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O Grande Tsunami
Original:Kuang e hai xiao / Crazy Tsunami / Croc Tsunami
Ano:2021•País:China
Direção:Jiuqin Zhou
Roteiro:Yue Wu, Pei Liu
Produção:Tianying Cai, Yu Hui, Qinggen Xia, Yalin Zhang
Elenco:Fei Rong, Sek-Ming Lau, Daniella Wang, Weimin Huo, Xi Tong, Yinglu Wang

O crocodilo Gustave já se tornou uma lenda entre caçadores e curiosos do Animal Planet. É um exemplar gigantesco – o tamanho varia de acordo com a notícia – que rondava o Lago Tanganica, no Burundi, África, e tem o nome associado à morte de mais de 200 pessoas. Há quem aponte mais vítimas, há quem diga que ele foi morto em 2009. De toda a forma, a fama do bicho o condicionou à ameaça principal do horror Primitivo (Primeval, de 2007), de Michael Katleman, e também o transformou em algo ainda mais monstruoso no trash chinês O Grande Tsunami (Kuang e hai xiao, 2021), de Jiuqin Zhou.

O longa foi vendido para países de língua com títulos apelativos como Crazy Tsunami, Croc Tsunami e até Crocodile Tsunami, numa provável referência a Sharknado. Na verdade, nota-se algo mais próximo de Predadores Assassinos (Crawl, 2019) ao colocar na mesma prateleira um desastre natural e um animal assassino, sem falar numa cena praticamente recriada no longa chinês. Além da falta de ideias – você encontra diálogos com Alligator – O Jacaré Gigante (Alligator, 1980), o filme também peca pela canastrice de seu elenco e os efeitos especiais ruins demais. Não se entende como algo assim teve investimento e trabalho de realização, e para que a necessidade de se espelhar nos moldes do cinema americano, sem aproveitar a cultura local?

Começa com a tal ocorrência do tsunami em efeitos risíveis. Depois há um terrível diálogo artificial e típico de teatro escolar entre um motorista e o senhor Jiang Peng (Rong Fei):

Jiang Peng: Por que você dirige rápido?
Motorista: Caso tenha se esquecido há um crocodilo na parte de trás e o senhor Cha Wo vai checar pessoalmente.
Jiang Peng: Eu conheço o senhor Cha Wo. Ele tolera atrasos. Não se esqueça que é um crocodilo africano capaz de nos devorar por isso a gente tem que ser cauteloso. Se ele fugir, muitos morrerão.

Antecipado toda a temática em menos de dois minutos, basta saber que Jiang Peng terá problemas com manifestantes, incluindo sua filha rebelde, Jiang Xiaohu (Wang Yinglu), na defesa de quem está perdendo a moradia para o rico Cha Wo (Sek-Ming Lau) até o tsunami atingi-los, deixando-os presos em Chinatown com o animal à solta. Ele, a filha, o motorista, entre outros, terão que se unir para sobreviver na região, entrando em um estabelecimento, fugindo por encanamentos, atravessando de um prédio a outro, com ataques constantes do faminto Gustave. Há, como se imagina, alguns personagens intragáveis, tentando arrumar confusão, e os que agirão com paciência para evitar atrair a atenção da criatura.

As sequências de tensão não chegam a empolgar e são intercaladas com momentos políticos de Cha Wo, tendo que responder por que não soou o alerta de tsunami e por que não enviou uma equipe de resgate onde há pessoas vivas. Ele não simplesmente tentará esconder os erros por debaixo do tapete, numa típica expressão de vilão de quadrinhos, como trará ainda mais dificuldades para o grupo que tenta resistir à elevação da água e da insistência do crocodilo em continuar se alimentando. Além dos exageros expressivos, há um certo tom dramático, principalmente no terceiro ato, com a perda de alguém importante, a resistência do rapaz autista e a redenção daquele que parecia pouco se importar com a família.

O Grande Tsunami é uma bobagem chinesa com roupagem de cinema ruim americano. Mesmo com a curta duração – a metragem não chega a 80 minutos -, deixa uma sensação de que alongaram demais o que podia ser deixado na edição, além de ser um filme chato com momentos inverossímeis. Não vale nem pelo crocodilo imenso ou pela proposta claustrofóbica.

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