2.9
(7)

O Esquartejador / The Slayer - o Assassino
Original:The Slayer
Ano:1982•País:EUA
Direção:J. S. Cardone
Roteiro:J.S. Cardone, William R. Ewing
Produção:Bill Ewing
Elenco:Sarah Kendall, Frederick Flynn, Carol Kottenbrook, Alan McRae, Michael Holmes, Sandy Simpson, Newell Alexander, Paul Gandolfo, Ivy Jones, Jennifer Gaffin

Outra pequena pérola que achei no grande baú dos slashers esquecidos, O Esquartejador é um filme interessante e que não faz feio em comparação com outros títulos lançados na mesma época.

Kay (Sarah Kendall), uma artista perturbada por sonhos assustadores, visita uma ilha deserta junto ao marido, irmão e cunhada, mas o que seria uma viagem tranquila de poucos dias se transforma num pesadelo quando os visitantes começam a ser assassinados por uma figura misteriosa. Esse seria um mistério de fácil compreensão se toda a viagem não fosse um imenso déjà vu já “transmitido” nos sonhos de Kay.

Talvez em 1982 esse fosse um enredo já considerado clichê para os fãs de terror, mas o que temos aqui é uma história curiosa, e que poderia se desenvolver de maneira banal, mas aposta numa mistura de mistério com sobrenatural que se torna inusitada. Isso porque o roteiro segura a identidade do assassino ou assassina até o último instante, sem nos dar pistas de quem possa ser, e, até os momentos finais do filme, ficamos sem saber onde tudo vai terminar.

Esse é um artifício que faz a curiosidade e o envolvimento do espectador seguirem o fluxo da narrativa, que cresce em suspense à medida que as possibilidades de resolução do mistério vão sendo descartadas.

O início do ato final, e aqui vai um spoiler, quando há apenas um sobrevivente na ilha e ainda não fazemos ideia do que vai acontecer dali pra frente, se torna verdadeiramente apavorante, justamente por nada acontecer em cena por muitos minutos – apenas uma espera angustiante pelo bote do esquartejador por parte do único sobrevivente, e um bote que não sabemos de que lado vem.

O único porém nisso tudo é a solução encontrada pelo diretor e roteirista J.S. Cardone para encerrar o mistério. Mas tudo bem, apesar de uma saída fácil, talvez fosse a única forma de tornar esse show de mistério, que foram os momentos precedentes, possível. Em filmes, livros, novelas, peças e roteiros de uma forma geral, o interessante muitas vezes não é o fim, mas como se chega até ele.

O Esquartejador é apontado como uma produção independente, sendo também o trabalho de estreia de J.S. Cardone na direção. Ele possui uma filmografia variada como realizador, passando por vários gêneros, com títulos como Shadowzone (1990) e Wicked Little Things (2006) dentro do nosso foco de interesse. Como roteirista, ele trabalhou na versão mais recente de Prom Night (2008) e no filme The Covenant (2006), entre outros.

Para um filme independente e estreia de um diretor, O Esquartejador é bem acabado e bonito de ver, seja em cenografia, fotografia, montagem, roteiro e atuações. Faz frente, inclusive, a muitos clássicos lançados nesse mesmo ano, mesmo não fugindo tanto do lugar comum. Tem ritmo e atmosfera, sendo uma boa pedida para quem está a fim de uma tensão moderada e uma boa surpresa.

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