro coerente e personagens bem construídos e profundos em um filme baseado em um jogo cujo objetivo é simplesmente acabar com a cidade. E aí chegamos em outro problema. Os momentos de caos, destruição e violência, apesar de existirem, não duram tanto.

Peyton, em entrevista, afirmou que diminuiu a violência que deveria estar presente no filme, já que a distribuidora queria que fosse exibido para todas as faixas etárias. E, de fato, Rampage peca um pouco nesse sentido e deve decepcionar os fãs do game que esperam ver vísceras voando e cabeças sendo esmagadas, ainda mais se tratando de uma adaptação de um jogo que tem justamente a violência desmedida como um dos pontos principais.

Salvo algumas exceções, Rampage: Destruição Total tem atuações medianas, presença esquecível de alguns personagens e momentos um tanto entediantes, sem muitas surpresas ou grandes emoções. Vez ou outra apela para um alívio cômico, que nem sempre funciona. É um daqueles filmes para se assistir sem grandes expectativas e como um bom passatempo, apenas relaxando e se divertindo com certos exageros e momentos de caos e gritaria – mas nem tanto quanto gostaríamos.

Para finalizar, uma breve observação: Joe Manganiello, que ficou muito conhecido por viver o lobisomem Alcide na série True Blood, aparece brevemente em cena com o lobo Ralph. Coincidência ou referência?

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