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Beijos que Matam
Original:Kiss the Girls
Ano:1997•País:EUA
Direção:Gary Fleder
Roteiro:David Klass, James Patterson
Produção:David Brown, Joe Wizan
Elenco: Morgan Freeman, Ashley Judd, Cary Elwes, Alex McArthur, Tony Goldwyn, Jay O. Sanders, Bill Nunn, Brian Cox, Richard T. Jones, Roma Maffia, Jeremy Piven, Gina Ravera, William Converse-Roberts, Helen Martin

Embora seja o protagonista de mais de trinta publicações, a trajetória cinematográfica do psicólogo forense Dr. Alex Cross se desenvolveu em apenas três produções, sendo que duas na pele do carismático Morgan Freeman. Ainda lembrado pela sua astúcia investigativa no perverso Seven, os Sete Crimes Capitais (1995), o ator americano soube apresentar facetas alternativas na caça a outros assassinos em série como o Casanova do thriller psicológico Beijos que Matam (Kiss the Girls, 1997). Ainda que a referência mais recente à época seja o excepcional trabalho de David Fincher, é possível estabelecer conexões com outro longa, lançado na mesma década: O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991), de Jonathan Demme.

Atuante em Washington, DC, Alex Cross, após impedir uma moça vítima de abusos de se matar, viaja para Durham, Carolina do Norte, para investigar um caso particular: sua sobrinha, Naomi (Gina Ravera), está desaparecida há quatro dias, em um local onde outras jovens também foram sequestradas. Com a colaboração dos detetives Nick Ruskin (Cary Elwes) e do risonho canastrão Davey Sikes (Alex McArthur), Alex descobre que uma das desaparecidas foi encontrada morta, presa a uma árvore. Enquanto o psicólogo procura uma relação entre as vítimas, a Dra. Kate McTiernan (Ashley Judd) é sequestrada em sua moradia, sendo levada a um quarto pequeno numa região subterrânea, percebendo a presença das demais desaparecidas no local.

Aproveitando um vacilo do vilão, Kate consegue fugir pela mata que circunda o cativeiro e se atira de um penhasco sobre um rio, sendo encontrada posteriormente e levada a um hospital. Como única sobrevivente do assassino, ela se une a Alex Cross para tentar descobrir onde as demais garotas estão sendo mantidas. Com a descoberta da droga utilizada por Casanova, e sabendo que um cirurgião plástico na Califórnia, Dr. William Rudolph (Tony Goldwyn), adquiriu uma grande quantidade, Alex e Kate partem para o local, com o apoio do parceiro do psicólogo, Sampson (Bill Nunn), e Henry (Jeremy Piven), um detetive da polícia de Los Angeles. A tocaia a Rudolph traz uma importante conexão às ações de Casanova, mas a distância entre os crimes pode indicar que existam dois assassinos em ação.

A química entre Freeman e Judd está entre os principais méritos de Beijos que Matam. A direção de Gary Fleder não é das melhores e quase atrapalha o roteiro de David Klass, inspirado na longa saga do escritor James Patterson. A câmera subjetiva frenética emula longas de ação, sendo que a força narrativa do texto original está em sua condução psicológica, como a exploração da dupla personalidade de dado personagem. Também cria-se alguns questionamentos sobre o local onde a garota morta foi encontrada e o salto de Kate, pois, ainda que a mata seja imensa, por que a polícia não fez um extenso pente-fino na região? Às vezes, passa uma impressão que é tudo muito próximo, e que seria possível encontrar o paradeiro das demais vítimas.

A relação com o clássico thriller de 1991 se faz pelo modo como o assassino lida com suas vítimas, mantendo-as aprisionadas para um propósito. No livro ao qual o roteiro foi inspirado, escrito em 1995, a perversidade do criminoso é mais crua e violenta pelos estupros cometidos e à submissão das sequestradas. O longa ameniza a violência, com um trato mais condicionado ao aprisionamento. Nada que interfira no resultado final, pois, apesar de sua falta de ousadia, pode-se considerar Beijos que Matam um interessante thriller de investigação sem muitas surpresas. A boa recepção da crítica permitiu a adaptação do livro anterior, Along Came a Spider (1993), no filme Na Teia da Aranha, lançado em 2001, com direção de Lee Tamahori.

Alex Cross retornaria no fraco A Sombra do Inimigo (Alex Cross, 2012), com o protagonista tendo a pele de Tyler Perry. Como foi muito mal nas bilheterias e massacrado pela crítica, uma possível continuação foi logo cancelada. Para quem quiser saber mais sobre o personagem, o melhor caminho ainda é o literário.

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2 Comentários

  1. É um bom suspense,eu gosto. Tenho até o dvd dele 😁

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