4.9
(7)
Referência aO Exorcista
O Monastério
Original:Hellhole
Ano:2022•País:Polônia
Direção:Bartosz M. Kowalski
Roteiro:Bartosz M. Kowalski, Mirella Zaradkiewicz
Produção:Jan Kwiecinski
Elenco:Piotr Zurawski, Olaf Lubaszenko, Sebastian Stankiewicz, Lech Dyblik, Krzysztof Satala, Rafal Iwaniuk, Zbigniew Walerys

Disponível na Netflix, O Monastério pode trazer uma falsa impressão de sua proposta pelo título nacional comum. Até mesmo os vídeos promocionais e a sinopse não fazem jus ao mistério proposto, e a tudo que o filme de Bartosz M. Kowalski (da franquia Sem Conexão), também responsável pelo roteiro ao lado de Mirella Zaradkiewicz, propõe. Há um tom investigativo, mistérios escondidos nas paredes frias de um monastério polonês, mas também um contexto satânico, envolto em pessimismo, claustrofobia, canibalismo e religiosidade. Impressiona pela sua ousadia e distanciamento do lugar-comum do gênero, apesar de seu prólogo, que resgata uma das cenas emblemáticas do clássico A Profecia (1976).

Ambientado em 1987, na Polônia, o filme mostra a chegada de Malek (Piotr Zurawski) a um sinistro monastério, que possui imensas árvores secas do seu lado externo, além de um velho cemitério. Encontrando dificuldade para se ambientar às rotinas locais, com suas próprias regras disciplinares e uma alimentação diária nauseante, Malek tem a oportunidade de acompanhar o exorcismo de uma jovem, com direito a cruz incendiada e chacoalhar do leito, com o registro em vídeo do processo. O “manicômio de almas atormentadas” parece ter uma relação direta com o sumiço de garotas da região, mas o rapaz terá dificuldades de encontrar provas pelos olhares atentos do monge Andrzej (Olaf Lubaszenko) e do grandalhão Antoni (Lech Dyblik), mesmo com a ajuda do desesperado Piotr (Sebastian Stankiewicz).

A despeito da desnecessária cena inicial e que poderia muito bem ter ficado de fora da edição final, a narrativa apresenta algumas pistas de sua proposta final, como elementos que contribuem para a construção do derradeiro cenário. A movimentação de cruzes, a mosca que surge de seu dente e outros insetos, além das alucinações e pesadelos dão o aspecto de prenúncio macabro, uma maior importância à presença de Malek no local. À medida em que se aproxima da verdade, o rapaz nota a existência de um complô para a concretização de uma profecia satânica, algo que poderá inverter tudo o que ele até então acreditava. Aquela trama inicial de investigação de desaparecimentos adquire tons apocalípticos em um quadro grotesco e visualmente fantástico.

Bem acima da média de boa parte das produções que estreiam na plataforma, O Monastério acerta na fotografia melancólica, na ambientação gótica, com baixa luminosidade, na trilha incidental (principalmente a que encerra a produção) e nas boas atuações. Malek está distante do heroísmo comum em filmes do estilo, cometendo erros bobos na interpretação do que está acontecendo, assim como na insistência em continuar buscando evidências. O personagem é a visão do espectador no sinistro monastério, sentindo seus enjoos e o modo como lida com as descobertas. Se não fosse o momento A Profecia do começo, o último ato teria uma força narrativa ainda maior.

Para quem procura tramas demoníacas e conspirações e gosta de enredos ousados e pessimistas, O Monastério pode ser uma boa opção, ainda mais pelo final incrivelmente sublime.

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Média da classificação 4.9 / 5. Número de votos: 7

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2 Comentários

  1. Um dos piores filmes do ano. O começo até animou mas depois…

  2. égua do filme ruim!! começou de forma interessante, uma proposta legal, virou palhaçada depois.

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