Sharkula
Original:Sharkula
Ano:2022•País:EUA Direção:Mark Polonia Roteiro:Mark Polonia Produção:Rob Hauschild, Jeff Kirkendall Elenco:James Kelly, Tim Hatch, Jeff Kirkendall, Jamie Morgan, Kyle Rappaport |
Dois amigos chegam a uma cidade litorânea para conseguir dinheiro para estudos em um trabalho temporário, mas são recebidos de forma estranha, e acontecimentos bizarros e suspeitos fazem a dupla desconfiar de que algo maligno está acontecendo no local. Numa noite os dois presenciam um culto sinistro que oferece sacrifícios humanos para uma terrível criatura marinha e descobrem o envolvimento nefasto do próprio conde Drácula na pequena comunidade.
A ideia básica ridícula, uma mistura de um tubarão com Drácula (ou com vampiro), poderia render um filme divertido e engraçado, naqueles casos de terror e humor onde a ideia nem é assustar, mas fazer rir com o absurdo e com a ruindade de tudo. Mas, infelizmente, não é o caso aqui. Em Sharkula (que seria algo como Tubarácula, se uma tradução fosse necessária) temos todas as possibilidades desperdiçadas e jogadas no lixo, num filme onde tudo é muito ruim.
E nem é o caso daquele filme ruim que é ruim, mas é divertido e a gente gosta justamente pela ruindade. Um filme ruim divertido tem como intenção ser ruim, mas tem consciência disso e faz o possível, dentro da ruindade, para rir dele mesmo e da eventual premissa bizarra (ou propositalmente tosca). Não é necessária uma baita produção ou rios de dinheiro para se fazer um filme divertido, e essa sempre é a mensagem não dita diretamente em um dito filme ruim para seus espectadores, de forma até que razoavelmente honesta.
“Sabemos que é ruim, mas vamos dar risada juntos deste monstro de borracha ou desta maquiagem de vampiro que nosso responsável pelos efeitos “especiais” fez com tanto carinho.” É como se o diretor do filme nos dissesse isso, desde o começo.
Então… isso não acontece em Sharkula.
O filme é uma produção (e direção e roteiro) de Mark Polonia, da produtora Polonia Brothers (entre outras), um nome relativamente famoso por seus filmes de baixo (ou quase inexistente) orçamento, muitos com títulos “inspirados” em outros filmes de maior sucesso (ou nem tanto), como Hellspawn, Dweller, Army of Wolves e Feeders. O que dá mais raiva é que nenhum deles é tão legal quanto os títulos podem fazer parecer.
Falar que o trabalho em geral de Polonia parece amador não é totalmente justo, porque tem muita gente amadora que certamente faria algo bem melhor…
O que mais revolta é justamente isso: a promessa de algo tosco, mas divertido, legal, engraçado, o que não é apresentado em momento algum. O filme é ruim, só ruim, o tempo todo. Se faz algumas tentativas de piadas ou referências a Drácula (o livro), como o nome dos personagens e algumas sequências que deveriam remeter à obra, mas não faz sentido e não tem coerência com o fiapo de história.
Drácula (Jeff Kirkendall, possivelmente a pior escolha possível para se interpretar o personagem) foge de uma turba enfurecida (de cinco pessoas) e, para não ser destruído, se joga de um penhasco, no mar. Do nada, está passando nesse mar um tubarão branco, que morde o Drácula e se torna uma fera meio vampiro. E essa sequência é usada mais uma vez, depois, para reforçar ou explicar melhor a história.
Além do roteiro mais esburacado que um escorredor de macarrão, outros aspectos do filme são sofríveis. A fotografia é ruim e fraca, parada em alguns momentos e que deixa a clara impressão de que a gente está perdendo alguma coisa que deveria ser mostrada. Em certos momentos, fica claro demais que os personagens estão num lugar, e que as cenas da cidade onde deveriam estar são de arquivo, mostrando um lugar completamente diferente. Às vezes é difícil perceber que a cidade seria litorânea.
Os efeitos ditos especiais são um capítulo à parte. O tal tubarão-vampiro (ou tubarão-Drácula) só aparece em imagens de CGI que certamente foram compradas prontas, em oferta, ou talvez vieram de graça no programa de computador de alguém. O tubarão-morceguinho que aparece parece mais um recorte de papelão colado diante da câmera ou algo assim. Cenas legais de vampiro mordendo alguém? Esquece. Vampiro virando alguma coisa? Não. Tubarão aparecendo comendo alguém? Não, só aparece um fantoche de borracha de tubarão (daqueles que você pode comprar em alguma loja de brinquedo) “mordendo” alguém.
E, por algum motivo que não ficou claro, em alguns momentos do filme aparece uma dançarina com leques com fogo dançando numa praia. Sem explicação, só ela lá, dançando. Talvez o diretor tenha achado legal e colocado lá, porque sim.
O filme todo falha em divertir, porque nem dá pra rir da tosquice geral e das tentativas de se fazer humor, porque nem isso é bem feito. A coisa toda fica mais para vergonha alheia do que humor. Fica-se muito naquela sensação de esperar por algo engraçado ou tosco para se rir, mas nem isso vem e deixa aquela conclusão de “perdi meu tempo com isso?” E olha que estamos falando de um filme que deveria agradar fãs de filmes ruins, que raramente dizem isso.
Sharkula é um desperdício de uma potencial tosqueira que poderia ser, e que pode enganar pelo seu título relativamente legal e pôster de relativa qualidade (para a sua proposta) enganosamente vendida, pra quem espera ver pelo menos um relance de um tubarão vampiro.
o Filme tinha uma ideia interessante entretanto a produção e direção deixaram a desejar, contudo, os efeitos gráficos e estéticos passaram minhas expectativas (superando até mesmo grandes produções com a Marvel e Warner Bros) o roteiro apresenta reviravoltas surpreendentes; não pude conter minha euforia no momento no qual Drácula confessa seu amor pela personagem principal. os efeitos práticos utilizados na representação de Sharkula foram dignos de comparação aos efeitos produzidos por Georges Meliès. por fim recomendo assistir o filme; uma obra prima contemporânea.
-Eloisa,Kamily