The Japanese Evil Dead (1995)

2.9
(7)

Blood Muscle Body Builder in Hell / The Japanese Evil Dead
Original:Jigoku No Chimidoro Muscle Builder
Ano:1995•País:Japão
Direção:Shinichi Fukazawa
Roteiro:Shinichi Fukazawa
Produção:Shinichi Fukazawa
Elenco:Shinichi Fukazawa, Masaaki Kai, Masahiro Kai, Aki Tama Kai, Asako Nosaka

Uma mulher com uma faca está atacando um homem, dizendo que ele não pode se casar e que pertence a ela. O homem se defende e acaba matando a mulher possessiva e esconde o corpo num buraco cavado na própria casa. Trinta anos se passam e um jovem fisiculturista recebe um telefonema de uma ex-namorada, que pede que ele a ajude numa reportagem sobre casas assombradas. Por acaso (ou nem tanto) ela pede para poder tirar fotos e investigar a casa do pai dele, que ele herdou e que seria ideal para a matéria.

Os dois vão para a casa, acompanhados de um médium, mas, ao entrarem lá, ficam presos e passam por acontecimentos bizarros, causados por um espírito vingativo que está preso no local.

Jigoku No Chimidoro Muscle Builder foi filmado em 1995 e só foi lançado em 2012, em DVD-R, e tendo depois sido exibido nos cinemas e lançado em DVD no Japão em 2014, para depois receber um modesto lançamento mundial. Mais conhecido como o Evil Dead Japonês, o filme não esconde sua inspiração. O diretor Shinichi Fukazawa assumidamente fez uma versão do genial filme de Sam Raimi de 1982, com várias referências e menções diretas ou indiretas, e ainda conseguiu a façanha de fazer o filme com ainda menos orçamento que o original.

O ator que interpreta o protagonista se esforça para imitar Bruce Campbell e seu Ash Williams, até mesmo usando roupas parecidas. A situação é forçadamente similar, com pessoas presas em uma casa e sendo assoladas por forças sobrenaturais assassinas e com efeitos especiais (ou não tão especiais assim) exagerados e nojentos. Vários outros elementos de Evil Dead estão presentes, como cadáveres reanimados, pedaços de zumbis sendo cortados, um fantasma que surge para avisar da situação… e mais alguns outros.

Mas, mesmo sendo um média-metragem (o filme tem apenas 62 minutos de duração), o diretor consegue colocar mais elementos nessa história simples e bizarra, começando pelo fato do protagonista ser fisiculturista, o que, sem maiores explicações, será importante para o final.

Feito com um orçamento risível, Jigoku No Chimidoro Muscle Builder é uma declaração de amor ao filme de Sam Raimi, uma forma do diretor mostrar como Evil Dead tem uma influência marcante para ele. E isso pode ser visto em cada cena, desde as conversas simples e “normais”, que servem para levar rapidamente a história para a parte mais divertida e sangrenta e assustadora (ou que tenta ser). O horror e o medo são exagerados e feitos propositalmente de forma tosca, com o intuito principal de fazer rir. Fukazawa entendeu a intenção do filme que o inspirou, e a repete o tempo todo, a seu jeito (e do jeito que o orçamento permitiu).

De forma técnica, o filme é terrível. A fotografia é claudicante, e a iluminação muda na mesma cena; os efeitos especiais mal podem ser considerados “especiais”, sendo mais justo chamá-los de efeitos improvisados – o “efeito” da cabeça decepada que depois se une a um pé merece algum destaque. As atuações são igualmente terríveis e as tentativas do ator principal, que para surpresa de ninguém é o próprio Shinichi Fukazawa, de imitar Ash (ou Bruce Campbell), são mais engraçadas que as caretas canastronas de Campbell no original (ou nas sequências). De toda e qualquer forma de se avaliar tecnicamente um filme, este aqui é ruim.

Dito isso, vale falar sobre a experiência de se ver este filme. Para alguém que já viu A Morte do Demônio (The Evil Dead), seja o filme original ou sua sequência Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead II), alguma vez na vida, assistir a versão japonesa é algo único. Essencialmente, se está vendo uma versão sem dinheiro e mais engraçada de um filme que já era sem dinheiro e engraçado. As referências e tentativas de emulação de cenas e sequências tornam a produção imensamente divertida, assim como as mudanças e soluções bizarras criadas pelo diretor para contornar determinadas carências da produção.

É um daqueles casos em que o filme é ruim, mas é divertido de se assistir, onde percebe-se que a produção foi feita exatamente pra isso, para diversão e homenagem a um outro título cinematográfico.

Da mesma fora, assistir Jigoku No Chimidoro Muscle Builder sem conhecer Evil Dead faz o filme ficar sem sentido (mais) e parecer um amontado mal feito de cenas que tentam assustar, mas parecem ter sido tiradas de um trem fantasma de um parque de diversões fuleiro.

Resumidamente, mesmo sendo uma porcaria de filme, é uma pérola imperdível para fãs do terror que já se assustaram ou morreram de rir com os títulos da franquia Evil Dead. Que fã em sua sã consciência vai querer deixar de ver uma versão japonesa e não autorizada de uma história sobre mortos possuídos (ou apenas vingativos) que voltam da sepultura para matar os vivos?

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Rogerio Saladino

Rogerio Saladino é escritor, jornalista, editor, tradutor e autor, atuando nas áreas de quadrinhos, literatura, RPG e cultura pop. Um entusiasta do terror em todas suas formas e, inexplicavelmente, adora a série Puppetmaster, mesmo consciente da sua qualidade duvidosa.

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