4.7
(3)

Fortuna Perigosa
Original:The Inheritance
Ano:2024•País:EUA
Direção:Alejandro Brugués
Roteiro:Joe Russo, Chris LaMont
Produção:Paul Schiff
Elenco:Peyton List, Rachel Nichols, Bob Gunton, Austin Stowell, David Walton, Briana Middleton, Reese Alexander, Chris Wood, Brody Romhanyi

Um bilionário excêntrico, às vésperas de completar 75 anos, convoca seus herdeiros para um anúncio importante: a Netflix desistiu de lançar The Inheritance em seu catálogo, e o longa irá rumar pelo limbo dos streamings até ser adquirido por alguma plataforma. Na verdade, o anúncio é bem diferente deste, mas esta revelação deve ter sido bem difícil de digerir pelo diretor Alejandro Brugués e os produtores do filme, tanto que a motivação sobre a cobrança de uma dívida fatal passa para segundo plano.

Não se sabe a razão do longa ter sido deserdado pela Netflix, mas ausência de um N vermelho no centro da tela antes do início da produção já é um sinal de alerta. E é estranho quando se percebe que outras tranqueiras de terror são bem-vindas por lá, como o thriller insosso Terror nas Profundezas e o oportunista Sob as Águas do Sena, ambos explorando mais uma vez tubarões famintos e perdidos, seja pelo envolvimento com drogas ou desorientação. De todo modo, The Inheritance confirma o desacordo, sendo convencional e envolto em clichês.

A trama, concebida por Joe Russo e Chris LaMont, é uma variação de muitas outras. O tal rico aniversariante é Charles Abernathy (o veterano Bob Gunton, de Um Sonho de Liberdade, e que tem, na verdade, 79 anos), que chama seus filhos para uma reunião importante. Drew (Austin Stowell), CJ (David Walton) e sua irmã gêmea Madeline (Rachel Nichols) e a influencer Cami (Peyton List, a Tori de Cobra Kai) se reencontram depois de dois anos, e Drew ainda traz sua esposa Hannah (Briana Middleton), gerando algum desconforto.

Charles informa que à meia-noite ele será assassinado, sem maiores explicações sobre a razão disso. Os filhos foram chamados para protegê-lo dessa ameaça de qualquer forma, pois, caso ele realmente morra, ninguém receberá sua herança. Após contar aos filhos, os empregados são todos dispensados e a mansão é fortemente fechada, sem qualquer comunicação externa. E chega a ser curioso como os filhos entendem a condição e nem sequer questionam sobre o mais importante: cadê as armas? Por que o pai não se armou o suficiente e nem colocou um colete à prova de balas, se ele inicialmente insiste que os assassinos são humanos?

É claro que se trata de uma ameaça sobrenatural, uma entidade que virá para cobrar um pacto realizado há muitos anos. Não é spoiler, uma vez que o próprio trailer já deixa evidências disso. Assim que os filhos passam a presenciar manifestações de um ser invisível, logo percebem que o problema é ainda maior do que imaginavam. Até lá, eles brigam entre si, fazem acusações sobre ausências em momentos importantes do passado e, óbvio, insistem em se afastar dos demais, facilitando as ações da assombração. Há, em meio ao óbvio de permitir que se perceba quem irá resistir ao máximo, algumas boas ideias, como a morta que sai de um quadro e a movimentação das estátuas, todas obscurecidas pelo roteiro evasivo e pela câmera pouco ousada.

Quando descobrem um cômodo com objetos de ocultismo – e se nota até a estátua de Pazuzu por lá -, já é tarde. Criaturas das sombras começam a eliminá-los até que percebam que existe muito mais a ser explicado por Charles sobre o tal pacto. Não é uma surpresa daquelas de fazer o queixo cair, tanto que a que encerra o longa, numa revelação nos últimos acordes, pode ser mais empolgante que todas as outras. Ainda assim, não é o suficiente para valer uma indicação, e até justifica o desinteresse da Netflix em disponibilizar o filme em seu catálogo.

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