![]() Drácula: Uma História de Amor Eterno
Original:Dracula: A Love Tale
Ano:2025•País:UK, França Direção:Luc Besson Roteiro:Luc Besson, Bram Stoker Produção:Luc Besson, Mark Canton Elenco:Caleb Landry Jones, Christoph Waltz, Zoë Bleu, Matilda De Angelis, Ewens Abid, Guillaume de Tonquédec, Bertrand-Xavier Corbi, Raphael Luce, Haymon Maria Buttinger, Nicolas de Lavergne, Ivan Franek, Jaakko Hutchings, Stavroula Karatheodorou, Romain Levi, Nikita Makkojev, Joonas Makkonen, Janne Mattila |
Por mais que a família Stoker tenha tentado proteger o material original, hoje já é possível que cineastas e autores criem suas próprias histórias sobre o Conde imortal. E não basta explorar as boas ideias da obra de 1897 e apresentar sua assinatura, mas adaptar o conteúdo como bem quer em uma releitura que, em alguns casos, faz uso apenas da essência de Drácula, com viés religioso ou romântico, elementos góticos ou puro horror sobrenatural. Com variadas versões, algumas terríveis como Drácula 3D, de Dario Argento, fica a questão sobre o que ainda não foi explorado na temática e o que poderia ser bem-vindo. Ora, já vimos Drácula no mundo da minissaia, nos dias atuais, no espaço, na cidade grande ou vilarejo, falando espanhol e italiano, injustiçado, herói e guerreiro, nobre, sedutor, animalesco, silencioso e em versões alternativas como Nosferatu, Blácula… O que Luc Besson, diretor de O Quinto Elemento e Lucy, poderia oferecer de diferente?
A resposta está nos cinemas, com Drácula: Uma História de Amor Eterno (Dracula: A Love Tale, 2025). Apesar do título ser pouco convidativo, há um nome a ser considerado no elenco: Christoph Waltz, que parece ter um toque de Midas em qualquer produção ao qual esteja envolvido, sendo lembrado por suas atuações em Django Livre e Bastardos Inglórios, ambos de Quentin Tarantino. Sua atuação aqui remete levemente ao seu Dr. King Schultz, embora eu quisesse vê-lo gritando “Shosanna” quando Mina (Zoë Bleu) desaparece de seu quarto. E há Caleb Landry Jones, de Corra!, que está até bem como um Drácula científico, que precisa utilizar recursos químicos para seduzir mulheres – cada vez que penso nisso, é maior a ojeriza.
A tal história do amor eterno, proposto por Besson, é visto no prólogo, ambientado em 1480 – o verdadeiro teria morrido em 1477 – no envolvimento do Príncipe Vlad (Jones) com sua amada Elisabeta (Bleu), em momentos de romance e brincadeiras de casal. Ele então é lembrado de seu confronto com os otomanos, coloca suas armaduras e faz um pedido especial para o Cardeal (Haymon Maria Buttinger): que Deus proteja Elisabeta, pois a guerra será por Ele. Com um capacete em forma de dragão, razão pela qual seria conhecido como “Dracul“, ele parte para os combates, enquanto o amor de sua vida sai em passeio com alguns soldados a escoltando. Vlad mata os inimigos, empalando um deles, e ao retornar descobre que a princesa sofreu um assalto, mas conseguiu escapar e está sendo perseguida no local. O príncipe consegue chegar até ela, mas acaba contribuindo para sua morte ao lançar sua espada contra o último inimigo.
Vlad retorna ao Cardeal para cobrar uma ação divina para a volta de Elisabeta. Com a impossibilidade apresentada pelo religioso, ele o mata e depois tenta se atirar da janela de seu castelo, percebendo que está sendo castigado por Deus a ter uma vida eterna. Essa segunda parte da narrativa é contada pelo próprio vampiro a Jonathan Harker (Ewens Abid), quando este o visita para saber a respeito de uma moradia em nome do conde. Com um visual que remete a Gary Oldman até mesmo na armação do cabelo, o falante e risonho Drácula – outro sinal de repulsa do espectador quando lembra da postura aterradora do recente Nosferatu – pede apenas que o rapaz não deixe seu quarto sob nenhuma circunstância. Como ele desobedece, Drácula lhe concede um último desejo, e Jonathan pede para conhecer sua história.
