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Bad Candy
Original:Bad Candy
Ano:2020•País:EUA
Direção:Scott B. Hansen, Desiree Connell
Roteiro:Scott B. Hansen, Desiree Connell, Thacker Hoffman
Produção:Steve Gebara, Scott B. Hansen
Elenco:Zach Galligan, Derek Russo, Corey Taylor, Brittney Rae, Kevin Wayne, Michael Aaron Milligan, J. Gaven Wilde, Kenneth Trujillo, Tordy Clark, Chris Mayers, Alexandra Lucchesi, Dallas T. Taylor, John Wilkins III

New Salem é o cenário perfeito para as histórias de Halloween que compõem o longa-metragem Bad Candy, de 2020 – uma antologia de horror similar ao bom Trick ‘r Treat, de 2007, que trabalha a mesma temática e a mesma estrutura narrativa, que persegue alguns dos mitos locais, que são contados pelos DJs Chilly Billy e Paul na rádio Psychotronic FM. Estão presentes aqui criaturas, assassinos impiedosos e almas vingativas, além de um palhaço sinistro, criado por uma garotinha, que persegue e transforma pessoas em bonecos. O longa traz oito histórias aterrorizantes que viraram lendas na região e que perseguem os moradores desde então.

Dirigido por Scott B. Hansen e Desiree Connell, o filme é estrelado por Zach Galligan (Gremlins), Derek Russo e Corey Taylor, vocalista da banda Slipknot, além de uma dúzia de outros atores e atrizes que entram e saem das suas histórias sem muitas explicações.

Em tese, as figuras dos DJs seria a de conduzir a jornada do espectador pelas lendas, além de criar um ambiente de tensão. Mas, na prática, os personagens não aparecem dessa maneira ao longo do filme, só tendo uma importância narrativa maior na última história, que tenta incluí-los de forma direta no mito, mas se perde no excesso de elementos e na dificuldade de estabelecer uma continuidade entre as narrativas no filme.

Além disso, o filme tenta criar um elemento em comum entre as histórias – um palhaço criado por uma garotinha da primeira sequência da antologia – que acaba ficando perdido nas narrativas, uma vez que elas não estabelecem conexões convincentes entre si. Ou seja, o recurso narrativo do palhaço é mais um que não funciona.

Nesse sentido, o primeiro problema crônico no filme é a bagunça – por se tratar de uma antologia, a montagem aqui poderia fazer total diferença, mas o filme é muito desorganizado nas histórias que quer contar e fracassa em estabelecer uma mínima unidade. Soma-se a isso o fato de que existem problemas muito nítidos de sequência que prejudicam a conexão entre as histórias – uma vez que esse é o intuito da obra.

Se, por um lado, existem vácuos no roteiro, por outro, a falta de recursos não pode ser uma desculpa para o péssimo visual de algumas criaturas do filme, já que, muitas vezes, nem mesmo os efeitos práticos funcionam. Ainda sobre esse aspecto, não seria necessariamente um problema, caso a obra abraçasse o seu lado mais trash, porém, tem-se a impressão de que a antologia se leva a sério demais, além de carecer de charme.

Dito isso, existem ideias muito boas aqui. Um exemplo é uma sequência onde pessoas são sequestradas e colocadas nuas em um campo, vestidas com cabeças de abóboras, e sendo caçadas por uma gangue de homens. Apesar de visualmente instigante, mais uma vez o roteiro peca pelo excesso – nesse caso, por exemplo, além dos homens, há uma criatura meio vampiresca que também persegue as vítimas. Apesar do monstro ter uma aparência assustadora (com exceção das asas, que parecem cortinas), ele não é encaixado de forma satisfatória na história e acaba não sendo bem aproveitado.

Outra ideia boa é o argumento de uma das histórias, que se passa em um necrotério – onde uma moça necrófila, após se drogar, acaba vilipendiando um cadáver de um homem jovem. Apesar da história demorar para engrenar, é deixada uma tensão no ar, e o filme acaba trazendo um respiro visual maior, uma vez que a história funciona muito bem sem extravagâncias estéticas mal feitas, comuns à maior parte das sequências.

Bad Candy, no geral, é uma antologia bastante confusa e inconstante, na medida em que tem alguns insights bem interessantes, ao mesmo tempo se perde na quantidade de elementos e personagens que se propõe a desenvolver. Junto a um visual pouco marcante e desleixado, a obra desaponta ao criar expectativas e frustá-las todas no desenvolvimento da sua narrativa.

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