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A Maldição de Cinderela
Original:Cinderella's Curse
Ano:2024•País:UK
Direção:Louisa Warren
Roteiro:Louisa Warren, Charles Perrault
Produção:Louisa Warren
Elenco:Kelly Rian Sanson, Chrissie Wunna, Lauren Budd, Natasha Tosini, Danielle Scott, Sam Barrett, Frederick Dallaway, Helen Fullerton, Charlotte Jackson Coleman, Peter Watson, Evyn George

A Maldição de Cinderela é uma produção britânica que apresenta o conto de fadas de Cinderela, só que desta vez como uma história de terror. A trama é essencialmente a mesma que todo mundo conhece e já viu antes, com a pobre e bondosa Cinderela vivendo com sua madrasta malvada e suas duas meias-irmãs igualmente malvadas, que a maltratam e a fazem trabalhar para elas. Então, aparece um príncipe, que a convida para um baile, ela se apaixona e quer ir ao evento, mas a madrasta e as irmãs não deixam, ela não tem vestido. Surge, assim, uma fada madrinha que realiza o desejo dela, ela vai pro baile, sai antes da meia-noite, porque é quando a magia do desejo acaba. E o príncipe só fica com um sapatinho de cristal que ele usa pra encontrar a sua amada.

É bom notar que esta produção não faz parte do Twisted Childhood Universe, série de filmes que reúne personagens de contos infantis em versão distorcida, de terror, do qual faz parte Ursinho Pooh: Sangue e Mel (2023) e Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 (2024). É apenas um filme que quer entrar na onda, com sua própria narrativa, desvinculada de um universo compartilhado.

Mas, nesta versão, temos algumas mudanças: tudo é mais voltado para a desgraceira da Cinderela (Kelly Rian Sanson). A madrasta (Danielle Scott) e suas irmãs (Lauren Budd e Natasha Tosini) são praticamente o mal encarnado, fazendo maldades só porque sim. Aqui, o príncipe também não é um cara legal, e está em conluio para levar Cinderela no baile só para se divertir às custas dela. E neste filme, a fada madrinha não é bem uma fada, mas uma criatura do mal, que mais parece uma mistura de zumbi com carne-moída, que veio sabe-se lá de onde, para realizar três desejos da Cinderela. No começo do filme há um certo preâmbulo pra mostrar de onde veio a tal fada… mas não explica muito, só a liga a um livro amaldiçoado que seria a forma de chamá-la, como um Necronomicon genérico.

Mas a parte principal e mais interessante do filme é quando Cinderela fica possuída e sai matando geral, se vingando por tudo que passou, usando especialmente o sapatinho de cristal como sua arma de assinatura. Dizer isso não é exatamente entregar parte da trama ou revelar alguma surpresa ou reviravolta, porque é exatamente o motivo que queremos ver um filme com essa premissa, e é exatamente isso que ele entrega.

A produção é de baixo orçamento, o que fica nítido em todas as cenas, com cenários toscos, os reis e rainhas mais pobres da história dos contos de fada, o grande baile que deve ter só umas vinte pessoas e os efeitos (pouco) especiais que parecem ter saído de algum telefilme. Não vamos nos enganar e poupar palavras aqui, é um filme ruim, daqueles que qualquer um vê e diz “é um filme ruim”.

No entanto, apesar disso, A Maldição de Cinderela tem o mérito de saber que é um filme ruim, e abraçar a ruindade e a proposta de ser um filme de terror, dando mais atenção e tempo de tela justamente para os elementos de um filme de terror ruim, ou seja as mortes exageradas e explícitas, as perseguições sem sentido, as bizarrices, monstros com máscaras nojentas e muito, muito, muito sangue e total desprezo para qualquer ponto de realidade envolvendo Biologia ou Física. Tem até carruagens explodindo do nada.

Toda a necessidade de se prender a uma narrativa coerente ou coesa é deixada para trás, e ficamos mais livres para curtir e apreciar a vingança de Cinderela contra… bom, todo mundo. Fica a diversão da coisa por conta do exagero, do sangue e das mortes explícitas que não incomodam (de tão falsas) e até mesmo com uma notável referência ao conto original, numa morte incidentalmente engraçada. Da metade para a frente do filme, ele assume aquele ar de filme de slasher/sobrenatural/vingança dos anos 1980, é como se fosse uma junção de Cinderela com Carrie, a Estranha, mas com o orçamento equivalente a uma bicicleta, duas coxinhas e uma tubaína (de latinha).

Novamente, não é um filme bom. É uma produção barata, com um fiapo de roteiro (só pra chegar na hora das mortes), com monstros que parecem terem sido roubados de um trem fantasma, um figurino que pode ter saído de um teatrinho de escola e atuações que… bom… no melhor dos casos são apenas exageradas. Mas é um daqueles filmes que fica divertido de tão ruim que é, que dá vontade de ver em turma, só pra ficar rindo e comentando das tosquices e da falta de sentido em certas coisas, como o caso do personagem que é simplesmente esquecido num canto, literalmente, no meio do filme e não é mais nem citado.

É um filme ruim, que é tão ruim que… não fica bom, mas fica engraçado e divertido.

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