O Filho de Godzilla (1967)

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O Filho de Godzilla
Original:Kaijûtô no kessen: Gojira no musuko
Ano:1967•País:Japão
Direção:Jun Fukuda
Roteiro:Shin'ichi Sekizawa, Kazue Shiba
Produção:Tomoyuki Tanaka
Elenco:Tadao Takashima, Akira Kubo, Bibari Maeda, Akihiko Hirata, Yoshio Tsuchiya, Kenji Sahara, Susumu Kurobe

Os altos custos no desenvolvimento dos filmes sobre o monstro Godzilla começaram a não dar o lucro esperado para a Toho Company. Assim, a produtora resolveu fazer versões mais simples, para a TV, conduzindo a criatura para locais isolados, distantes da cidade grande. Ebirah, Terror dos Abismos (Gojira, Ebirâ, Mosura: Nankai no daiketto, 1966) já levara o deus-monstro para uma ilha desabitada; e o mesmo seria feito com Son of Godzilla, lançado no ano seguinte, novamente sob o comando de Jun Fukuda.

Contudo, também contribuíram para o desgaste do personagem essa mudança de ares e a justificativa de inclusão de um bebê-Godzilla. Ele já havia enfrentado monstros diversos, e logo começaria a ser visto como um herói e não uma criatura ameaçadora como no conceito original. E Fukuda queria aproximar os jovens da série, incluindo um rebento divertido e altas doses de humor e simpatia. O resultado só poderia trazer efeitos toscos, pela economia dos gastos, e muitas risadas, servindo como um estranho exemplar da franquia “Gojira”.

No enredo, um grupo de cientistas está na ilha tropical Solgel realizando testes de mudança de temperatura como uma possibilidade futura de ampliar as terras férteis do mundo, o que evitaria uma provável escassez de alimentos. Durante o processo secreto, recebem a visita inesperada do jornalista Goro (Akira Kubo), em busca de uma boa matéria para seu jornal. O primeiro teste não funciona como deveria, por conta da falta de controle do balão meteorológico, mas resulta numa chuva ácida e no aumento excessivo da temperatura. Surgem, então, louva-a-deuses gigantes e ameaçadores (chamados “Kamacuras” no Japão, e “Gimantis”, em inglês) contra os poucos humanos, e as criaturas ainda desencavam um ovo gigantesco de onde sai o filho de Godzilla.

Logo o pai irá aparecer para enfrentar os monstros e terá que educar seu filhote a soltar seu jato pela boca e até urrar. O pequeno Godzilla, chamado Minilla, com aparência simpática e doce, conhece a nativa Riko (Beverly Maeda), e terá que aprender rapidamente as lições do pai se quiser sobreviver aos outros monstros do local. A moça, também amiga de Goro, alerta que no interior da ilha, hibernando, existe uma ameaça ainda maior do que os louva-a-deuses: a terrível “Kumonga” ou “Spiga”, uma aranha capaz de trazer dores de cabeça para os humanos e até Godzilla. Todos irão se confrontar naquelas batalhas épicas da série, com os cientistas tentando encontrar meios de fugir da ilha.

Com a descrição, é possível perceber que Son of Godzilla é diversão pura, não devendo ser conferido por aqueles que preferem roteiros mais plausíveis. A própria trilha sonora, a cargo de Masaru Satô, estimula as situações de humor, com as trapalhadas do Minilla servindo para proporcionar algumas risadas. Com efeitos simples e a direção esperta de Fukuda, o encontro dos monstros torna-se, sem dúvida, o prato principal da produção, levando o espectador a realmente se preocupar com o ingênuo filho do Godzilla. Vale uma sessão em sua casa para rir com os amigos e finalmente conhecer os frutos do popular monstro gigante.

Curiosamente, o roteirista Shin’ichi Sekizawa (1921 / 1992) fez uma bela carreira no cinema fantástico japonês, trabalhando muitas vezes com Ishirô Honda, “o pai de Godzilla”. Fazem parte de sua longa filmografia filmes como King Kong vs. Godzilla (1962), Godzilla Contra a Ilha Sagrada (Mosura tai Gojira, 1964), Gojira tai Megaro (1973) e Gojira tai Mekagojira (1974).

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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