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Caçador – Pavores de Fazbear 2 (2024)
Original:Fetch – Five Nights at Freddy’s: Fazbear Frights 2
Ano:2024•País:EUA
Autor:Scott Cawthon, Andrea Waggener, Carly Anne West•Editora: Intrínseca

No primeiro volume de Pavores de Fazbear, antologia que expande o universo de Five Nights at Freddy’s e traz pistas e revelações sobre acontecimentos do jogo, conhecemos três novos personagens que tiveram encontros infelizes com os medonhos animatrônicos. Os contos de Mergulho na Escuridão tinham uma coisa em comum: seus personagens estavam absolutamente insatisfeitos com suas vidas, seja com a rotina, aparência ou mesmo sua família, e acabaram aprendendo lições valiosas a duras e sangrentas penas. Alguns deles, tarde demais.

A saga continua, e mais três histórias apavorantes envolvendo bonecos feitos de metal e pelúcia estão por vir em Caçador, segundo volume de Pavores de Fazbear.

Assim como no volume anterior, o primeiro conto dá nome ao livro: Caçador. Um grupo de amigos decide ir na abandonada e decadente pizzaria local em uma noite chuvosa e sem luz. Enquanto trovões soam lá fora, os garotos exploram o local e encontram prêmios jogados ali dentro, e um deles chama mais a atenção do que o restante. Embaixo de uma placa que dizia “prêmio máximo” estava um cachorro assustador chamado Caçador, que funcionava sendo sincronizado com o smartphone de seu dono. Como algo aparentemente tão antigo poderia ter esse tipo de tecnologia? Pois bem, os garotos tentam e nada acontece por um instante até que, após Greg apertar todos os botões que encontrou, o animal de metal se mexeu e rosnou. E foi isso. Os meninos decidem voltar para casa e Greg, que foi quem recrutou os amigos para tal missão, continua a estudar sobre o Ponto Zero. Alguns dias mais tarde, Greg recebe uma mensagem de um número desconhecido, o remetente afirmava ser Caçador, e com frequência começou a conversar com o garoto e fazer tudo que ele queria, criando algum tipo de ligação bizarra com o garoto e seus aparelhos eletrônicos. As coisas começaram a ficar cada vez mais estranhas, ao ponto de ficarem perigosas e assustadoras. O nome do animatrônico não era à toa, e Greg e seus amigos estavam descobrindo o motivo disso da pior forma.

O conto é mais pesado do que qualquer um do primeiro volume, com a presença de mutilações e um certo terror psicológico. Há um leve nível de gore também. Uma excelente história com diversos momentos de tensão e um ótimo desfecho.

Freddy Solitário é o nome do segundo conto, e ali conhecemos Alec, um adolescente considerado caso perdido pelos pais e por todos os professores. Rebelde e irritadiço, como adolescentes costumam ser, Alec sentia-se deslocado na própria família, especialmente após o nascimento de sua irmãzinha perfeita que os pais tanto mimavam e elogiavam, Hazel. Sendo obrigado a participar do aniversário da irmã na pizzaria Freddy Fazbear, cheio de animatrônicos que dançavam, cantavam e davam calafrios, Alec se depara com um ursinho solitário em um canto do restaurante, e descobre que é um brinquedo deixado ali para crianças deslocadas não ficarem sozinhas. Após uma discussão feia com a família, acaba indo para uma sala nos fundos da pizzaria e encontrando mais um ursinho Freddy Solitário. Só que esse não era um brinquedo qualquer, e logo Alec não conseguia mais se mexer e sair dali. Será que seus pais e irmã iriam procurá-lo?

A segunda história volta um pouco ao tom de terror mais juvenil, mas não deixa de dar aquele frio na espinha quando chega em seu clímax. Demora um pouco para acontecer, a narrativa aqui é construída mais lentamente e, talvez por isso, acabe surpreendendo no final. Como fica claro, é a mesma pizzaria do universo do jogo – assim como ocorre no primeiro conto –, o que pode deixar fãs da franquia original animados.

No último conto, Esgotado, novamente nos deparamos com um grupo de amigos que vai passar por apuros. Oscar, um garoto que nunca conseguia nada do que queria, estava desesperado para conseguir um Plushtrap Perseguidor, seu personagem favorito do universo de Freddy Fazbear. Ele e seus amigos juntaram suas economias para poderem comprar ao menos um, porém, o boneco estava extremamente concorrido e provavelmente já estaria esgotado quando chegassem à loja depois da escola. Um de seus amigos descobre que a loja de brinquedos de um shopping raramente frequentado ainda tem Plushtraps disponíveis, e eles correm para lá apenas para descobrirem que perderam o último. Oscar ouve funcionários dizendo que um dos bonecos foi devolvido por aparentar estar com defeito, e é claro que é aquele mesmo que será seu. O grupo pega a caixa, deixa o dinheiro em cima do balcão e sai correndo com o prêmio em mãos, finalmente! Chegando em casa, o manual diz que o ambiente precisa estar completamente escuro para o Perseguidor – que possui uma aparência bizarra, com dentes que pareciam assustadoramente humanos, assim como seus olhos – funcionar, o que significava que ele iria correr rápido e roer coisas. Não funcionou, para a decepção de todos. Alguns dias mais tarde, durante uma partida de videogame com amigos na casa de Oscar, uma tempestade começa e a luz acaba. E foi assim, na mais completa escuridão, que o Plushtrap Perseguidor enfim se mexeu.

Mais uma história com ligação direta com o universo de FNAF, dessa vez com um final mais ameno do que as anteriores, mas ainda assim com muita tensão logo que as luzes se apagam, com um boneco assustadoramente brutal e implacável no encalço de crianças. Talvez seja a mesma tempestade do primeiro conto, criando uma ligação direta entre as duas histórias, o que é bem provável.

O epílogo traz mais um capítulo da história que será revelada aos poucos, Aparição de Sutura, ao longo dos volumes da coletânea.

O volume 2 de Pavores de Fazbear mostra ter uma conexão muito mais clara com os jogos e o universo já conhecido de FNAF do que o volume anterior, já que em todos os contos animatrônicos conhecidos estavam presentes e, nas duas primeiras histórias, a pizzaria de fato. Também possui narrativas bem desenvolvidas e momentos mais apavorantes do que em Mergulho na Escuridão. Em muitos momentos o “terror juvenil” anteriormente presente é deixado de lado (apesar da presença de crianças e adolescentes) e fica muito mais sangrento e macabro, em especial na história que abre a obra. Todas têm seus méritos e momentos de tensão, o que torna a leitura fluida e instigante, até mesmo com alguns finais desesperançosos.

Os volumes 3 e 4 de Pavores de Fazbear, Hora de Acordar e Chegue Mais Perto, serão lançados no dia 10 de junho pela editora Intrínseca.

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