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M3GAN 2.0
Original:M3GAN 2.0
Ano:2025•País:EUA
Direção:Gerard Johnstone
Roteiro:Gerard Johnstone, Akela Cooper
Produção:Jason Blum, James Wan, Allison Williams
Elenco:Allison Williams, Jemaine Clement, Violet McGraw, Jenna Davis, Amie Donald, Ivanna Sakhno, Brian Jordan Alvarez, Aristotle Athari, Mike Edward, Timm Sharp, Jen Van Epps, Mayen Mehta, Steven Logan

É importante que você logo saiba que M3GAN 2.0 não é um filme de horror. O primeiro, lançado em 2022, foi desenvolvido pela Blumhouse com referência à boneca Annabelle, mas com vista tecnológica nos padrões da refilmagem de Brinquedo Assassino (Child´s Play, 2019). Apesar de não ter um conteúdo exageradamente sangrento e ter o suporte da ficção científica, M3GAN até poderia se enquadrar no subgênero slasher: ora, a robozinha passa a se vingar de todas as ameaças à pequena Cody (Violet McGraw), seja arrancando a orelha de um garoto ou derretendo uma vizinha chata, seja matando um cachorro ou esquartejando funcionários da fábrica de brinquedos Funki. Como um androide da Skynet, M3gan mostrava uma incrível resistência às tentativas de pará-la mesmo depois da exposição de seu material cibernético na composição de uma inteligência artificial perversa.

Com uma estimativa de orçamento de US$12 milhões, M3GAN conquistou mais de US$180, evidenciando o interesse popular da proposta. As críticas foram até justas ao elogiar os aspectos técnicos, os bons efeitos especiais e o carisma da boneca, assim como constatar sua narrativa envolta em clichês, sem ousar nas cenas gráficas e com um final frágil e otimista. Contudo, os valores incentivaram a produção de uma continuação, com ideias que provocariam até um confronto com Annabelle. Deixado de lado o crossover, até porque Megan ainda precisava se tornar mais conhecida, Gerard Johnstone assumiu o comando também da parte 2, numa completa mudança de rota: o horror fora substituído por elementos tradicionais de produções de ação, com a manutenção da ficção científica. E é essa ideia que você deve comprar quando for assistir M3GAN 2.0!

O filme se passa algum tempo depois dos acontecimentos do primeiro. Cody ainda necessita de suporte psicológico pelos traumas experimentados – a trágica morte dos pais e a mudança de comportamento de sua “irmã” -, enquanto Gemma (Allison Williams) está se tornando representante popular dos debates sobre o uso da inteligência artificial e da tecnologia, acreditando que os acessos a telas deva ser limitado e oficialmente regulamentado. A proposta da reflexão é considerada válida, principalmente depois que suas fórmulas de engenharia tecnológica, como o desenvolvimento de exoesqueletos, é roubada por uma empresa rival e a androide AMELIA (autonomous military engagement logistics and infiltration android) é desenvolvida como arma militar e considerada sem controle.

O FBI acredita que Gemma possa ter vendido o protótipo e a androide tenha decidido eliminar todos que estão relacionados a sua criação. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com essa assassina tecnológica, ela também descobre que M3GAN (corpo de Amie Donald e voz de Jenna Davis) ainda está ativa, observando a todos pelos aparelhos de sua residência. Depois de presa em um robô inofensivo, M3GAN se mostra como única capaz de deter a ameaça antes que ela tenha acesso a primeira inteligência artificial descontrolada, em uma rebeldia evidenciada em 1984 – uma provável referência ao ano de lançamento de O Exterminador do Futuro. A roboticista se une aos colegas Tess (Jen Van Epps) e Cole (Brian Jordan Alvarez) para a reconstrução da androide visando invadir um evento do rival Alton Appleton (Jemaine Clement) e confrontar a vilã.

Como já se notava no trailer, a intenção do novo filme é homenagear O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgment Day, 1991) ao dar a M3GAN uma chance de redenção contra uma outra ameaça. Os planos da equipe de heróis torna M3GAN 2.0 uma espécie de Missão Impossível, em que cada membro tem uma função, seja ao andar em dutos de ar condicionado ou se aproximar de alguém disfarçadamente, com excessos de cenas de ação, janelas quebradas, lutas coreografadas e doses de humor. Há até o vilão humano clássico que expõe seus planos de conquista do mundo em dado momento, e ainda ativa um sistema de auto-destruição com uma voz eletrônica avisando da contagem regressiva, sem contar o sacrifício de algum personagem, entre outros lugares comuns do gênero.

Os bons efeitos, a falta de ousadia e a adrenalina da boa edição dão uma sensação de filme de domingo à tarde em família. M3GAN 2.0 é nada além disso. Apesar da indicação do roteiro ter sido escrito por Akela Cooper e Johnstone, ele parece ter sido desenvolvido por uma inteligência artificial ironicamente pela convenções do estilo, tentando atender ao que o público gostou no original, incluindo dancinhas e cantoria da androide. James Wan, desta vez, ficou apenas como produtor ao lado de James Blum e da própria Allison Williams.

Se voltaremos a ver M3GAN nos cinemas, vai depender da boa aceitação do “novo público“, o que sabe que irá ver uma galhofa colorida em cortes rápidos sem medo e sem ousadia.

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