![]() The Bayou
Original:The Bayou
Ano:2025•País:UK Direção:Brad Watson, Taneli Mustonen Roteiro:Gavin Cosmo Mehrtens, Ashley Holberry Produção:James Harris, Ashley Holberry, Mark Lane, Gavin Cosmo Mehrtens Elenco:Athena Strates, Madalena Aragão, Elisha Applebaum, Mohammed Mansaray, Tayla Kovacevic-Ebong, Andonis Anthony, Sarah Priddy, Isabelle Bonfrer, Flynn Barnard, David Newman, Evan Sokol, Jamie Wilson, Ian Curtis, Sheila Francisco, Jon Achaval |
No mundo da crocolândia, tecnicamente conhecido como crocsploitation, um dos elos menores do exploitation, The Bayou não faz nenhum ruído. É mais um derivado que poderia encontrar seu lugar entre a quinta e sexta prateleira do subgênero, distante de Alligator – O Jacaré Gigante (Alligator, 1980) e de exemplos mais recentes como Predadores Assassinos (Crawl, 2019), de Alexandre Aja. Nem mesmo a metanfetamina foi capaz de elevar os ânimos dos animais assassinos ou colocá-los para brigar com O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear, 2023). Venceria em um confronto direto bombas como The Flood (2023), o que não significa mérito algum.
O longa, de Brad Watson e Taneli Mustonen (de Lago Bodom, 2016), passeia pelos pântanos dos clichês no resgate da heroína de um trauma do passado e que planeja dispensar as cinzas do falecido irmão em algum ponto remoto dos Everglades. Antes de apresentá-la em seu drama pessoal, o enredo começa nos galpões de um laboratório de metanfetamina, fora do mapa dos pântanos da Louisiana. Quando os federais invadem o local e saem metendo bala, o produto é arrastado para as águas e enlouquece um bando de jacarés, com os jornais revelando diversos ataques e desaparecimentos na região. Mas é preciso temer Cristina!
A empática Kyle (a sul-africana Athena Strates) organiza a expedição, levando na bagagem a amiga endividada Alice (a portuguesa Madalena Aragão), além de Sam (Mohammed Mansaray) e a intragável Malika (Elisha Applebaum), que culpa a protagonista pela morte do irmão. No posto de gasolina, um risonho “Crazy Ralph” anuncia os riscos de se tornar alimento de jacaré principalmente da grandiosa Cristina, que se destaca pela cicatriz que cruza um dos olhos e a face. Para chegar à Flórida, planejam uma travessia de teco-teco com o piloto semi-alcoolizado Frank (Andonis Anthony) e um grupo de turistas: Dom (Tayla Kovacevic-Ebong) e a esposa Zoe (Isabelle Bonfrer), Maude (Sarah Priddy) e o marido, entre outros.
Não demora para o bimotor apresenta falhas e iniciar uma queda nos pântanos, filmada por dentro para contenção de gastos – provavelmente usados todos na concepção dos répteis -, registrando as caras e bocas de medo. Não precisa ser o Brad Pitt em Guerra Mundial Z para sobreviver a uma queda na imaginação dos roteiristas Ashley Holberry e Gavin Cosmo Mehrtens. No caso aqui o acidente aéreo incrivelmente só vitimiza um passageiro, que se soltou dos cintos para tirar satisfação de Rufus (David Newman) em sua insistência em usar o celular durante o voo. Perdidos no local, sem celular, eles seguem as orientações da estudante de biologia para buscar abrigo, confrontando jacarés em efeitos práticos e um bom CGI.
“Alguma coisa errada. Eles não atacam pessoas assim.“, diz Kyle, que não deve ter visto Alligator II – A Mutação (lligator II: The Mutation, 1991), e ainda não sabe do laboratório clandestino. E outra que talvez não tenha visto Jurassic Park III (2001) é Alice, quando resolve roubar ovos de jacaré chapado por dizer que eles “valem uma fortuna” – de acordo com as trívias do IMDB, um ovo de jacaré custa entre 30 a 40 dólares! Assim, os bichos começam a atacar o grupo, começando pelos turistas que nem foram muito bem apresentados, justificando sua pouca importância. Os ataques são rápidos, e os jacarés aparecem por todo lugar e urram como ursos cheirados no pó branco.
Ao infernauta, resta a boa vontade de ver jacaré atacando e arrastando pessoas para o mato – a droga parece ter condicionado os animais a andarem de costas rapidamente – para depois surgirem corpos com alguma exposição de órgãos e sem cabeça. Em dado momento, Alice desaparece do grupo, seguindo um rastro. Encontra um jacaré e, quando ele abre a boca, ela o ataca com um pedaço de madeira. A ação não é mostrada, e ela retorna para o grupo que conseguiu em pouco tempo cortar madeiras grossas, serrar as pontas e amarrá-las na construção de uma jangada sem qualquer utensílio. Ao ser questionada, diz que não aconteceu nada. Uma cena desconexa da garota atacando um jacaré e que talvez queira mostrar o quanto os animais devem estar enfurecidos com a ladra de ovos.
Entre um sacrifício sem um pingo de emoção ou justificativa e cenas que cutucam a boa vontade do infernauta, há um único momento de tensão, com os sobreviventes atravessando uma área de jacarés dorminhocos para alcançar um rádio. O local que não existe no mapa é facilmente identificado pela telefonista bastando duas ou três palavras, assim como a chegada rápida de um helicóptero para o resgate. The Bayou ofende a boa vontade do espectador, não traz novidades no subgênero e nem empolga o suficiente para valer uma recomendação.
Sua abordagem séria e com uma produção levemente adequada, mesmo com percalços enfileirados, demonstra um caráter trash moderno, que dificilmente irá vingar entre bagaceiras menos comprometidas, ficando obscura nos pântanos dos filmes B.