3.9
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Sem Conexão 2
Original:W Lesie Dzis Nie Zasnie Nikt 2
Ano:2021•País:Polônia
Direção:Bartosz M. Kowalski
Roteiro:Bartosz M. Kowalski, Mirella Zaradkiewicz
Produção:Mirella Zaradkiewicz, Jan Kwiecinski
Elenco:Mateuz Wieclawek, Julia Wienawa-Narkiewicz, Zofia Wichlacz, Andrzej Grabowski, Sebastian Stankiewicz, Robert Wabich, Izabela Dabrowska, Wojciech Mecwaldowski

Em 2020, a Netflix obteve grata surpresa com a repercussão sobre um camp slasher polonês chamado Sem Conexão, tido como o primeiro do gênero no país. A premissa era interessante, utilizando-se de monstros gerados por um meteorito aterrorizando adolescentes em um acampamento detox para viciados em tecnologia, ao mesmo tempo em que claramente funcionava como uma homenagem aos slashers dos anos 70 e 80. Obviamente, em menos de um ano a (desnecessária) sequência já estava encaminhada, estreando no final de 2021 na mesma plataforma de streaming.

O filme é uma continuação direta de seu antecessor e se passa no dia seguinte ao massacre. Dessa vez, o protagonista é o jovem oficial Adas (Mateuz, Wieclawek, de Todos os Meus Amigos Estão Mortos), que não possui exatamente a coragem como seu maior atributo, e sonha consigo mesmo interpretando policiais durões nos moldes de Stallone e Schwarzenegger (além de uma clássica homenagem a Indiana Jones). Ao chegar à delegacia, Adas encontra Zosia (Julia Wienawa-Narkiewicz, de Rede de Ódio), a única sobrevivente da chacina no acampamento, além dos dois monstros responsáveis. Como é padrão em uma sequel, um motivo bobo faz os personagens retornarem à cena do crime, e é claro que a matança recomeça, desta vez tomando rumos inesperados.

Infelizmente, o filme perde muito da essência e do ritmo que deu tão certo no original. Se o forte do seu predecessor era a homenagem aos camp slashers com um toque de crítica socioeconômica, essa continuação foca na perseguição do monstro do meteorito aos policiais desavisados, e o resultado não é tão satisfatório. O primeiro ato, que foca na apresentação dos personagens e na introdução do novo monstro, é monótono e arrastado, e os personagens são tão desinteressantes que o espectador acaba se divertindo quando eles são dilacerados. O segundo ato já apresenta um ritmo mais interessante, e é o ponto alto do filme, com muito gore e violência gráfica. O plot twist no último ato acaba indo em uma direção totalmente inesperada, abraçando totalmente o ridículo e o trash (com direito a uma das cenas mais bizarras já vistas em uma produção do gênero). Se é ruim ou não, depende do ponto de vista, mas certamente dá uma guinada interessante no longa, fugindo (e muito) do habitual.

Claro que nem tudo são críticas, e Sem Conexão 2 possui também seus acertos. Os fãs do gore irão se deliciar com as mortes extremamente violentas, com direito a eviscerações, faces arrancadas e crânios esmagados. A maquiagem é outro ponto positivo, com o aspecto repulsivo dos monstros já sendo destaque desde o primeiro filme. O humor negro também é uma constante na narrativa, e com alguma boa vontade, é possível se divertir com certas discussões acerca das motivações das criaturas, além de certos comentários sobre como todos os homens são iguais.

Inferior ao seu antecessor, Sem Conexão 2 não apresenta os mesmos componentes que fizeram “O Primeiro Slasher Polonês” um destaque na Netflix. É menos ágil, menos inteligente e em alguns momentos, sequer parece um slasher propriamente dito. Os personagens não geram identificação com o espectador, o que também prejudica a experiência. As cenas de morte bem construídas e a maquiagem divertem, mas não sustentam a produção. Talvez valha a experiência se você curtiu Sem Conexão de tal forma que sinta curiosidade em saber o desfecho. Caso contrário, melhor parar no primeiro filme.

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Média da classificação 3.9 / 5. Número de votos: 19

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1 comentário

  1. Mais uma obra que faz parte de meu questionamento pessoal: para que fazer continuação? O primeiro filme até é razoável e tem seus bons momentos e a fórmula se esgota ali. Já esse aqui é simplesmente sofrível e com pitadas de um desnecessário humor negro. Enfim, perda de tempo total.

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