O príncipe atravessou séculos atrás da reencarnação de Elisabeta, o que o fez desenvolver a mágica flagrância. Basta espirrar duas gotinhas no pescoço e todas as mulheres de qualquer época se veem fascinadas por sua presença. Se toda essa baboseira de Drácula sedutor até transmite uma ideia de seu poderio fantástico, o uso de um artifício químico é ainda mais decepcionante. E ainda piora quando a mágica usada enfeitiça plateias femininas variadas, conduzindo-as em uma dança coreografada em diversos períodos, figurinos e configurações do Conde: cabeludo, com bigode, com peruca. Essa ultra normalização e exposição do vampiro quase atrai a simpatia do espectador, afastando ironicamente o que deveria ser uma evidente repulsa. Falta maldade expressa, falta perversão…e sobra carisma.
Do outro lado do tabuleiro, o Padre (Waltz) com especialidade científica – Besson teria sido proibido de usar os nomes Van Helsing, Renfield e Lucy? – é chamado para atender uma jovem no hospício, Maria (Matilda De Angelis), que estaria com atitudes insanas, sendo necessária a sua contenção. O especialista logo nota que se trata de uma doença vampírica, algo que diz ter estudado durante muito tempo sem nunca se aprofundar, e a ouve falar sobre a vinda do Mestre. O Padre quer identificar o mencionado, sem saber que este em breve estará nas proximidades assim que perceber que a futura esposa de Hacker, Mina, é a reencarnação de Elisabeta.
O Drácula de Besson não é tão fascinante quanto outros vistos no cinema. Ainda que tenha criado sua própria origem para o vampiro, muito ali tem inspiração notada em Drácula de Bram Stoker, de Coppola. O conceito de vingança romântica – até mesmo Stoker apenas pegou emprestado o nome Vlad sem se ater ao passado histórico – é amplamente roubado do longa de 1992. E ainda traz acréscimos piorados como os gárgulas que auxiliam o Conde, em um triste CGI que remete às múmias de Stephen Sommers, e todo o último ato, o de invasão ao castelo. As boas ideias, como um possível exército de vampiras – ou noivas, se preferir – iniciado por Vlad em suas andanças, são completamente desperdiçadas.
Há um bom trabalho de figurino (Corinne Bruand) e direção de arte (Frédéric Cambon), além de um interessante desenho de produção (Hugues Tissandier), mas senti falta de uma fotografia melhor, de um castelo com aspecto aterrorizante, da exploração noturna e da sensação pessimista, muito comum no tema. Senti falta de sentir medo. O horror é abrandado pela humanização de Drácula, com o horror gótico sendo utilizado em doses homeopáticas. Besson descaracterizou o personagem, mesmo nas tentativas de resgatar o ponto pacífico entre as adaptações. Pode se elogiar os esforços técnicos e atuações, e não ir além disso.
O toque de Waltz, através de seu “Van Helsing“, e falas bem colocadas não foram suficientes para trazer méritos ao Drácula piegas de Luc Besson. Mesmo com um perfume mágico, é possível resistir à essa mediocridade.
A certa altura achei que o filme fosse de comédia! Mas o certo eh que aquilo que era pra ser um filme de horror virou um horror de filme. Triste ver o plágio grotesco da obra prima do Coppola virar um musical da Disney com gargulas saltitantes encareegados dos afazeres domésticos e, vez por outra, de pular (sim, só pular) nos invasores. Falando em musical… o que foram aquelas danças à la Thriller que caíram no meio do filme como um reels do TikTok! Seria a praga da geração Z e seu tédio? O príncipe dos mortos seduzindo com perfume um bando de mulheres literalmente amontoadas no filme? Que ideia jeca, pra dizer o mínimo. Sem falar na falta de um… Dracula. O que vi foi um homem perturbado e até legalzinho esperando a vez de ser absolvido em confissão por um Van Helsin (que nao era o Van Helsing) Padre Católico. Enfim… um dos melhores dentre os piores filmes que ja vi na vida. Ainda bem que paguei meia num cinema meia boca. O triste eh pagar qualquer quantia para ter a certeza de que a arte do cinema virou piada.
Poha será tão difícil fazer um filme sobre o conde Vlad , o verdadeiro Vlad o impalador q serviu d inspiração e cuja história e muito mais interessante pq esse sim era pior q o diabo , chega d vampirinhos kct