4.2
(13)

Wandinha
Original:Wednesday
Ano:2022•País:EUA
Direção:Tim Burton, James Marshall, Gandja Monteiro
Roteiro:Alfred Gough, Miles Millar, Kayla Alpert, April Blair, Matt Lambert
Produção:Carmen Pepelea
Elenco:Jenna Ortega, Gwendoline Christie, Riki Lindhome, Jamie McShane, Hunter Doohan, Percy Hynes White, Emma Myers, Joy Sunday, Georgie Farmer, Naomi J. Ogawa, Christina Ricci, Johnna Dias-Watson, Oliver Watson, Victor Dorobantu, Moosa Mostafa, Luyanda Unati Lewis-Nyawo, Daniel Himschoot, Iman Marson, Catherine Zeta-Jones, Luis Guzmán, Isaac Ordonez, William Houston

O que dizer de Wandinha nesta altura do campeonato? A série tem colhido boas críticas, é um dos maiores sucessos da Netflix e tem feito a cabeça da molecada (principalmente a partir da pré-adolescência) com uma história de terror e mistério que, se voltada mais para o público jovem, não deixa de ser atrativa para os mais velhos.

Apesar dos outros membros da macabra família terem participação no seriado, o foco é todo na primogênita Wandinha Addams, que, entrando na adolescência, não consegue encontrar seu lugar em escola alguma. Depois de várias expulsões, Gomez e Mortícia decidem colocá-la no internato onde estudaram, chamado Nunca Mais, voltado para os chamados “excluídos” da sociedade, como lobisomens, sereias, vampiros e outros seres que não se encaixam no estereótipo padrão.

Chegando ao internato, Wandinha irá se deparar com assassinatos provocados por um monstro, seitas secretas, fantasmas do passado e as inquietações típicas dos adolescentes, tudo, lógico, com muito humor ácido. Jenna Ortega está fantástica como a protagonista, assim como Emma Myers, que interpreta a colega de quarto de Wandinha que, apesar de pertencer a uma família de lobisomens, ainda não consegue se transformar nas noites de lua cheia, e Gwendoline Christie como a austera diretora da escola. O trio dá um show e ofusca a Mortícia de Catherine Zeta-Jones e o Gomez de Luis Guzmán… realmente essa dupla é o ponto baixo da série.

A fotografia, figurinos, cenários e a composição dos personagens remetem aos melhores trabalhos do início de carreira de Tim Burton (responsável pela produção e pela direção dos quatro primeiros episódios). Ele acerta no tom e mesmo os episódios em que não dirige emulam o clima do cineasta. Ao final, você se convence que A Família Addams, Tim Burton e Jenna Ortega foram feitos uns para os outros.

Outra surpresa fica por conta do personagem Mãozinha, que participa ativamente da trama, inclusive exprimindo sentimentos, e é responsável pela cena mais tocante da série. A técnica utilizada para dar vida ao membro impressiona pela autenticidade. Lamentavelmente, o mesmo não se pode dizer do monstro, que merecia um tratamento melhor pelos profissionais de efeitos especiais.

O tom gótico e sombrio está ali, mas o clima anárquico presente nos dois filmes feitos para o cinema na década de 90 infelizmente se perdeu. Aproveitando já que entrei no tema: A Família Addams (1991) e A Família Addams 2 (1993) só melhoram com o tempo… Se o leitor não viu, pode fazer sessão dupla na Amazon Prime. Anjelica Huston, Raul Julia e Christopher Lloyd levam o espectador ao fundo do mundo criado por Charles Addams. Esses dois filmes dirigidos por Barry Sonnenfeld, que deu ao cinema a ótima trilogia Homens de Preto (1997, 2002 e 2012), são uma excelente diversão que ainda (espero) alcançarão o status de clássicos do gênero.

Aliás, a icônica Wandinha desses filmes, interpretada por Christina Ricci, foi escalada para viver a professora de botânica Marilyn Thornhill na escola Nunca Mais. É uma bela homenagem e uma passagem de bastão para Jenna Ortega, que merece continuar na pele de Wandinha numa não confirmada (ainda) mas desejada e merecida segunda temporada.

Um adendo histórico: A Família Addams foi criada numa série de cartuns para a revista New Yorker por Charles Addams e publicada a partir de 1933. Anos depois (entre 1964 e 1966) foi exibida a primeira versão, em preto e branco, de duas temporadas com 64 episódios da série clássica com os Addams. A família seguiu para uma série animada feita em 1973, filmes e especiais para TV e reacendeu ao estrelato nos dois sucessos dos anos 90 para o cinema. A partir desse novo boom, houve uma nova série, outra série animada, um filme para a TV (com Tim Curry e Daryl Hannah) que culminaram em dois longas animados (bem bacanas) em 2019 e 2021 para o cinema, além, é claro, desse novo frenesi chamado Wandinha.

Por fim, outra boa opção para quem quer mergulhar um pouco mais nesse universo é o livro Álbum de Família: A Família Addams da Editora Darkside. O interessado encontrará uma ótima amostra dos cartuns originais e textos que revelam um pouco mais do próprio autor e dessa adorada família.

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Média da classificação 4.2 / 5. Número de votos: 13

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5 Comentários

  1. Burrada terem feito uma série apenas da Wandinha, deveriam é ter feito uma série da Família Addams isso sim, se fosse o caso eu até assistiria a série.

  2. Apesar da produção caprichada, a série extirpou o humor negro, que era a melhor coisa da Familia Addams. Ficou um Harry Potter genérico, a unica diferença é que em vez das Casas de Magia, temos as raças de criaturas, que competem entre si mas acabam se unindo contra um Mal maior. Até a profecia da chegada de um Herói para derrotar o Grande Vilão é igual. Saudades de Cristina Ricci…

    1. Nem toda série precisa ser uma obra-prima e inovadora, basta apenas sem bom e divertida.

      1. O problema é que Wandinha não é nem boa nem divertida.

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