![]() Identidade Paranormal
Original:Shelter / 6 Souls
Ano:2010•País:EUA Direção:Måns Mårlind, Björn Stein Roteiro:Michael Cooney Produção:Emilio Diez Barroso, Neal Edelstein, Darlene Caamano Loquet, Mike Macari Elenco:Julianne Moore, Jonathan Rhys Meyers, Jeffrey DeMunn, Frances Conroy, Nate Corddry, Brooklynn Proulx, Brian Anthony Wilson, Charles Techman, Michael Graves |
Zapeando pelo Prime Video, esses dias me deparei de novo com este Identidade Paranormal, filme de 2010, que mais de uma vez iniciei e deixei de lado, incomodadíssimo com algo que até então não havia identificado bem o que era. Desta vez consegui concluir a saga da psiquiatra Cara, constatando assim que esse filme tem alguns problemas de concepção que tornam todo o trabalho inconsistente.
Identidade Paranormal – também chamado por aí de Abrigo – tem direção de Mans Marlind e Bjorn Stein (Anjos da Noite – O Despertar, 2012), e roteiro de Michael Cooney. Seu lançamento em 2010 foi seguido por uma série de críticas apontando a produção como mediana ou apenas ruim mesmo.
Com algumas feras no elenco, como Julianne Moore, Frances Conroy e Jonathan Rhys Meyers, conta a história deste rapaz, Adam (ou David, ou outros), que parece ter algum transtorno de personalidade múltipla. A psiquiatra Cara (Julianne Moore) assume o caso do rapaz na tentativa de curá-lo, mas as coisas se complicam quando ele começa a manifestar a personalidade de pessoas mortas.
A ideia bacana, mas notoriamente mal executada. São muitas coisas a serem mencionadas aqui, e eu vou tentar comentar algumas delas
A começar por um certo descompasso no ritmo, ora agitado com muitos dilemas em jogo (os melhores momentos), ora maçante, preenchido por tomadas vazias e tentativas de criar climas soturnos – de onde passa longe. Na tentativa de “ser” atmosférica, a direção se perde em sequências confusas, com tomadas que geram expectativas enquanto nada acontece (nada mesmo, nem susto falso).
O roteiro, por sua vez, conduz a ação dos personagens de forma até interessante (nos momentos agitados do filme), mas com tantas imprecisões (ou apenas furos mesmo) que tornam difícil levá-lo a sério a partir de determinado momento – a longevidade da personagem “Vovó” não é questionada em nenhum momento e as motivações do “vilão” parecem ser contraditórias ao personagem. Abstraindo esses “detalhes” e outros que nem cabe mencionar, no entanto, o que sobra é um filme que pode até divertir.
Na parte central do filme, quando a investigação do caso Adam está a todo vapor e várias descobertas acontecendo, as personagens centrais expondo suas questões e tudo mais, Identidade Paranormal até se torna um filme divertido, assumindo uma cara de thriller sobrenatural que realmente instiga. São momentos breves e que empolgam pra valer, mas que não se sustentam, visto que as “revelações” da trama começam a soar inconsistentes.
As histórias que envolvem os personagens também são interessantes. A relação de Cara com seu pai, o também psiquiatra Dr. Harding (Jeffrey Demunn), rende ótimas reflexões, e ambos os atores seguram bem a onda de um roteiro tão cheio de furos. Julianne exibe até um certo “carão” durante todo o filme, em uma atuação mais contida, menos afetada, que dá certo peso à sua personagem.
Identidade Paranormal está no Prime Video, recomendado para uma diversão leve e descompromissada. Descompromissada com tudo, até com a coerência.